Por Virgínia Silveira
A assinatura do contrato de financiamento da compra de 36 caças Gripen NG para a Força Aérea Brasileira (FAB), no dia 25, deu novo fôlego para as empresas brasileiras que atuam na área de defesa e de projetos aeronáuticos. A partir de outubro, 48 técnicos brasileiros de seis empresas embarcam para a Suécia para iniciar os trabalhos de transferência de tecnologia e desenvolvimento conjunto da aeronave.
O Ministério da Fazenda autorizou a operação de crédito externo no valor de até US$ 245,3 milhões para a aquisição dos armamentos e de 39,882 bilhões de coroas suecas (US$ 4,7 bilhões) para as aeronaves e suporte logístico.
A Copac (Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate (COPAC) informou que os demais programas sob sua responsabilidade, entre eles o do cargueiro militar KC-390, os helicópteros H-XBR e a modernização das aeronaves AMX e F-5, poderão sofrer readequações em função da liberação de recursos orçamentários feitos pelo governo federal.
Segundo a Copac, o projeto de desenvolvimento do KC-390 vem sendo priorizado pelo governo, mesmo com os ajustes orçamentários em curso. Quanto à aquisição das aeronaves, a Copac declarou que o cronograma de entregas também poderá ser alterado devido aos ajustes.
Com relação ao programa dos caças, a Copac disse que 350 técnicos e engenheiros da Embraer, Akaer, Inbra, Atech, AEL, Samal e Mectron, assim como do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) farão o intercâmbio para a absorção de tecnologia. A participação das empresas e instituições brasileiras no projeto, de acordo com a FAB, está prevista no acordo de compensação tecnológica e industrial (offset) assinado entre a Saab e o governo brasileiro.
A Embraer, selecionada para fazer a gestão conjunta do projeto, vai enviar 200 técnicos e engenheiros para a Suécia. A empresa também terá um papel relevante na execução do programa realizando grande parte do trabalho de produção e entrega das versões monoposto (para um piloto) e biposto (dois lugares) do Gripen NG. Esta última será desenvolvida do zero no Brasil sob a coordenação da Embraer.
A montagem final dos caças será feita na fábrica da Embraer em Gavião Peixoto. A aeronave possui mais de 23 mil peças e componentes. A Mectron, do grupo Odebrecht Defesa & Tecnologia ficou responsável pela integração de armamentos e pelo sistema de datalink e a Atech, controlada pela Embraer, participará do simulador. A Inbra Aerospace vai produzir a fuselagem e a AEL desenvolverá a parte dos sistema aviônicos.
A Akaer está na liderança do desenvolvimento de engenharia da parte estrutural. O engenheiro Lister Guillaumon Pereira da Silva foi designado pela Saab como chefe mundial de engenharia da fuselagem traseira do Gripen e a única pessoa autorizada pela empresa para aprovar qualquer modificação no projeto no Brasil ou Suécia.
A Akaer foi a primeira brasileira a participar do desenvolvimento da estrutura de um caça supersônico. Em abril a Saab concluiu a aquisição de 15% da empresa. Há seis anos trabalhando nesse projeto com a Saab, a Akaer vai assumir uma nova responsabilidade no programa, com o desenvolvimento da fuselagem central.
A estrutura de um caça supersônico, segundo Lister Silva, é extremamente complexa, pois precisa estar preparada para resistir aos efeitos das temperaturas extremas que a aeronave enfrenta ao romper a barreira do som.
“Aprendemos a quantificar os efeitos desses fenômenos trabalhando no projeto. Não é possível assimilar algo tão complexo de outra forma”, afirmou. Na Akaer, 35 profissionais estão envolvidos com o projeto da estrutura. A experiência da Akaer nessa área, segundo Silva, foi adquirida por meio da participação no desenvolvimento de outros programas com a Embraer, Boeing e Airbus.
FONTE: Valor Econômico
Gente, a base de tudo que existem em termos de indústrias, engenharia e conhecimento aeronáutico no Brasil é mesmo o ITA. Até a própria EMBRAER deve a sua existência ao ITA, graças aos esforços de muitos visionários da AERONÁUTICA (civis e militares), quando o desgoverno dos petralhas tiver desaparecido encoberto pela poeira do tempo, esse importante instituto vai continuar fazendo do Brasil um gigante da industria aeroespacial, com ou sem Embraer, Nover, AKAER, Odebrecht. Por isso, a participação do ITA é muito importante no projeto do gripem ng.
Prezado Alexandre, concordo parcialmente com o seu questionamento e esse meu apoio se deve, em parte, ao fato de desconhecermos completamente quais são as metas e as contrapartidas que a EMBRAER e ou empresas congêneres têm para com o governo brasileiro na hora de ressarcirem os investimentos que lhe foram destinados.
São aportes vultosos e conhecimentos adquiridos por transferência de tecnologias que valem bilhões de dólares e não sabemos como tudo isso é gerido de forma a garantir os investimentos atuais e futuros. Empresas podem falir, pesquisadores, engenheiros, técnico podem se transferir, passarem para a iniciativa privada e aí, como fica o retorno? Um belo exemplo é o que aconteceu recentemente na Alcântara Cyclone Space, e agora? Nada de foguete, nenhum retorno financeiro, prejuízo político, incertezas e a única convicção é a de que mais dinheiro público será empregado sem que os responsáveis sejam punidos e os valores devolvidos aos cofres públicos.
*existencia
*aporte
Alguns sites divulgam uma crise na industria de defesa brasileira, com perdas de cientistas e tecnicos para outros paises , no entanto vemos que nao e bem assim, esse contrato dos cacas gripen e um exemplo, com emprestimo externo assinado e que nao vai sofrer contingenciamento . Na verdade nossos empresarios estao mal acostumados, vejam o caso da Embraer, o que seria dela sem os projetos e financiamentos federais para projetos como o super tucano e caca AMX no passado e agora o KC 390 e o gripen? quantas aeronaves compramos da embraer durante toda sua exixtencia?
Fico muito chateado de ver essa empresa adiar a entrega dos KC 390 devido a atrasos nos pagamentos do governo em funcao da crise, quando a mesma ja recebeu um bom apote de dinheiro neste projeto e nao entregou nenhum aviao deste. Pergunto quantos avioes c 130 americanos novos a FAB podria ter comprado com o que ja investiu no KC 390?? certamente uma boa quantidade, vemos que a Embraer vai mandar 200 tecnicos para a Suecia para se qualificarem, isso em funcao de acordos de off set DADO pelo nosso governo no acordo com a SAAB, a Embraer tb vai entrar no mundo das aeronaves supersonicas devido ao profgrama FX2, e mesmo com todas essas vantagens e BRINDES dados por nosso governo a Embraer fica fazendo beicinho porque teve alguns atrasos nos contratos do KC e na modernizacao dos F5 e AMX.
Esta na hora do Governo Federal exigir mais contrapartidas da EMBRAER, exigir a imediata conclusao destas modernizacoes e o andamento do KC 390 conforme o previsto inicialmente, do contrario poderemos tratar a Embraer da mesma maneira, ou seja, exigir pagamento ao nosso governo pelos off sets dados de bandeja para a EMBRAER.
Alexandre……….otimo comentario, agora diga ai……voce trabalha ou faz algo de graca…..eu nao…alias, ninguem deveria…entao pqe a Embraer ta fazendo beicinho…ela nao e estatal, vive de lucros e distribuicao destes lucros aos acionistas, inclusive alguns destes famigerados fundos de pensao de estatais……senao ja era……estaria quebrada…………..e onde foi q vc leu ou ouviu q a Embraer recebe gratuitamente os off sets…eu nunca li nada a respeito..nem oficiosamente………Sds
Ola Celso, quando digo que a Embraer esta fazendo beicinho e porque quando surge qualquer problema, como agora com a reducao do orcamneto e consequente diminuicao de repasses , a Embraer logo diminui o ritmo, atrasa o calendario e outras medidas, logico que a Embraer e uma empresa privada e tem que ter lucro, mas eu questiono e a falta de contrapastida da mesma quando a situacao aperta, como por exemplo no caso do KC 390.
Veja o que diz a reuters sobre o assunto, que o Ministerio da defesa esta contribuindo com 2 bilhoes de reais para o DESENVOLVIMENTO do KC 390, e ja realizou pagamentos deste item, e eu pergunto, qual a obrigacao do MD de pagar para a EMBRAER desenvolver alguma coisa? 2 bilhoes de reais corresponde hoje a cerca de 555 milhoes de dolares o que daria para comprar algo em torno 8 a 10 cargeiros C 130 novos dependendo da configuracao.
Entao ai esta o beicinho da EMBRAER quando diz que vai atrasar o programa porque o MF atrasou o repasse deste dinheiro para o desenvolvimento do aviao.
Onde fica a capacidade da empresa de bancar seus proprios desenvolvimentos?? pelo menos enquanto o Brasil passa pela crise.
Antes que se fale mais alguma coisa, quero dizer que essa mesma materia diz que o Brasil esta pagando 7,2 bilhoes por 28 cargueiros KC 390, o que da 2 bilhoes de dolares pelas 28 unidades, ou seja, 71 milhoes de dolares por cada um destes avioes, e eu pergunto quando a EMBRAER vai restituir os 555 milhoes dados a titulo de desenvolvimento do projeto???
” qual a necessidade do MD pagar a embraer para desenvolver alguma coisa”
Pensa o seguinte…
Você precisa de um equipamento x… mas não existe esse equipamento x no mercado nacional… o que você faz? contrata alguém e paga para que esse alguém desenvolva o equipamento x… ai esse alguém vai colocar um caminhão de engenheiros para ler suas especificações, pensarem no melhor conceito possível para seu produto x, para que ele seja eficiente e tudo o mais e que atenda seus requisitos, ai parte-se para o detalhamento do projeto x, para a fabricação do ferramental para fazer o produto x, bem como a capacitação de mais gente para fabricar o produto x, ahh e você vai precisar de mais espaço para montar este produto x, por que ele é grande, e finalmente vai precisar comprar as peças e equipamentos comerciais, insumos e demais bugigangas para montar protótipos x, pagar mais uma monte de gente para homologar o produto x e fazer a sua papelada e por ai vai…
Fazer um produto x é mais complicado e caro do que parece…
Amigo, existe no mercado avioes semelhantes ao KC 390 e que poderiam fazer as mesmas funcoes. Pelo que estamos pagando para o tal desenvolvimento dele dava para comprar ate mesmo versoes maiores que ja estao operacionais na europa e japao.
No caso dos cacas gripen e que a coisa fica mais absurda ainda , estamos pagando com nossos impostos para dotar a Embraer de capacidade em cacas supersonicos, o minimo que se espera e a contrapartida da mesma ajudando nossas forcas neste momento.
Portanto o Brasil nao precisa da EMBRAER, mas a mesma precisa e sempre precisou do Brasil.
Mercado internacional… Não citei mercado internacional…
Se você pensar desta forma é só fechar a maioria, se não todas as empresas, não só do setor de defesa mas de produção de bens e mandar vir tudo de fora…
E não estamos pagando apenas para a Embraer aprender a fabricar um caça. Estamos pagando algo que vai muito além disso… Estamos dando condições para que futuros engenheiros se especializem na área, e não só funcionários da Embraer, mas de todos o Brasil que tenham interesse em integrar o projeto e que tenham desempenho acadêmico compatível com l exigido…
Com relacao aos off sets , acho que esta muito claro o beneficio dado pelo contrato do FX2 a Embraer, cerca de 200 tecnicos dela estao indo para a suica aprender como fazer o caca, partes do gripen será fabricado pela Embraer e a montagem dos 15 ultimos cacas sera feita na Embraer, bem como qualquer quantidade a mais que seja contratada daqui para frente.
O Brasil nao tem obrigacao de fazer essa graca com a Embraer, poderia simplesmente comprar direto da SAAB de prateleira, tudo fabricado la sem qualquer tot para a Embraer, com certeza o preco final deste caca sairia muito abaixo do que estamos pagando, portanto a Embraer esta sim se beneficiando novamente do nosso governo, assim como se beneficiou com os tucanos, super tucanos, AMX, xavantes, bandeirantes e tantos outros projetos do passado que foram importantissimos para que a Embraer chegasse aonde chegou.
Lembre-se que a empresa estava investindo no projeto mesmo com o contigenciamento dos recursos, mas como as coisas pioraram ela teve de diminuir seu ritmo de trabalho. Lembre-se que o KC exige recursos na faixa de centenas de milhões a bilhões de reais. A empresa tem uma receita bilionária, mas o setor de defesa não chega a 1/4 da receita da empresa. Sem contar que a empresa tem ainda o E-2 e outros projetos,
Veja que enquanto o KC atrasou um ano, outros projetos atrasaram 2, 3 anos. O KC é importante pra empresa, ela não vai se autoflagelar, mas existem limites que ela possa aguentar.
Vc tem algum programa que acompanha ações de empresas? Eu tenho e acompanha direto os da Embraer. As açoes da empresa tiveram queda significativa quando souberam que a empresa tava custeando o projeto e deram ate prejuízos pros acionistas nos trimestres passados.
Realmente nao acompanho as acoes da embraer, mas acho estranho uma empresa privada ter prejuizo e querer contar com dinheiro publico para fazer o seu dever de casa, que no caso seria desenvolver um aviao que ja tem uma carteira de 30 pedidos firmes feito pelo nosso governo no valor de 7,2 bilhoes de reais ou cerca de 2 bilhoes de dolares.
Onde esta a eficiencia da Embraer? vai passar a vida toda precisando de ajuda do poder publico?
Senhores,
Aonde e quando os representantes do ITA vão participar? Vai ser transferida tecnologia e o ITA nunca é citado. Cada uma das tecnologias que os técnicos destas empresas vão receber deveria ter seu par do ITA. Ninguém do COPAC se manifesta. Não acho nada saudável tecnologias indo apenas para empresas privadas, as quais podem ser a qualquer momento negociadas, inclusive para empresas estrangeiras.
Os funcionários dessas empresas não são, em sua maioria, formados pelo ITA?Achei que já existia parceria entre as empresas nacionais e a instituição, então já haveria participação do ITA no projeto.
Estudantes do ITA tem acesso a SAAB e universidades Suecas por meio da parceria criada. E ao ITA não cabe coordenar um projeto deste tipo, cabe apenas a formação de mão de obra qualificada. E nisto o ITA não peca.
Sds.
Ibanez e Bardine,
Bom, me refiro ao corpo docente e conteúdo programático do ITA, que são os perpetuadores do saber.
Se os alunos, ainda dentro do ITA, não vão ter um grade acadêmica alterada e evoluída, com o programa Gripen, então nada mudou muito em termos de ganho acadêmico e institucional, pelo mesmo é o que pode parecer.
Os funcionários destas empresas parceiras não tem nenhuma obrigação de retransmitir o saber aos alunos do ITA, por motivos óbvios. Não tem nenhum compromisso nem mesmo de continuar a morar aqui no Brasil, como muitos fazem. Será se estou equivocado?
Se alguém tivesse cogitado o ITA como coordenador do projeto, demonstraria o quanto é insipiente em relação ao COPAC.
O Brasil comprou aviões caças Gripen, com especificações NG para a FAB. E neste contrato de compras a empresa fabricante do Gripen poderia fabricar em qualquer lugar do planeta. Mas a compra exigiria transferência de tecnologia e fabricação ( de parte da encomenda) no Brasil. A Fabricante para poder construir no nosso pais, poderia construir uma fabrica e fabricar a parte da encomenda no Brasil. No desenvolvimento da especificação ” NG”, ai sim é que a transferência de tecnologia se dará de fato e de direito à FAB. Quanto a participação do ITA, não vejo problema algum, desde que as empresas parceiras desse contrato necessitem e ou solicitem.
O senhor esta tendo uma visão deturpada do assunto.
Veja bem, o ITA é um instituto de ensino superior federal, como qualquer outra universidade. O fato de este ser especializado em aeronáutica e ter ligações com a FAB não influência em nada a ponto de ser necessário ter que se mudar a grade de ensino de seus cursos, que já estão estabelecidas, tudo por conta de uma nova aquisição de material do estrangeiro como a do Gripen. Não existe nenhuma instituição no mundo que faz o que o senhor esta sugerindo. Mesmo quando ocorre transferência tecnológica.
E mais, não existe só o ITA no Brasil que se envolve no ramo da aeronáutica, este é um erro que muitos cometem quando pensam sobre o assunto. A outras instituições que tem projetos neste ramo. Só para citar alguns exemplos: a UFSC tem parceiras com a NASA e um centro de engenharia aeroespacial em Joinville, e dia 19 do mês passado enviou um nanossatélite a ISS (projeto SERPENS). Em Florianópolis tem até mesmo um laboratório da EMBRAER dentro do campus. A UFRGS e UFSM trabalham no projeto do NanoSatc-BR2 e tem grandes mentes no ramo da astrofísica e engenharias. A UFMG também se envolve em bons projetos com seu Centro de Estudos Aeronáuticos, assim como USP e algumas outras.
Enfim, estou dando esta volta toda para chegar no mesmo que já lhe afirmei anteriormente. Não cabe ao ITA coordenar um projeto deste tipo (Gripen), cabe apenas a formação de mão de obra qualificada, ou seja engenheiros. E administrar uma graduação de qualidade, assim com UFSC, UFMG UFRGS, USP e algumas outras administram.
O que poderia ser feito, e esta sendo feito. É oferecer bolsas de: iniciação científica, intercâmbio, pós-graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado a alunos formados ou em formação no ramo da engenharia de qualquer instituição, em parceira com a SAAB, universidades suecas e demais envolvidos na fabricação do Gripen. Foi parte do acordo firmado em contrato poder dar a oportunidade a alunos do Brasil que estão nos seus cursos se especializarem na área, e para que assim, se tornem mão de obra qualificada e professores para o futuro da nossa aviação. Assim como foi estabelecido em contrato poder prover de conhecimento “sobre o Gripen” a engenheiros já ativos na carreira aeroespacial com fim de adquirir suas tecnologias de produção.
Se vão manter todos no Brasil, ou se vai ser cumprido o combinado… ai é uma questão de o governo não faltar com o seu compromisso, que é o pagamento da conta em dia. E manter a continuidade do projeto Gripen, fomentando seu crescimento, comprando aeronaves e estimulando novas versões.
A compra do Gripen é um modelo de ToT (Quero constatar que apesar de ser a favor do projeto do Gripen. Sou contra contratos embasados em ToT) que deveria ter sido seguido pela MB e pelo ministério da defesa nas suas “Burradas” como quando fizeram a parceira com a AIRBUS (EC-725, um roubo, um descaso. E não, não estou sugerindo que seria melhor BH. Estou falando de contrato e ToT) e a tecnologia de Submarinos da DCNS (Scorpene). Nestas parceiras citadas, não há ToT (e eu desafio aqui alguém me apresentar a ToT destes contratos). Aquele que acredita na idoneidade destes contratos ou é lambe-botas dos governos ou do material, alegando que nunca antes se comprou tanto, ou tem preguiça de informar-se aprofundadamente sobre o projeto e seus moldes.
Sds ao colega.
Sr Bernardini, como assim nao existe tot no contrato dos submarinos scorpenes???
A tot comeca pelo estaleiro de Itaguai, o Brasil nao tinha competencia para construir um estaleiro daquele.
O primeior submarino teve apenas metade do casco fabricado na Franca, e mesmo assim com tecnicos brasileiros sendo treinados la, a outra metade esta sendo fabricada completamente no Brasil e assim sera com todos os outros, muitas das pecas deste submarino estao tambem sendo fabricadas por empresas brasileiras e o casco do submarino com propulsao nuclear tambem ser a 100% fabricado no Brasil, isso e indiscutivel.
No caso do helicoptero Edeste heli esta sendo fabricado c 725 tambem temos tot , cerca de 50% deste heli tem pecas fabricadas por empresas brasileiras, e nao apenas fabricadas pela helibras, que e uma subsidiaria da airbus, mas outras empresas da cadeia logistica.
Podemos citar como exemplo a fabricacao do punho do rotor do ec 725 pela toyo matic, empresa brasileira situada em braganca paulista ou a fabricacao da estrutura intermediaria do helicoptero em material composito pela Inbra, conhecimento estes que nao existiam no Brasil antes deste contrato com a Helibras.
Senhor Alexandre,
Serei breve: ToT vai muito além de ensinar uma empresa e sues fornecedores a fabricar. Tem toda a criação de uma base de material humano que tem que ser moldada nas instituições de ensino para que se possa dar continuidade ao ciclo de desenvolvimento tecnológico e absorção de conhecimento que não esta sendo fornecida.
Esta apenas se transmitindo o Know how de fabricação e bem meia boca de empresa para empresa. Compare caso FX-2 com HX-BR ou PROSUB e você verá diferenças…
Sds.
Bardini,
Deturpar? Você entendeu mesmo isso? Pelo Amor de Deus!
Sua definição sobre o ITA está ligeiramente equivocada. É uma instituição militar pública de ensino superior ligada ao Comando da Aeronáutica, e não uma instituição de ensino superior federal, como outra qualquer. Não vou dar maiores explicações das diferenças por entender serem desnecessárias.
Mas, para abordar tudo sobre o ITA, sairíamos muito do contexto, e muitos aqui neste blog, se não todos, tem conhecimento mais do que suficiente para desprezar qualquer atitude de vaidade e definições primárias. Não subestime só para ser superestimado.
O ITA, que atualmente conta com 700 alunos em graduação, fora Mestrado e Doutorado, está em fase de ampliação, aprovado pelo MD/GF, a fim de dispor vaga para 1200 alunos. Também é composto apenas de 180 docentes e 150 não docentes.
Esta ampliação se deu pelo fato de perceberem que o contingente de engenheiros formados pelas seis áreas de engenharia do ITA era insuficiente para as necessidades das políticas industriais e estratégias em tecnologia. E isso também está acontecendo no IME, também pelos mesmos motivos. Não devo pormenorizar muito porque aqui é desnecessário.
Bardini, resumindo, o que era para você entender (e vou assumir toda a culpa para não ter me feito bom comunicador), é que:
1º – Se existisse capacidade acadêmica aqui no Brasil, tanto na forma qualitativa e quanto quantitativamente, não haveria a necessidade de tantos convênios, bolsas, cursos e demais procedimentos para tratar do nosso atraso tecnológico. Isso, só para tratar da tecnologia de fabricação de caça. Falta cientistas, técnicos e engenheiros na indústria aeronáutica, aeroespacial, mecânica, eletrônica, computação e civil aeronáutica. Falo de profissionais de qualidade e com capacidade necessária;
2º – Você não pode apenas mandar graduandos, mestrando e doutorandos para fora, sem aqui exista laboratórios, centros de pesquisa e campos de prova que possam por em prática demais pesquisas e desenvolvimentos tecnológicos de ponta, com o devido aporte financeiro público e investimento privado. Nesta caso, as instalações no ITA também precisam do devido apoio e planejamento;
3º – Instituição de Ensino Superior não é linha de produção. Portanto, a confusão gerada não tem razão de ser. Para quem é da área de exatas, como é o meu caso, isso é perfeitamente claro e desnecessário esclarecer.
Portanto, o que era para ser entendido, é que não podemos perder esta oportunidade de agregar valores e conhecimento à nossa talvez melhor universidade superior que temos na área de tecnologia. O ITA deve acompanhar, sob todos os aspectos, esta oportunidade de crescimento com o projeto GRIPEN, dispondo de capacidade de constantes formações de profissionais altamente qualificados e comprometidos com as necessidades da Aeronáutica e do Brasil. De não precisar se formar do ITA e ainda se “formar” novamente no exterior.
Quando falo que o ITA deve estar (mais) envolvido é para DIMINUIR NO FUTURO a distância que há hoje entre os formados e aquilo que as empresas de defesa e aeronáutica precisam.
Com relação ao assunto Transferência de Tecnologia, vou respeitar sua opinião. O ônus da prova é de quem acusa.