Por Guilherme Wiltgen
Em 29 de julho de 1996, o então Ministro de Estado da Marinha encaminhou ao Excelentíssimo Senhor Presidente da República, a carta de exposição de motivos n° 091/96 onde, com base na edição da Lei Complementar n° 069/91, que dispõe sobre o preparo e o emprego das Forças Armadas, participou que a Marinha havia iniciado seus esforços para a correção da grande deficiência com que convivia a Esquadra com a falta de uma arma de interceptação e ataque.
Pelo Decreto Presidencial nº2.538, de 8 de abril de 1998, que dispõe sobre os meios aéreos da Marinha e dá outras providências, foi estabelecido, no Art. 1º que: “a Marinha disporá de aviões e helicópteros destinados ao guarnecimento dos navios de superfície e helicópteros de emprego geral, todos orgânicos e por ela operados, necessários ao cumprimento de sua destinação constitucional”.
Em 30 de abril de 1998, foi assinado um “Purchase Agreement” entre a MB e o Governo do Kuwait para a obtenção de 20 aeronaves tipo A-4KU monoplace e 3 TA-4KU biplace.
Os aviões e todo o seu material chegaram ao Brasil no dia 5 de setembro de 1998, no Porto do Forno, em Arraial do Cabo/RJ, de onde foram levados para a Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia (BAeNSPA).
O 1º Esquadrão de Aviões de Interceptação e Ataque (VF-1) opera os jatos A-4KU Skyhawk, designados na MB como AF-1 Falcão (monoplace) e AF-1A Falcão (biplace).
Por operar uma aeronave de alta performance, cada piloto deve cumprir, no mínimo, 100 horas de voo por ano, para manter a qualificação obtida na formação feita na US Navy, ao custo aproximado de US$ 1 milhão por piloto.
Durante a LAAD 2009 foi assinado um contrato entre a MB e a EMBRAER para modernização de 12 aeronaves, sendo 09 A-4Ku Skyhawk (AF-1) e 03 TA-4 Skyhawk (AF-1A), visando manter as aeronaves operacionais até 2025.
Os principais pontos do Programa de Modernização:
- Revisão Geral das aeronaves (PMGA);
- Novo radar com inúmeras capacidades (Elta 2032);
- Sistema OBOGS (On Board Oxygen Generation System), que gerará o oxigênio proveniente da atmosfera para os tripulantes, sem a necessidade de abastecimento das atuais garrafas de oxigênio;
- Novo sistema de geração de energia, com a substituição dos atuais geradores e conversores;
- Novos rádios para realizar, automaticamente, comunicação criptografada e que permitirá no futuro a transmissão de dados via data-link;
- Sistema inercial (EGI) de última geração;
- HOTAS (Hand On Throttle and Stick), mão sempre no manche;
- Novo HUD (Head Up Display), que permitirá aos pilotos manter sua atenção para fora do cockpit.
- Dois display tático 5”x7”, Color Multi-Function Display (CMFD) , que apresentará ao piloto as informações de missão através das “páginas” selecionadas;
- Computador principal que executará todo cálculo de navegação e balístico, para o piloto poder empregar os armamentos (bombas, metralhadora e futuramente o míssil MAA-1B)
- Revisão Geral dos motores.
- Instalação do Radar Warning Receiver (RWR): possibilita à aeronave detectar e se evadir de ameaças, como mísseis e caças inimigos, o que aumenta a capacidade de sobrevivência da aeronave e a probabilidade de sucesso nas missões;
- Instalação do 3º Rádio VHF: capacita a aeronave a operar seus dois rádios ROHDE SCHWARZ na transmissão de dados via data-link, enquanto permanece com a escuta dos órgãos ATC (Air Traffic Controler);
- Revitalização do Piloto Automático: possibilita ao piloto gerenciar seus sistemas, permitindo maior concentração na missão imposta;
- Integração do Radar Altímetro e do TACAN: facilita ao piloto focar a sua atenção em apenas um instrumento (a tela do CMFD que concentrará todas estas informações), aumentando assim sua consciência situacional quando operando do porta-aviões e quando voando em condições de voo por instrumento;
- Integração dos instrumentos do motor: possibilita ao piloto receber os avisos aurais dos limites de funcionamento do motor, concentração das informações em uma única tela e melhor visualização das informações dos indicadores; e
- Estações de briefing e debriefing: possibilita ao piloto condições de preparar melhor a missão, garantindo assim um maior aproveitamento, economia de utilização dos equipamentos aviônicos, melhor disposição das informações geradas em vôo para treinamento das equipagens e avaliação das missões.
A modernização atingiu uma maturidade que proporcionará à MB a oportunidade de operar um vetor aéreo no estado da arte, quanto à aviônica e sistemas embarcados, qualificando-a a empregar suas aeronaves em operações aeronavais e aéreas, nacionais e internacionais, o que aumentará significativamente a operacionalidade da Aviação Naval da Marinha.
Após a modernização, as aeronaves receberão as designações de AF-1B (monoplace) e AF-1C (biplace).
Seu atual Comandante é o Capitão-de-Fragata Emerson Gaio Roberto.
Então RR vou comprar minha bandeira branca né ?? KKKK
Nada pode contra esses caras … nada …. né não ???
stadeu,
Não disse isso… Apenas acredito em formas específicas de se lutar contra adversários específicos. Não se pode acreditar que os mesmos métodos ( armas inclusas ) serão sempre aplicáveis a todos os cenários possíveis.
O que quis dizer é que se luta com o intelecto antes de aplicar a força… Um exemplo do aproveitamento do intelecto é o que os vietnamitas fizeram com os americanos. Exploraram suas potenciais fraquezas e evitaram ao máximo desafia-los no tipo de combate direto no qual eles seriam imbatíveis… Aliás, a própria Guerra do Vietnam é pródiga em exemplos de como pode ser perigoso encarar uma super potencia de frente; exemplos como a Ofensiva do Tet, que culminaram com uma esmagadora derrota dos vietnamitas, que certamente atrasou-os consideravelmente na conquista de seus objetivos finais…
Enfim, toda a condução de uma guerra deve ser baseada na racionalidade. As maiores conquistas militares se deram pela mente sagaz, e não pela mera aplicação força bruta…
stadeu ( 24/08/2014 ),
Não é bem assim que funciona… O ódio não é um sentimento motivacional válido… É um sentimento prejudicial, pois elimina o raciocínio lógico. Lutar em uma guerra convencional sob um clamor de vingança da população pode ser extremamente perigoso, pois ele pode induzir a respostas precipitadas por parte das autoridades, o que acarretaria erros que podem ser ainda piores que a perda inicial ( principalmente se não se tem os meios adequados para o revide ), podendo até mesmo precipitar a derrota… A verdadeira motivação em uma luta convencional não vem de um sentimento em si. Ela nasce da possibilidade de vitória, que nasce de um planejamento correto, que culmina com o emprego correto do que se tem disponível. Mesmo em uma guerra de guerrilhas, o ódio incutindo em quem comanda e é comandado, pode induzir a erros…
Deve-se lutar com lógica. Arrisca-se um equipamento somente havendo a possibilidade de que ele será util ( o que seria, nesse caso, a possibilidade de infligir danos a um adversário ), e não acreditando que sua perda será um fator motivador… Caso contrário, tecnicamente nada mais é que a perda de pessoal especializado que não poderá ser reposto em curto tempo ( e as vezes, perde-se talentos que não podem ser repostos ). E isso pode causar efeitos devastadores no moral de uma força do mar…
Por tanto, se o Brasil optar por manter um NAe, ele não será para lutar com a USN ou coisa que o valha. Será, como disse anteriormente, para exercer a influência do Brasil onde for necessário, e sendo utilizado somente em situação de vantagem ( o que automaticamente exclui o enfrentamento direto com uma super potencia ). Aliás, grosso modo, uma força naval nunca encara outra de frente. Ela utiliza, quando disponível, a aviação embarcada para localizar e atacar as embarcações adversárias, ou orientar outros meios ( submarinos, por exemplo ) para que o faça… Em suma, pode se dizer que um Carrier Group teoricamente anula um outro Carrier Group; no sentido de que existe a possibilidade de destruição mutua. E aí, vale a estratégia e as táticas corretas, o que depende de uma avaliação realista do poderio adversário, que determina se o meio pode ser empregado ou não com alguma chance de sucesso.
O que quero dizer é que, se for para lutar contra um adversário que é sabidamente mais forte e que esteja motivado, então alguns meios realmente não devem ser engajados… No caso de uma luta contra uma super potencia, melhor deixar a força de superfície no porto e fazer o melhor uso possível da força submarina ( considerando que a mesma não seja pulverizada nos portos… ). Contudo, se for para lutar unicamente contra uma potencia média ou menor, então pode ser possível o engajamento do porta-aviões.
Ataques em matilha, como sugere, é possível na teoria. Mas na prática, não é bem assim… Primeiramente, lembre-se de que os números estão do lado de uma super potencia, que tem recursos que podem ser engajados, e mesmo sacrificados, em prol do objetivo maior. E quando há atritos, há perdas… E hoje, não é mais possível para um país de recursos mais limitados comprar milhares de aeronaves de caça e milhares de mísseis para equipa-las… Assim sendo, existe a necessidade de se trabalhar com armas que sejam realmente definitivas, que possam proporcionar uma forma de equilíbrio…
stadeu ( 24/08/2014 8:03 ),
De fato… O Su-34 é uma maquina melhor e mais adequada.
Contudo, devemos entender o contexto no qual essas aeronaves serão inseridas. Se a ideia for salvaguardar os interesses do Brasil em sua ZEE, então esse Flanker é uma excelente opção, a ser complementado por baterias costeiras, submarinos diesel-elétricos e aeronaves de caça para anular qualquer oposição aérea que penetre na zona a ser defendida. Agora, se for para executar um ataque a um NAe, então creio que a melhor arma ainda é o submarino nuclear. Certamente, ele teria mais chance de êxito que aeronaves de caça que estariam levando mísseis com 250 a 300km de alcance. Afinal de contas, um submarino nuclear tem maiores possibilidades de aproximar-se furtivamente e lançar um ataque com mísseis fora do alcance dos sonares das escoltas ( desde que seja abastecido com informações precisas para realizar o ataque ), do que um caça aproximar-se a uns 200km para lançar essas armas…
Existe, claro, a possibilidade de se fazer um ataque concentrado, lançando dezenas e dezenas de Flankers nos céus ao mesmo tempo, sob pesada escolta, anulando a vantagem do adversário pela superioridade numérica e superando as defesas através de uma quantidade enorme de mísseis. Contudo, essa é uma opção limitada ao alcance dos vetores partindo de terra e a capacidade de reabastecimento no ar. E o Su-34 não é necessariamente um tipo que possa ser comprado em grande quantidade… E mesmo que algo assim seja realizado, deve-se estar pronto para suportar as perdas em equipamentos e tripulações ( algo que nunca é simples de se repor ).
Outra arma que ofereceria uma possibilidade maior de êxito seria um míssil de cruzeiro que supere os 600km ( algo que é possível de ser desenvolvido pelo Brasil hoje ), se houvesse no País alguma aeronave capaz de carregar um petardo assim ( P-3 Orion? ). Também não é algo perfeito ( devido principalmente a presença de AWACS e a possibilidade de haverem caças em PAC mais de 600km da frota ), mas há menos risco, de uma maneira geral. No meu entender, o “segredo” para uma ofensiva aérea contra porta-aviões seria tentar atacar da maior distancia possível, evitando entrar no circulo defensivo da frota.
E se for para defender os interesses do País até a costa da Africa, creio que o Su-34 também não seja exatamente o mais adequado, justamente por ser baseado em terra. Nesse caso específico ( projetar poder para além da ZEE ), precisar-se-ia de um NAe…
Você sabe que não temos chances com nem com 10 Naes.. dinheiro, material e pessoal perdidos … só precisamos de uma que devido a sua iminente perda servirá como propaganda na guerra psicológica a fomentar ódio na população brasileira contra as Estrelas da Morte que estarão ao largo seguro dando apoio as tropas invasoras em teritórios de baixa densidade demográfica , claro , bastando termos a oportunidade de filmar e fotografar o pessoal morto queimado, dilacerado, que possivelmente apareçam em nossas praias, doído mas é a verdade… afinal é a guerra.
Sou contra gigantismos defensivo, apoio contra golpes em matilha e enxames que são rápidos e imprevisíveis e que se movimentam o tempo todo, atacam recuam, atacam recuam atacam recuam.
Alguém sabe dizer quantos pilotos de caça a MB possui e se estão todos operando, treinando ou fazendo trabalhos burocráticos ?
Eu nunca vi o míssil MAA-1B Piranha II. O Brasil é mestre em produzir mísseis secretos!
Parabéns a nossa força aeronaval eu estou muito ansioso para ver o AF-1B e os Grumman “novos” da MB todos voando! Se vocês do DAN souberem como anda a modernização dos Trader gostaria de saber.
Sds.
O dia que uma dessas aeronaves lançar um míssil ar-mar será o dia que realmente teremos a tão perseguida dissuasão no atlântico. Torço muito que esse valoroso esquadrão tenha em breve uma aeronave de caça a altura do que queremos. Esse vetor mesmo obtuso pode, se bem armado, surpreender qualquer força tarefa. Se do outro lado não houver um poderoso interceptador já no ar e apoiado por sofisticado dispositivo de alerta antecipado, as probabilidades deste inimigo perder pelo menos uma unidade vital são enormes. Espero que estes pilotos não tenham que encarar protótipos a bordo, espero que a compra seja de uma aeronave já em uso naval, quem sabe o Mig-29K (ou a nova versão do Mig-35), quem sabe da mesma forma como a FÁB “ganhou de presente” o Mil-mi 35, numa compensação de balança comercial… Imagine que todos no ocidente iriam querer treinar contra esse guerreiro junto com nosso São Paulo ia ser um excelentes peças de relações exteriores. E não me falem que o peso não da na catapulta, pois não vai decolar para a CAP com carga máxima, o ataque ainda seria dos A-4 modernizados falo de adquirir 10 ou 12 aeronaves.
Os caças ficaram bons mais no estado da arte é demais só faltou o autor do texto falar que ficaram melhor do que o RAFALE M e o F18 naval. Falou , falou e o mais importante ele não disse como anda essa modernização e quando os caças vão ser entregue.
Precisamos desses caças prontos com urgencia para quando o A-12 voltar a comandar o Atlantico Sul eles estejam aptos a reinaugurar o PA com força total mas se continuar a modernização tão lenta eu não me surpreenderia se chegar 2025 e as primeiras células modernizadas começarem a dar baixa e ainda não tiverem sido nem modernizadas todas as 12 propostas, com a frota de AMX (A1M) é a mesma coisa, realmente uma pena e o pior é que uma modernização fica caro para os cofres das forças armadas, por que será que demora tanto? É a empresa que demora para concluir o serviço ou a FAB e a MB que ficam inadimplentes e a empresa não acelera o trabalho por falta de recebimento?
Tome como exemplo a corveta Barroso. Começou a ser construida ainda
durante a presidência do Itamar Franco, atravessou 2 mandatos do FHC
e só foi concluída no segundo mandato do Lula, ou seja, foram 14 anos
quando no máximo deveriam ter sido 7 , então é o que se chama de construção
à conta-gotas pois o orçamento é limitado e apenas um pouco pode ser feito a
cada ano.
Quanto ao A 12 a previsão é que retorne lentamente à operação em fins de 2016
e como planeja-se agora que ficará em serviço até 2028 serão outros 12 anos
mas que na prática será uma fração disso até por conta de mais manutenção que
terá que passar …navio “velho” é problema.
O AF-1 Falcão ficou ótimo mas a Marinha vai ter que pisar no pescoço mais cedo ou mais tarde … SU-34 é o que ela precisa que tem capacitação de transportar mísseis nucleares.
stadeu,
Se for para lançar armas nucleares, isso até o A-4 pode fazer…
http://www.youtube.com/watch?v=vGTIAaA5QDs
http://www.youtube.com/watch?v=3dIqfN_aPtY
A rigor, qualquer aeronave pode ser dotada dos sistemas necessários para transportar e lançar artefatos nucleares. Acontece que, para países que não possuem essa arma, qualquer aeronave que se compre virá sem essa integração em específico… Aliás, seria extremamente difícil alguém vender uma aeronave com capacidade para lançar artefatos nucleares já integrada. O único caso que conheço que tem alguma similaridade é referente a um punhado de Su-30 indiano, que estão sendo modificados para transportar armas estratégicas e teriam integrados o futuro míssil Nirbhay ( de produção indiana ). Mas vale lembrar que a Índia é uma potencia nuclear e já dispõe da tecnologia para lança-la. Por tanto, ter o Su-30 dotado dessa capacidade é a parte “menos difícil”…
RR
Isso é uma verdade, mas vamos falar outra.. o SU-34 seria muito mais máquina para nós em complemento ao A-4, o Quenn , você sabe, é para nós , para o Atlântico Sul e África… não é para Kim Jong-Un.
stadeu,
Resposta abaixo