Por Vinícius Casagrande
O novo cargueiro militar da Embraer, o KC-390, já está pronto para ser entregue à FAB (Força Aérea Brasileira). De acordo com Jackson Schneider, presidente da Embraer Defesa e Segurança, a entrega deve ser feita nas próximas semanas.
O avião faz parte da área da Embraer que não foi vendida à Boeing. No entanto, as duas empresas fizeram um acordo comercial para alavancar as vendas do KC-390 a outros países. A Embraer vai criar uma joint venture com a Boeing para tratar exclusivamente da comercialização e manutenção de aviões do modelo. O negócio terá 51% de participação da Embraer e 49% da Boeing.
O KC-390 é um avião de transporte de tropas e cargueiro militar. Ele pode levar até 80 soldados, três tanques (veículos de combate terrestre) ou um helicóptero do modelo Black Hawk H-60. O avião pode ser utilizado em múltiplas missões, como lançamentos aéreos de paraquedistas e cargas, reabastecimento em voo, combate aéreo a incêndios, evacuação aeromédica e busca e salvamento. O KC-390 pode ser reconfigurado de acordo com a missão em até três horas.
O avião da Embraer se destaca pela capacidade de carga e pela velocidade, chegando a 870 km/h, velocidade similar ao dos principais aviões comerciais do mundo. O KC-390 chega para tentar ganhar mercado do antigo Lockheed Martin C-130 Hercules, um turboélice de quatro motores. O avião brasileiro é maior, mais veloz e mais econômico, segundo a Embraer.
O avião já passou por testes de solo e de voo e aguarda detalhes burocráticos para a primeira entrega. “A FAB ainda precisa definir a data exata e, talvez, queira aguardar alguma data comemorativa para receber o primeiro avião”, afirmou Schneider.
O KC-390 que será entregue à FAB é o quarto avião do modelo a ser produzido pela fábrica da Embraer em Gavião Peixoto, no interior de São Paulo. Os três primeiros foram utilizados nos testes de certificação do modelo, que recebeu a aprovação da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) em outubro do ano passado.
Inicialmente, a previsão é que o primeiro avião do modelo fosse entregue no ano passado. O atraso ocorreu por conta de dois incidentes com o primeiro protótipo. A primeira ocorrência aconteceu com uma perda brusca de altitude em teste de estol (perda de sustentação) que danificou algumas peças. Após o conserto, o avião saiu da pista de Gavião Peixoto, causando sérios danos à fuselagem.
Com isso, o terceiro avião construído, que seria o primeiro a ser entregue à FAB, teve de ser utilizado na fase de testes para a certificação do modelo. A Força Aérea Brasileira vai receber o avião de número de série 004.
Os protótipos utilizados na fase de testes e certificação vão permanecer sob posse da Embraer pelos próximos anos para a realização de testes e aprimoramentos futuros, mas depois também devem ser entregues à FAB.
O KC-390 é um projeto feito em parceria entre a FAB e a Embraer. Foi feita uma encomenda de 28 aviões do modelo, que devem ser utilizados em múltiplas missões. Eles serão os substitutos dos antigos cargueiros C-130 Hercules.
Capacidade para 18 aviões por ano
O KC-390 é produzido na fábrica da Embraer de Gavião Peixoto em um hangar de 10 mil m². O local tem capacidade instalada para produzir até 18 aviões por ano. De acordo com o contrato com a FAB, os 28 aviões devem ser entregues até 2026, o que dá uma média de quatro aviões por ano. Em 2019, devem ser entregues duas aeronaves do modelo.
No hangar de Gavião Peixoto, é feita toda montagem das peças do KC-390. A fuselagem é montada em três partes distintas. A maior parte de todo o trabalho acontece de forma automatizada por robôs, que fazem a união das partes traseira, central e dianteira. É quando o KC-390 começa a tomar forma, e a fuselagem recebe a pintura.
Enquanto isso, dentro de um molde gigante são montadas as asas do avião. Quando estão prontas, elas são instaladas na parte de cima da aeronave. Logo em seguida, é colocada também a empenagem (estabilizador vertical presente na parte traseira do avião).
Nesse ponto, o avião está visualmente pronto. No entanto, ainda precisam ser instalados todos os sistemas internos, como cabos elétricos, equipamentos de navegação e a hidráulica do avião, além de fazer o acabamento do interior.
Para fazer a instalação dos milhares de itens, os funcionários da Embraer devem seguir um rígido manual. Tudo precisa ser devidamente registrado nos computadores, para garantir que todos os processos foram feitos na sequência correta e que nada foi esquecido.
Atualmente, a fábrica da Embraer em Gavião Peixoto trabalha simultaneamente na produção de quatro aviões KC-390. O avião de número de série 008 está ainda no início da fase de montagem da fuselagem, enquanto o número de série 005, que será o segundo a ser entregue à FAB já está praticamente pronto, inclusive com os motores instalados.
FONTE: UOL
Parece que esta voltando a andar esse projeto. Parabéns e sucesso.
Algo está errado! “Avião da Embraer que leva 3 TANQUES…”? São 3 veículos LMVs e não “tanques”!!!
É a síndrome do jornalismo não especializado. Se é blindado e pertence as forças armadas é considerado tanque hehehe
Tudo que atira e tem blindagem a mídia chama de tanque, sem distinção. É melhor se acostumar do que corrigir diferenciando os meios de transporte dos Carro de Combate.
Apesar da imprecisão da matéria, fica a dúvida: cabe pelo menos 1 CC no KC390?
Outra coisa, qual será a designação do KC na FAB?
Até onde sei cabem dopis M-113 ou 1 Guarani ou 3 LMV’s/Humvee . CC é muito pesado e normalmente transportado por cargueiros de porte bem maior(ao menos o dobro da capacidade do KC-390).
Correto!
Mas, aqui é mídia especializada!
Positivo. Porém nós não alteramos o conteúdo original da matéria em respeito ao jornalista do UOL e para dar espaço aos nossos leitores que desejam interagir.
Ok, Padilha, entendi.
Para mim, tanques são os M-113, Leopard 1A-5BR2, Iveci Guarani etc