Duas aeronaves P-3AM da Força Aérea Brasileira cobriram uma área superior a um milhão de quilômetros quadrados e identificaram 230 embarcações durante a Operação Albacora 2013, realizada na primeira quinzena de julho. Em doze dias, um P-3AM baseado em Fortaleza (CE) e outro em Natal (RN) conseguiram mapear toda a atividade marítima pelos navios na região que envolve o arquipélago de Fernando de Noronha e os Penedos de São Pedro e São Paulo.
De acordo com o Tenente Coronel Fábio Morau, Comandante do Esquadrão Orungan, durante a Albacora 2013 os P-3AM utilizaram sistemas embarcados capazes de detectar todo tipo de embarcação, inclusive à noite. “A tecnologia aeroembarcada é a mais moderna do mundo e nós somos capazes de realizar diversos tipos de missões”, explica.
Com mais de 30 metros de uma ponta da asa à outra e com o comprimento de nove carros populares enfileirados, cada P-3AM é capaz de realizar voos com até 16 horas de duração, o suficiente para patrulhar grandes áreas do litoral brasileiro ou até para ir à África e voltar em uma mesma missão. Dentro da fuselagem, computadores ligados em rede postos lado a lado fazem a cabine parecer uma lan house. A diferença é que as telas mostram dados de sensores como o radar, detector de anomalias magnéticas e sistemas visão de longo alcance, inclusive para observação noturna.
Vigilância e proteção do meio ambiente
As operações acontecem de forma conjunta com a Marinha do Brasil e envolvem, sobretudo, a vigilância da zona econômica exclusiva (ZEE) brasileira. Os P-3AM da FAB também atuam nas missões de busca e salvamento. Por força de Tratados Interncionais, o Brasil é responsável pela busca e salvamento de uma área de 22 milhões de Km², quase três vezes o território continental do País, o que também inclui praticamente a metade do Atlântico Sul.
Operações como a Albacora também podem resultar na defesa do meio ambiente. Em missões de patrulha, as aeronaves da FAB podem identificar embarcações que deixam vazar óleo ou realizam a prática de “lavagem de porão”, quando os tanques são lavados com a água do mar. Essas práticas criminosas afetam a vida marinha.
Os sensores do P-3AM conseguem identificar os rastros na superfície do mar e, desta forma, identificar a embarcação de origem, mesmo muitas horas depois da abertura dos tanques. O P-3AM pode fotografar o navio infrator e encaminhar as fotos com um relatório para as autoridades ambientais, como prova para a aplicação de multas.
A FAB começou a receber seus P-3AM a partir de 2011. Ao todo, oito unidades farão parte do Esquadrão Orungan, baseado em Salvador (BA), mas capaz de atuar em qualquer ponto do Brasil.
Assista ao vídeo que mostra uma missão de busca de submarinos realizada pelo P-3AM durante a Operação Atlântico de 2012.
FONTE: II FAE e Agência Força Aérea