A Saab planeja ter oito caças Gripen E voando até o final deste ano e realizando testes de voo.
A empresa tem dois JAS39E voando na base de Linkoping, o 39-8 e o 39-9, e a terceira aeronave, o 39-10, pode fazer seu primeiro voo nas próximas semanas.
A produção em série das aeronaves já está em andamento, com quatro aeronaves em fase final de montagem, incluindo a primeira aeronave brasileira.
Várias dessas aeronaves serão padrão de produção, mas equipadas com instrumentação de teste de voo. A segunda aeronave também está voando com seu extenso conjunto de sensores, incluindo o pacote de guerra eletrônica e o radar AESA Raven, desenvolvido pela Leonardo.
A empresa também testou o swashplate, que dá um nível de direção mecânica ao radar AESA, aumentando seu campo de visão. “Estamos obtendo mais de cada hora individual de teste de voo”, disse Eddy de La Motte, chefe do programa Gripen E da Saab.
Os testes de voo estão sendo realizados por uma equipe conjunta de testes e avaliação, que inclui o pessoal da Saab e da FMV, agência de material de defesa da Suécia. Mais tarde, também se expandirá para o pessoal do Brasil.
A Saab atualmente está finalizando a modificação da aeronave 39-7, o demonstrador Gripen de dois lugares (biplace) que agora está sendo usado como teste de voo para os sistemas do Gripen E, incluindo o novo WAD, que está sendo instalado no painel traseiro. A Suécia resolveu adotar o WAD, desenvolvido pela empresa brasileira AEL, e agora serão feitos os ajustes para a produção padrão no Gripen E. Os dois que estão atualmente voando, possuem o painel com três displays multifuncionais no cockpit. O primeiro Gripen que receberá o WAD vai ser a primeira aeronave destinada ao Brasil.
O 39-7, juntamente com um dos dois Gripen E, irá para a Suíça para apoiar a avaliação de voo para a concorrência para escolha do novo caça.
Os marcos recentes do programa incluem voos com manobras de até 9g. A aeronave também atingiu o nível mais alto de velocidade da família Gripen, mas a Saab não divulgou qual foi a velocidade.
O piloto de testes da Saab, Marcus Wandt, informou que o sistema de controle de voo do Gripen E, permitia níveis de manobrabilidade similares aos do Gripen C/D e que a aeronave “suportava bem devido ao aumento de peso, tamanho e volume”, em comparação ao modelo anterior, que é menor.
Como na versão anterior, o Gripen E foi projetado para operar em pistas curtas e pistas de rodovia. Freios reforçados e o movimento defletor dos canards ajudam a desacelerar a aeronave no pouso. Em termos simples, o sistema de controle de voo tem dois modos, alinhados para cima e para baixo, permitindo a configuração de maior/menor velocidade para pouso, disse Wandt. “Queremos que a aeronave voe como o Gripen C/D em termos de manobras”, completou La Motte.
A Saab atualmente tem pedidos para 60 Gripen para a Suécia e 36 para o Brasil, incluindo oito da versão biplace (F), cujo desenvolvimento está ocorrendo no Brasil com uma equipe conjunta sueca/brasileira.
Os testes de potência de motor da primeira aeronave brasileira já foi concluída e é uma das aeronaves brasileiras que serão construídas na Suécia. Oito serão construídos em conjunto por equipes brasileiras como parte de seu treinamento.
A Saab também está fortalecendo sua presença no Brasil com a abertura da Saab Aeronautica Montagens (SAM). Ela começará a operar em 2020, construindo as fuselagens dianteira/traseira e a caixa de asas, em São Bernardo do Campos/SP, para aeronaves suecas e brasileiras.
O desenvolvimento do Gripen F (Biplace) está avançando rapidamente. A adição de um segundo cockpit requer o alongamento da fuselagem em 65 cm e ajustes no sistema elétrico para lidar com o sistema adicional de aviônicos e de oxigênio. O design do duto da entrada de ar para o motor também foi redesenhado e a fuselagem reforçada, para lidar como aumento dos momentos de flexão. “Estamos tentando manter tudo o mais parecido possível. Todos os sistemas são os mesmos. Todos os monitores são os mesmos. Pequenas mudanças também serão necessárias para o sistema de controle de voo”, disse de La Motte.
A versão biplace foi projetada para ser totalmente operacional, com os dois cockpits independentes um do outro, para permitir que o assento traseiro possa operar o sistema EW. La Motte diz que não espera nenhum impacto significativo no desempenho do modelo de dois lugares. O primeiro voo do Gripen F é esperado para 2022.
FONTE: Aviation Week