Por Ivan Plavetz
Aposentados no último dia 31 de dezembro, os Mirage 2000C/D (F-2000 C/D) da Força Aérea Brasileira (FAB) pertencentes à frota Primeiro Grupo de Defesa Aérea (1ºGDA), Esquadrão Jaguar,deixaram uma lacuna que será preenchida a curto prazo pelos aviões de combate Northrop F-5M Tiger II até que cheguem à Base Aérea de Anápolis (BAAN), em Goiás, os primeiros Saab Gripen.
Embora essas plataformas tenham sido fabricadas nos anos de 1970, o recheio eletrônico desses caças esta 30 anos adiante, conferindo ao modelo a capacidade de cumprir a tarefa de defender o espaço aéreo do Planalto. Radar multimodo Selex Galileo Grifo F/BR, sistema de autodefesa incluindo RWR (alerta radar), lançadores de “flare”(contramedidas), misseis ar-ar Python 4 (curto alcance – off boresight) e Derby (além do horizonte – BVR), HMD (visor e mira montados no capacete) e avançados computadores de navegação e missão tornaram os Tigres da FAB vetores de combate a altura de suas tarefas. Apesar de mais lentos (menos potência) que os Mirage 2000, os F-5M podem alcançar a capital brasileira em apenas sete minutos.
Inicialmente, um único Northrop F-5M esta operando naquela base, permanecendo em alerta para ser acionado a qualquer hora do dia e da noite. A cada 15 ou 20 dias um par de pilotos oriundos de um dos três esquadrões da FAB que operam F-5M (1º/14º GAv.Esquadrão Pampa(Canoas,RS), 1º/4º GAv, Esquadrão Pacau (Manaus,AM) e 1º GAvCa, Jambock e Pif-Paf (Rio de Janeiro), ficam responsáveis pelo avião em caso de acionamento. Simultaneamente, um grupo de mecânicos pertencentes às três unidades mencionadas foram incumbidos de cuidar da “saúde” da aeronave para que sua disponibilidade seja sempre imediata.
Assim como acontece com o esquadrões Pampa, Pacau, Jambock e Pif-Paf, bem como com os esquadrões Escorpião(1º/3º GAv.) de Boa Vista (RR), Grifo (2º/3º GAV.) de Porto Velho (RO), Flecha (3º/3º GAv.) de Campo Grande (MS), todas as operações executadas pelo 1º GDA são coordenadas pelo Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (COMDABRA), o qual coordena também outros meios de defesa aérea do País, como por exemplo, as baterias antiaéreas da FAB, Exército e Marinha. O COMDABRA conta também com o apoio das plataformas E-99 e R-99, ambos operados pelo Esquadrão Guardião (2º/6ºGAv), também sediado na BAAN.
Seis pilotos que atuaram no 1º GDA antes da desativação dos Mirage 2000 estão recebendo instrução no 1º GAVCa e 1º/14º GAv através do Curso de Formação Operacional, para voarem os F-5M. Tal medida indica que o 1º GDA deverá ter sua frota de F-5M ampliada para manter a defesa aérea da capital federal até a chegada dos Gripen. Os planos indicam que esses oficiais aviadores serão treinados no F-5M e posteriormente no recém selecionado caça sueco. É oportuno lembrar que onze caças F-5E/F comprados da Jordânia estão neste momento em processo de modernização pela Embraer Defesa e Segurança (EDS) na divisão industrial de Gavião Peixoto, interior do estado de São Paulo.
FONTE:T&D
Luiz Padilha não sei se e uma opnião muito certa da minha parte ,mas você não acha que o numero de aeronaves F-5M que estão permanecendo em alerta e um numero bem pequeno dado o tamanho do brasil ?
Lucas, a FAB faz o que pode com o que tem.
Sim, não é o número ideal, mas cumpre o necessário. Assim que os “novos” F5 ex-Jordânia chegarem, irá melhorar um pouco.
Até lá, “é o que tem pra hoje!”
abs
obrigado por ter esclarecido minha duvida , mas na teoria então hoje dentro da aviacão de caça brasileira esse “novos” F-5 Jordânianos que estão sendo modernizados podem ser considerados o “OURO” da FAB para proteger o espaço aereo brasileiro ?
abs
Nunca. Eles não serão nada além do que o Mike hoje é.
Portanto, eles só agregarão número.
Pense num time de futebol precisando ter um banco de reservas. Com os jordanianos a FAB tera um banco.
Será que teremos pelo menos fotos dos dois Mikes armados com Piranha, Python e Derby? outra coisa, qual seria o tempo de reação entre a detecção e a decolagem do F5 e o raio de ação?
Desculpe a ignorancia
Mais porque a modernização do mirage se torna proibitiva ???
Não daria para fazer um sucateamento dos caças para manter pelo menos uns 2 ativos ainda ???
E porque enquanto aguarda os gripes, não compramos logo uns f-16, f-14, f-15, su-30, mig-29 por exemplo que está tudo a pronta entrega tanto pelos estados unicos no cemiterio (creio eu que em 30 dias conseguem ja liberar umas peças para uso) ou na russia ???
Ou talvez, mandar tbm uns super tucano para a capital federal para ajudar e não desgastar tanto os f-5m ??
Outra duvida, o brasil tbm precisa de um caça leve para treinamento, não seria uma oportunidade adiquirir uns pampas II dos nossos los hermanos argentinos ???
aguardo respostas!
Luiz Gabriel,
Tentarei responde uma por uma de suas perguntas:
– Um dos grandes entraves da família Mirage 2000 é o fato de que sua produção cessou já tem alguns anos, o que, somado ao fato dessa aeronave deixa o serviço ativo na própria França, resulta que a escala de aeronaves em operação diminui, diminuindo também a demanda por peças, levando a uma escassez dessas no mercado, e tornando sua operação muito mais cara…
Só para efeito de comparação, os Mirage 2000 indianos estão sendo modernizados a um custo estimado de mais de 60 milhões de dólares cada um, se somarmos o preço da transferência tecnológica francesa. Daí que isso é o preço de, por exemplo, de três a quatro caças JF-17 novos de fábrica!
– Quanto a manter os Mirage 2000, até seria possível manter dois deles ativos, mas isso seria sem propósito… Duas aeronaves ativas são um fator praticamente nulo no que diz respeito a patrulhamento aéreo. Sempre é necessária uma quantidade maior que essa, pois, com índices de disponibilidade que nunca são 100% para ninguém, sempre se pode esperar aeronaves que terminem paradas por problemas inerentes a manutenção. E quase sempre, em um intercepção, sobem duas aeronaves ( uma necessidade para que uma aeronave sempre apoie a outra no procedimentos dessa atividade )… Se duas sobem, não fica nenhuma reserva. Mesmo que sejam complementadas por F-5, uma operação como essa é anti-econômica…
– Comprar um F-16 ou Flanker até é possível, mas dentro do que seria o ideal para se padronizar uma força aérea e mante-la com a melhor operacionalidade possível, aeronaves “tampões” não seria o recomendável; ainda mais se for por uns poucos anos. Dependendo da escolha, chega até a ser anti-econômico… Contudo, se é inevitável, convêm que seja uma aeronave mais próxima possível dos próprios padrões escolhidos. No caso específico do Brasil, que já selecionou o Gripen NG, o mais lógico é optar por aeronaves da variante anterior. E os suecos tem Gripens das variantes anteriores em seus estoques…
Por fim, todas essas aeronaves, sejam elas de qualquer procedência e que estiverem estocadas em outros países, precisariam passar por uma preparação nas instalações do fabricante, quer seja para revitalizar suas estruturas ou mesmo modernizar seus componentes. E isso pode consumir meses; ou até mais de um ano, dependendo do estado das aeronaves ou o que se pretende com elas… Mesmo que se opte por aeronaves que estejam em uso no país que se pretende comprar, elas precisariam passar pelo fabricante para uma adequação para a entrega a outro usuário ( o que poderia incluir uma troca de equipamento e/ou revisão ).
– O Super Tucano apenas seria capazes de manter pessoal adestrado… E nesse sentido, poderiam sim ser utilizados para não permitir que os pilotos do GDA percam suas habilidades de voo…
– O Pampa é realmente um avião interessante. Mas existem modelos melhores no mercado. Yak-130, M-346, e por aí vai.
Saudações.
Como posso me expressar melhor: pra inglês ver. Essa defesa, que já era meia boca com Mirage, agora é pra no máximo defesa contra turbo-hélices. A FAB merecia algo mais eficaz. Já disse em vários locais o que vou escrever aqui: espero que não sejamos testados porque seria complicado. A FAB consegue fazer milagres com o equipamento que temos, podem ter certeza disto. A sétima economia do mundo, que não consegue antecipar uma chuva e que um voo de 3 horas passa a ter 30 devido à infra estrutura deveria ter esquadrões condizentes com a posição econômica global que tem. Este mesmo país aspira uma vaga permanente no conselho de segurança… mas de que maneira?
Python 4+DASH nos nossos agressivos e ‘modernizados’ Tiger! Agora nem o Paraguai pode atacar Brasília….. pena que não estamos mais no fim dos anos 90.
Estas ocasiões nos arremete ao pensamento: ” Quanto maior a dificuldade, tanto maior o mérito em superá-la.”( Henry Ward Beecher )
Boa sorte aos profissionais da BAAN/1ºGDA e que em muito em breve recebam seus vetores definitivos, mesmo que em um período transitório.
Muito boa a matéria; Padilha, gostaria de saber de vocês do DAN não poderiam fazer uma matéria comparando as forças aéreas latino-americanas e dando enfase em especial a situação brasileira de agora(operando somente os F-5M e os AMX), e no futuro já sendo operados os novos vetores(Gripen NG/BR, KC-390, e outras plausíveis aquisições da FAB).
Valeu.
PS: Se possível, contar também com as futuras aquisições de nossos vizinhos, como por exemplo a possível compra pela argentina de aviões Israelenses.
Assim que possível. Ok?
Ok, valeu.
Porque os mirages 2000c/d não foram modernizados como os f-5m?
Porque os custos se mostraram proibitivos.