Virgínia Silveira
A fabricante de helicópteros Helibras pretende alcançar em 2015 a meta de fazer com que o faturamento do grupo seja 50% proveniente da venda de suporte e serviços ao cliente, reduzindo assim a dependência dos projetos na área de defesa, que vive um período de redução de verbas e contingenciamento.
O crescimento da receita na área de serviços e suporte ao cliente também faz parte de uma meta global estabelecida em 2011 pela Airbus Helicopters (controladora da Helibras) para todas as unidades do grupo no mundo.
O objetivo da companhia, segundo o vice-presidente de suporte e serviços da Helibras, Flávio Pires, é que a participação de 50% seja atingida até 2016. Em 2014, no entanto, a receita no setor de serviços já respondeu por 48% do seu faturamento.
Nos últimos dois anos e meio a empresa também dobrou a receita da venda de peças, que ganhou impulso com os investimentos feitos na melhoria dos serviços e do atendimento ao cliente. “Em 2014 vendemos 25% mais peças que no ano anterior”, revelou o executivo.
A Copa do Mundo, segundo Pires, foi um fator sazonal que também puxou as vendas, tendo em vista as antecipações de manutenção que foram feitas pelas Forças Armadas e policiais. “A demanda por serviços foi intensa durante 90 dias, antes, durante e depois da Copa do Mundo”, explicou.
A expectativa da Helibras para este ano é que o faturamento no segmento de serviços e suporte atinja a marca de R$ 200 milhões. Um fator que contribuirá para este desempenho, segundo Pires, é a criação de um centro de serviços dedicado ao mercado pré-sal, que vai atender os operadores do segmento de offshore em suas bases.
O serviço era feito antes pela Airbus Helicopters e começou a ser assumido integralmente pela Helibras em dezembro, diz o vice-presidente da empresa. O novo “fleet center” da Helibras fica concentrado no Rio de Janeiro, dando apoio aos principais operadores da marca, como Omini, BHS e a Aeroléo.
“Temos 40 helicópteros, sendo 14 Super Puma EC225 operando em áreas de plataforma de petróleo da Petrobras e voando uma média de 600 horas por ano cada um”, comentou. Pires explica que devido ao grande número de horas voadas a demanda por peças e serviços tende a ser muito alta.
O executivo diz que a boa infraestrutura que a empresa adquiriu no Brasil no segmento de serviços e suporte ao cliente foi impulsionada principalmente pelo programa de industrialização dos helicópteros EC725, que estão sendo desenvolvidos e produzidos no Brasil para as Forças Armadas.
A construção da linha de produção para o EC725, em Itajubá, e mais o treinamento de mão de obra absorveram um investimento total de R$ 430 milhões. Outros R$ 66 milhões foram investidos desde 2012 pela empresa no setor de suporte e serviços para garantir um melhor atendimento aos clientes e apoio aos 750 helicópteros da marca no país. Este número representa 47% da frota brasileira de helicópteros a turbina em operação.
Pires lembra que a Helibras também investiu R$ 90 milhões na implantação do novo centro de treinamento e simuladores no Rio de Janeiro, previsto para ser inaugurado no segundo semestre deste ano. O local abriga o simulador do modelo EC725 e de sua versão civil, o EC225. No ano passado a Helibras ministrou mais de 70 cursos de treinamento em seu centro de Itajubá para cerca de 300 profissionais, entre pilotos, mecânicos e técnicos.
A existência de um simulador no Brasil, segundo Pires, representa redução de custos e de tempo para o treinamento de pilotos, que antes tinham que ir para a França. O treinamento também é específico para cada tipo de operação. No caso de missões offshore, por exemplo, o piloto recebe instruções sobre pouso à bordo de navios e plataformas de petróleo, situações de emergência, voo por instrumentos, entre outros.
Em Atibaia a Helibras opera um centro logístico que centraliza as informações sobre pedidos de assistência técnica, vendade peças de reposição ou contratação de serviços de manutenção. O processo de desembaraço das peças importadas da matriz na França, segundo Pires, é facilitado pelo regime de despacho aduaneiro Linha Azul, que libera em menos de um dia as mercadorias. A Helibras possui um estoque de peças em Atibaia avaliado em R$ 160 milhões.
FONTE: Valor Econômico
O ”Boom” do pre-sal … ta sendo esperado pra 2018/20 … o mesmo em relação a equipamentos / logística …. apesar da crise .. a tendência e q a coisa melhore .. pro fim desse ano .e. 2016 … q a Helibras se prepare
Depois da tesourada de dois anos sem novas entregas para as forças armadas a empresa tem que se virar para tentar manter a receita e não deixar sua mão de obra especializada se espalhar… E torcer para que o governo retome as encomendas do EC-725 até atingir no mínimo as 50 unidades planejadas inicialmente
Crises econômicas são sazonais, mas isto não quer dizer que se deve ficar parado, esperando passar, deve-se adequar a realidade, mas o melhor atendimento ao cliente já deveria ser prioridade a muito tempo, isto por si só fideliza e mantém a clientela mais próxima, não é preciso que se tenha dificuldades para se fazer isto.
Quando as coisas melhorarem, o governo (defesa) volta às compras e os investimentos pra isto serão minorados se conseguirem manter sua estrutura funcionando a contento. Assim não perderão espaço para outras empresas que somente querem vender e não têm capacidade industrial e de manutenção instalada em território nacional.
Até mais!!!
Petróleo será o lance, petróleo do Brasil, petróleo do Atlântico Sul .