Por Fábio Murakawa & Virgínia Silveira
A Embraer está expandindo as atividades das suas fábricas instaladas em Évora,Portugal, para atender a produção de peças e componentes para os novos aviões da companhia: o Legacy 450, o Legacy 500, da aviação executiva, os jatos comerciais E2 e o cargueiro militar KC-390.
A empresa brasileira investirá 150 milhões de euros com o apoio de recursos de fundos liberados pela Comissão Europeia, como parte de um programa para estimular o investimento no país europeu, segundo Miguel Frasquilho, presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (Aicep). Pelo programa, a companhia poderá recuperar, ao final do processo, 25% do investimento na forma de benefícios fiscais, de acordo com Frasquilho.
A Embraer não confirmou a informação, mas declarou que os investimentos em Portugal fazem parte do alinhamento entre as prioridades deste país e a estratégia industrial da companhia. Frasquilho, porém, afirma que a empresa já se candidatou ao fundos. “A Embraer, que é um investidor de referência em Portugal, vai reforçar sua presença em nosso país com um investimento de 150 milhões de euros e concorre a esses fundos.”
Segundo ele, a Comissão Europeia disponibilizou cerca de US$ 10 bilhões para subsidiar investimentos em tecnologia e inovação em Portugal, entre 2014 e 2020. Frasquilho esteve no Brasil no fim em maio para tentar estimular outras empresas brasileiras a se aproveitar dos fundos europeus e investir por lá. O Brasil foi a principal fonte de investimentos diretos em Portugal em 2014, com cerca de US$ 3,5 bilhões. “Nós gostaríamos de reforçar esse montante”, disse.
Em 2012, a Embraer a também foi beneficiada com recursos de fundos comunitários de Portugal para realizar o investimento total de 177 milhões de euros, aplicado na construção das fábricas de Évora. Segundo a empresa, a criação dos dois centros de excelência em Évora contribuem para apoiar o governo de Portugal no plano de estabelecer, na sua base industrial, uma oferta competitiva em nível global para o setor aeronáutico. Inauguradas em 2012, as unidades de Évora são responsáveis pelo fornecimento de materiais compósitos e metálicos para os jatos E2 e jatos executivos.
Em Évora, a Embraer também produz as longarinas e os painéis de revestimento das asas do KC-390, assim como o estabilizador vertical e o estabilizador horizontal da aeronaves. A fábrica da Ogma, em Alverca, uma subsidiária da Embraer em Portugal, também produz partes do KC-390. O fornecimento dos painéis da fuselagem central, carenagens para os trens de pouso, as portas dos trens de pouso principais e os profundores do KC-390 é feito em conjunto com a portuguesa EEA (Empresa de Engenharia Aeronáutica).
A Embraer explicou que a parceria industrial que fechou com Portugal para o programa do KC-390 está focada no trabalho com a EEA. A parceria foi motivada pela assinatura de uma carta de intenção de compra, pelo governo português, para seis aeronaves KC-390.
Segundo a mídia portuguesa, autoridades brasileiras querem levar o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho para o voo inaugural da aeronave, em visita que ele deve fazer a Brasília ainda neste ano.
FONTE: Valor Econômico
A EMBRAER está reforçando sua posição em Portugal através desses investimentos para de certa forma possa “amarrar” o ministro Português a cumprir com sua carta de intenção de compra e realmente comprar as seis KC-390 anunciados…
Depois que Portugal cambaleou na decisão de comprar ou não é necessário pressionar de alguma forma pois não pega bem se um país parceiro de projeto pular fora e não comprar o próprio produto…
Amigo, não é só isso. Também tem a questão do mercado europeu de jatos executivos e regionais que é muito grande, e uma fábrica por lá abre portas para o mercado europeu. Uma dessas portas por exemplo foi citado, que são os subsídios…
Com certeza Marcelo
Essa finalidade que você citou deve mesmo ser a principal, mas querendo ou não esse aumento na presença da uma amarrada em Portugal também para comprar os KC-390, isso dá…
A EMBRAER