A área de defesa da Embraer, que em 2012 registrou receita superior a US$ 1 bilhão, começou o ano com uma carteira de pedidos mais robusta. A Força Aérea Brasileira (FAB), principal cliente da companhia no setor de defesa, assinou contrato de US$ 215 milhões para a modernização de cinco aeronaves E 99, utilizadas em missões de vigilância e alerta aéreo antecipado na Amazônia.
Com o novo contrato, o volume de pedidos em carteira da unidade de Defesa e Segurança da Embraer, que no último trimestre de 2012 era de US$ 3,4 bilhões, subiu para US$ 3,7 bilhões. O setor respondeu por 18% da receita global da empresa no ano passado e a previsão é que, em 2013, seja responsável por cerca de 20% do faturamento.
O projeto de modernização das aeronaves de vigilância da FAB, segundo a Embraer, prevê a atualização dos sistemas de guerra eletrônica, de comando e controle, de contramedidas eletrônicas e do radar de vigilância aérea. Parte do trabalho será feita pela Atech, empresa coligada da Embraer Defesa e Segurança.
Desenvolvido sobre a plataforma do jato regional ERJ-145, o E-99 realiza missões de gerenciamento do espaço aéreo, posicionamento de caças e controle de interceptação, inteligência eletrônica e vigilância de fronteiras.
O E-99, designação que a FAB deu para as aeronaves EMB 145 AEW&C, da Embraer, atua em conjunto com três aeronaves R-99, da mesma plataforma, mas com a função de identificar queimadas e desmatamento ilegal, poluição de rios e áreas alagadas, além de levantamento de dados para mapeamento da Amazônia.
As atividades da Embraer Defesa e Segurança relacionadas à modernização de aeronaves estão apoiadas hoje em três projetos principais, além do E-99: o segundo lote dos caças F-5 BR (11 aeronaves), o AMX (44 aeronaves) e os caças A-4, da Marinha (12).
Em entrevista concedida ao Valor no fim do ano passado, o presidente da Embraer Defesa e Segurança, Luiz Carlos Aguiar, disse que alguns projetos, como o AMX e o A-4, terão um incremento a partir deste ano, pois terminaram a fase de desenvolvimento e engenharia e vão começar a fase de produção, o que representará um crescimento na receita e no fluxo do negócio.
O projeto de desenvolvimento na área de defesa mais desafiador para a Embraer, no entanto, continua sendo o do cargueiro KC-390, que tem voo inaugural previsto para outubro de 2014. Atualmente, segundo o Ministério da Defesa, mais de 800 engenheiros e técnicos da Embraer estão engajados nesse projeto.
FONTE: Valor Econômico – Por Virginia Silveira