Por Jon Hemmerdinger
A Embraer divulgou imagens de uma aeronave turboélice aparentemente conceitual com uma fuselagem aparentemente emprestada do E-Jet da empresa. A fabricante aeroespacial brasileira, que há muito discute a possibilidade de desenvolver um novo turboélice, tweetou uma versão digital do turboélice em 29 de outubro.
Separadamente, o presidente-executivo da Embraer Commercial Aviation, Arjan Meijer, tweetou uma imagem da aeronave de um ângulo diferente.
Os tweets direcionam para um podcast do Airfinance Journal durante o qual o vice-presidente de marketing da Embraer, Rodrigo Silva e Souza, diz que a Embraer continua estudando um novo avião turboélice em potencial. Ele acrescenta que a empresa busca “parceiros de negócios”.
As representações digitais mostram uma aeronave com uma fuselagem aparentemente idêntica a um E-Jet – talvez um E175 – e turboélices montados acima de uma asa baixa.
A cauda horizontal da aeronave bimotora fica acima de sua cauda vertical – um projeto de cauda em T que difere nitidamente do estabilizador convencional do E-Jet.
Os analistas há muito apelidam o turboélice conceitual da Embraer de “E3”. Eles especularam que poderia transportar algo entre 75 e 90 lugares.
A Embraer diz que tuitou a imagem “apenas para fins ilustrativos”. A empresa recusa comentários adicionais.
Em janeiro, o ex-presidente-executivo da aviação comercial da Embraer, John Slattery, disse à FlightGlobal que a Embraer estava há dois anos realizando um estudo de três anos sobre um potencial novo turboélice.
Ele também disse que a Embraer não avançaria com o projeto a menos que feche uma joint venture com a Boeing. Essa joint venture fracassou no início deste ano.
Michel Merluzeau, analista aeroespacial da consultoria AIR, acha que a indústria aeroespacial poderia usar tal aeronave.
Um novo turboélice teria economia incomparável em voos de 500-700nm (930-1.300km) de distância, ou com duração de no máximo 1,5-2h, diz ele.
Tal aeronave poderia tornar viáveis algumas rotas que não são econômicas com os jatos regionais de 50 passageiros de hoje, acrescenta.
Os concorrentes ATR e De Havilland Canada também fabricam turboélices, mas as aeronaves dessas empresas são baseadas em projetos de décadas atrás, observaram analistas.
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: DAN
FONTE: Flight Global
Para uma aeronave proposta como “revolucionária” a imagem pouco mostra e pode ser a primeira vista até decepcionante…
Mas um olhar nos detálhes dá sempre para especular ALGO…
As duas imagens são mostradas pela visão por trás, portanto pouco se vê da seção frontal e da cabine.
Como este projeto de aeronave tem propulsão declarada como híbrida-elétrica uma coisa que salta aos olhos nas imagens, são que as asas são de perfil aerodinâmico extremamente fino.
Presumivelmente pode ser que nem haja espaços de armazenamento de combustível nas asas.
MAS se presume pelos princípios de uma propulsão híbrida-elétrica que embora exista uma quantidade de combustível de aviação líquido embarcada nesta aeronave para alimentar supostos geradores elétricos, a QUANTIDADE NECESSÁRIA de combustível de aviação será muito menor que numa aeronave de propulsão a motor tubo-hélice tradicional.
Afinal a maior energia de propulsão virá da eletricidade e não da energia do combustível líquido.
Me dá a impressão que tanto o combustível líquido necessário como o necessário conjunto de baterias elétricas de buffer de segurança DEVEM ter sido concentrados no diferente abaulamento abaixo da fuselagem tradicional e de onde saem DIRETAMENTE as finas asas. Já a uma boa distância lateral da fuselagem central.
Este CORPO MAIOR seria uma enorme AMPLIAÇÃO do caixão central das asas, extremamente anabolizado numa grande estrutura que nem compõe mais a fuselagem central tradicional.
Está muito evidente, saindo tanto pelas laterais como para baixo da fuselagem, como uma grande semi-asa aerodinâmica.
Lembra um pouco aqueles abaulamentos inferiores do trem de pouso do Millenium KC-390, mas neste projeto de asa baixa , estas finas asas acabam saindo diretamente deste diferente conjunto estrutural.
A imagem inclinada não dá para ver direito mas meu “SENTIMENTO” é que ao contrário do KC-390 os abaulamentos são ligados por baixo, por um plano contínuo, o que daria uma configuração geral mais de um berço aerodinâmico ou uma asa voadora com uma calha central onde a fuselagem tradicional se assenta.
Para mim faz sentido “revolucionário” que se projete um conjunto propulsor híbrido-elétrico na forma de um berço com asas (num conjunto independente de propulsão) onde você possa adaptar diferentes configurações de fuselagem conforme o seu interesse. Mas isso é apenas uma especulação selvagem da minha parte… KKKK
Outra coisa que reparei na arte é que tanto o posicionamento alto dos motores turboprop acima das asas inclusive a adoção de uma forma aerodinâmica das suas naceles integradas.
Este detalhes me indicam um uso surpreendente da maior parte do fluxo gerado nos hélices de propulsão e do aproveitamento proposital de engenharia do “efeito coanda”.
Efeito onde o fluxo de ar acelerado proveniente das pás se torna aderente ao extra dorso superior das asas e com seu deslocamento aumenta o efeito de baixa pressão e a sustentação da aeronave.
Esta solução é mais conhecida em jatos soviéticos como os Antonovs AN-72 e AN-74…
Mas parece também aqui ser o caso neste projeto, que faz sentido e pode ajudar na operação em pistas mais curtas pela sustentação extra dada na decolagem pelos motores…
O que faz muito sentido numa aeronave destinada à aviação regional….
Foi o que deu para especular…
Mais um dado que se pode especular é que a capacidade de passageiros desta aeronave é de cerca de 84 passageiros.
Uma vez que a imagem da aeronave conta com 21 janelas de passageiros de cada lado e se a isto corresponder uma configuração simples de dois assentos por janela (e não houver janelas sem assentos)…
Isto dará 2×21 igual a um total de 42 janelas de passageiros na aeronave.
Com 42 x 2 assentos por janela é igual a 84 assentos de passageiros…
Em breve nas cores da FAB…
Bonito o bichão!
Assim desponta o Futuro avião de Patrulha Marítima da FAB.