A Força Aérea Brasileira (FAB) divulgou na manhã desta quarta-feira (29/5), no Rio de Janeiro, o planejamento para o controle do espaço aéreo e as ações de defesa durante a Copa das Confederações. Representantes do Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (COMDABRA) e do Terceiro Comando Aéreo Regional (III COMAR), órgãos da Aeronáutica envolvidos diretamente na coordenação das ações, explicaram quais medidas serão adotadas para minimizar o impacto na aviação, especialmente nas seis cidades-sede durante o período de 15 a 30 de junho.
“O planejamento foi realizado para atender as normas de segurança da FIFA e para que a população possa circular nos aeroportos sem atrasos”, afirma o Chefe do CGNA Coronel Aviador Ary Rodrigues Bertolino sobre o trabalho que começou em 2011.
O plano engloba todo o espaço aéreo brasileiro, uma área de 22 milhões km2 sob a responsabilidade do Brasil, com ênfase nas capitais Brasília, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Fortaleza e Rio de Janeiro.
Veja os principais pontos abordados:
Slots coordenados – Dois dias antes e dois dias após a data de cada jogo, os aeroportos da cidade-sede terão os slots (intervalo de tempo determinado para pouso e decolagem da aeronave) de todos os segmentos de aviação (geral, regular e civil) coordenados pela ANAC (Agência Nacional da Aviação Civil) e pelo DECEA (Departamento de Controle do Espaço Aéreo). Os aeroportos das cidades do Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo ficarão coordenados durante todo o período.
O critério de distribuição será de 80% para a aviação comercial, não-regular, chefes de estado e governo estrangeiros, além das seleções de futebol. Aeronaves do comitê organizador local e autoridades brasileiras ficarão com o máximo de 10%. Os outros 10% ficarão com a aviação geral.
A partir do dia 05 de junho estará liberada a alocação de slots para aviação geral e táxi aéreo para a Copa das Confederações no site www.cgna.gov.br.
Sala master de controle – Todos os órgãos do governo, como Secretaria de Aviação Civil (SAC), ANAC, Polícia Federal, Anvisa, Infraero, Receita Federal, DECEA, COMDABRA, e as empresas aéreas estarão centralizados no CGNA, localizado no Rio de Janeiro. “Caso ocorra algum problema no tráfego aéreo, vamos adotar o conceito de decisão colaborativa”, explica o Coronel Bertolino. Segundo ele, a medida vai facilitar e agilizar o processo e a tomada de decisão.
Restrição de áreas – A partir da localização do estádio de futebol, foram criadas áreas de exclusão classificadas como reservada, restrita e proibida, identificadas como branca, amarela e vermelha, respectivamente. Uma hora antes e quatro horas depois do início do jogo as áreas estarão ativadas. “O plano foi concebido para proteger o estádio de futebol e as áreas próximas”, explica o Chefe do CGNA.
Durante as cinco horas, na área reservada, com raio de 54 milhas (97,2 km), não serão permitidos voos de treinamento e instrução ou a circulação de asa delta, por exemplo. Na região restrita, que compreende 12 km, não serão permitidos voos de aviação geral (táxi aéreo ou aeronave particular). Já na área proibida, com cerca de 7 km, só poderão voar as aeronaves previamente autorizadas pelo COMDABRA, como as militares, de busca e salvamento, ambulância e segurança pública.
Só as aeronaves que possuem o transponder (equipamento de identificação para tráfego) poderão entrar nas áreas de exclusão. “As rotas de helicópteros serão suspensas nessa região durante o período”, afirma o chefe do CGNA.
Bases aéreas – O embarque e o desembarque dos chefes de estado serão realizados nas bases aéreas. Elas também apoiarão aeronaves de porte menor (classificadas nas categorias A e B, como os jatos Learjet ou Legacy) que integram a lista da FIFA.
As bases militares de Brasília (DF), do Galeão (RJ) e de Fortaleza (CE) também serão utilizadas para receber as delegações de futebol. “Teremos a coordenação com outros órgãos do governo, como a Polícia Federal, a Receita Federal e Anvisa, para a entrada e saída do país das comitivas”, afirma o Chefe Interino do Estado-Maior do COMAR III, Coronel Aviador Arnaldo Augusto do Amaral Neto.
Defesa Aérea – Cerca de 10 aeronaves estarão fazendo a segurança do espaço aéreo nas cidades-sede.
Os caças de alta e baixa performance, helicópteros, aviões-radar, reabastecedores e aeronaves remotamente pilotadas estarão voando durante as cinco horas em que vigorar a exclusão aérea. Além disso, o sistema de artilharia antiaérea estará posicionado em algumas localidades.
“Se todos cumprirem exatamente o que está previsto, todos poderão voar com segurança e tranquilidade. Caso houver necessidade, estamos prontos para agir”, explica o Chefe Interino do Estado-Maior Conjunto do COMDABRA, Coronel Aviador Alcides Teixeira Barbacovi. As aeronaves que desrespeitarem as regras da zona de exclusão serão interceptadas, estando sujeitas as medidas de intervenção, persuasão e detenção.
Saiba mais:
Aviação Geral – são os voos realizados por aeronaves particulares e por empresas de táxi aéreo.
Aviação Regular – são os voos, domésticos ou internacionais, comerciais realizados pelas empresas aéreas com regularidade.
Leia mais sobre a preparação da FAB na revista Aerovisão.