Entre os dias 4 e 15 novembro, mais uma vez, o Nordeste brasileiro vai ser palco do maior exercício de guerra aérea da América Latina. A CRUZEX Flight 2013 deve reunir 90 aeronaves do Brasil e de mais oito países nas Bases Aéreas de Natal e do Recife. O objetivo será treinar estratégias e táticas da guerra aérea moderna no contexto de uma coalizão.
Nesta semana, militares do Brasil, Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Equador, Estados Unidos, Uruguai e Venezuela se reuniram na Base Aérea de Natal para a última reunião preparatória da CRUZEX Flight 2013. Foram firmados os detalhes das operações aéreas, aspectos legais e a logística necessária. Ficou decidido que haverá intercâmbio entre brasileiros e estrangeiros em diversas áreas, mas a Direção será realizada exclusivamente pela Força Aérea Brasileira.
“O exercício CRUZEX 2013 é uma das atividades de prioridade do nosso Comando da Aeronáutica e está confirmado”, garante o Coronel João Bosco Lúcio da Silva Félix, Vice-Diretor do exercício. Na sua sétima edição, a CRUZEX deve reunir mais de 2 mil homens e mulheres, entre aviadores, mecânicos, forças especiais e pessoal de apoio, divididos entre Natal (RN), Recife (PE) e um pequeno contingente em Caicó (RN).
Para o Major Steve Neta, da Real Força Aérea do Canadá, o exercício é uma boa oportunidade de trabalhar em parceria. “O que a gente espera é aproveitar para compartilhar experiências com tripulações de outros países”, disse. Essa será a primeira vez que o Canadá participa da CRUZEX com aeronaves. O país levará para Natal (RN) dois cargueiros CC-130J Hércules.
Aeronaves
Entre os aviões de combate, a Base Aérea de Natal irá receber os A-4AR (Argentina), F-16 (Chile, Estados Unidos e Venezuela), IA-58 (Uruguai), A-37 (Uruguai e Colômbia) e A-29 Super Tucano (Brasil e Equador), além dos F-5EM, F-2000 e A-1 do Brasil. No Recife, ficarão os aviões KC-767, KC-135 e KC-130, de transporte e reabastecimento em voo, e aviões-radar E-99 da Força Aérea Brasileira.
Neste ano, os aviões de transporte C-130 Hércules também ficarão em Natal (RN) e vão realizar missões reais de lançamento de paraquedistas e carga. Outra novidade é a participação dos helicópteros de ataque AH-2 Sabre da Força Aérea Brasileira.
Em Caicó (RN), a Força Aérea Brasileira irá manter um helicóptero de alerta para casos de emergência.
Divulgação ao vivo pela internet
No dia 9 de novembro, ocorrerá na Base Aérea de Natal o evento “portões abertos”, quando a população poderá ver de perto as aeronaves que participam da CRUZEX Flight 2013. Também haverá a cobertura detalhada da CRUZEX por meio do site www.cruzex.aer.mil.br e também pelas mídias sociais da FAB. O planejamento inclui até a transmissão ao vivo de alguns momentos do exercício, como a decolagem dos “pacotes” de ataque, composto por dezenas de aeronaves.
Entrevista com Coronel João Bosco Lúcio da Silva Félix, da Força Aérea Brasileira, Vice-Diretor da CRUZEX Flight 2013
Quais as principais novidades da CRUZEX neste ano?
Nós teremos uma participação ainda maior das aeronaves de caça. Novas táticas de combate aéreo serão treinadas e experiências serão trocadas entre as unidades de caça. E também teremos, na parte de transporte, um considerável aumento na participação de países. Além do Brasil, nós teremos aeronaves C-130 do Canadá e da Colômbia. Isso será um incremento muito bom no exercício porque, inclusive, teremos o lançamento de Forças Especiais do Brasil, dos Estados Unidos, do Canadá e da Colômbia realizando missões de salvamento em combate (C-SAR) e guia aéreo avançado para a aviação de caça. Isso será muito bom como troca de experiências.
E quanto à estreia dos helicópteros AH-2 Sabre da FAB. O que se espera com o uso dessas aeronaves?
A aviação de helicóptero será mais uma grande novidade que teremos para este ano porque teremos um emprego em massa de helicópteros realizando missões de salvamento em combate e também de simulação de ataques a objetivos no terreno. Por isso, teremos um emprego bastante considerável dos helicópteros AH-2 Sabre da nossa Força Aérea.
Com a participação de F-16 modernos de alguns paises é como se nossos caças interceptadores fossem da era do gelo.
O consórcio Rafale está levantando a possibilidade de modernizar os Mirage 2000C e converte-los em Mirage 2000-5 armados com mísseis MICA! Será que ainda é viável manter 12 caças despadronizados na FAB?
Muito boa esta introdução dos AH-2 Sabre no exercício CRUZEX… Para aperfeiçoar a doutrina de emprego é uma ótima oportunidade!