O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) deu início, no último dia 15, à primeira fase de um projeto especialmente dedicado às operações aéreas na região de plataformas petrolíferas da Bacia de Santos. Parte do empreendimento “Melhoria dos Serviços de Navegação Aérea nas Bacias Petrolíferas – Áreas Oceânicas – PFF-008” do Programa Sirius Brasil, a Fase 1 do projeto entrega uma série de benefícios aos usuários da região, a partir da estruturação de um espaço aéreo offshore com novas rotas aéreas especialmente destinadas às operações das aeronaves de asa rotativa.
Na ocasião, o voo inaugural da aeronave PR-BGN, da empresa CHC Táxi Aéreo, recebeu as boas-vindas, ao novo espaço aéreo offshore, do Segundo Sargento Jhonathan Gabriel de Oliveira Pinheiro, controlador de tráfego aéreo do Controle de Aproximação do Rio de Janeiro (APP-RJ): “a partir deste momento, está sendo implantada a primeira fase do Projeto PFF-008 do Programa Sirius Brasil. A Fase 1 do projeto proporcionará o aumento da segurança operacional e da consciência situacional entre os voos offshore, por meio da utilização da carta aeronáutica especial da Bacia de Santos e da disponibilização de três frequências para a auto coordenação na região. Ao ingressar no portão DILBIL, sua aeronave será a primeira a utilizar o conceito derrotas RNAV para a navegação offshore VFR na Bacia de Santos”, anunciou na fonia. Desenvolvido pelo DECEA, a coordenação do projeto ficou a cargo da Divisão Operacional do Segundo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo, (CINDACTA II), que contou com a participação, sobretudo na fase de planejamento, de todos os atores envolvidos nas operações cotidianas da região, como Petrobrás, Infraero, NAV Brasil, exploradores de petróleo, empresas aéreas, pilotos, entre outras organizações.
Entre os objetivos da iniciativa, estão o incremento da segurança operacional e a estruturação do espaço aéreo na Bacia Petrolífera de Santos, com modernas técnicas de circulação aérea, visando atender à crescente demanda offshore e o desenvolvimento dessa área estratégica do pré-sal brasileiro.
De início, uma análise prévia das demandas de serviços de navegação aérea na região, realizada pelas equipes do DECEA, identificou as necessidades da indústria e dos operadores. Entre outras, o estabelecimento da navegação por meio de cartas aeronáuticas. Com o número de movimentos aéreos já elevado, tornou-se imprescindível a organização desses tráfegos a curto prazo, de modo a prover mais segurança às operações.
Do mesmo modo, tomando por referência os aeródromos mais atuantes nesse tipo de operação (aeródromos de Cabo Frio e de Jacarepaguá) e as principais unidades marítimas (cerca de 100 plataformas), foram criadas cartas aeronáuticas especiais, no intuito de melhorar a consciência situacional dos pilotos e reduzir a incidência de conflitos, sobretudo aqueles com rumos opostos, onde o piloto possui menos tempo de tomada de decisão.
Para assegurar a separação entre as aeronaves durante essa primeira fase, quando ainda não há uma infraestrutura completa de comunicação aeronáutica, serão estabelecidas altitudes específicas para realização dos voos.
A definição de altitudes para os voos de ida e retorno às unidades marítimas garantirá a separação vertical na maioria dos cruzamentos durante o deslocamento, além de evitar os conflitos em rumos contrários, chamados proa a proa. A nova circulação aérea na Bacia está pautada na Circular de Informações Aeronáuticas AIC N 27/21, que entrou em vigor no próprio dia 15.
Para o gerente do empreendimento, Tenente Coronel Especialista em Controle de Tráfego Aéreo Marcus Luiz Pogianelo a iniciativa “é de suma importância ao aprimorar a segurança dos operadores aéreos da região e prover maior eficácia às operações aéreas nessa região estratégica do pré-sal”. Ainda segundo o oficial, em continuidade ao projeto, já estão previstas outras iniciativas, como o início dos estudos para implementação do Sistema de Vigilância ADS-B e das Estações Meteorológicas de Superfícies Automáticas (EMS-A), a serem entregues na inauguração da segunda fase do projeto, prevista para 2023.
Bacia Petrolífera de Santos
As atividades de prospecção e exploração de petróleo no litoral do País são desenvolvidas nas unidades marítimas (plataformas) localizadas nas áreas oceânicas, suportadas por infraestruturas de apoio baseadas na área continental. A grande maioria das unidades marítimas são equipadas com helipontos para viabilizar o transporte de passageiros e cargas com agilidade.
A Bacia Petrolífera de Santos, em particular, abrange uma extensão de área de aproximadamente 350 mil quilômetros quadrados, o que impõe novos desafios operacionais e logísticos aos gestores. Atualmente, a circulação aérea nesta região é realizada por helicópteros modernos e velozes, em rotas de até 200 Milhas Náuticas (370 km).
A maior bacia sedimentar offshore do país é também a maior produtora de petróleo e gás natural do Brasil. Em números relativos, a participação da Bacia de Santos equivale a 63% da produção de petróleo e de 64% do gás natural da produção nacional.
FONTE: DECEA