A Força Aérea Brasileira (FAB) recebeu, pela primeira vez, a comitiva do Gripen Users Group (GUG) – uma conferência do grupo de usuários do caça Gripen. O grupo se reuniu, nesta terça-feira (08/05), no Comando da Aeronáutica (COMAER), em Brasília (DF), onde compartilhou informações e discussões operacionais, de manutenção, e logística relacionadas ao caça. O Grupo de Usuários é composto por República Tcheca, Tailândia, Hungria, África do Sul, Suécia e Brasil.
De periodicidade semestral, o evento é composto por um grupo de Aquisição e Desenvolvimento e dois subgrupos – Operacional e Logístico. A comitiva brasileira foi inclusa no GUG em 2017 e sua primeira participação foi em Praga, na República Tcheca.
Segundo o Major-Brigadeiro do Ar Jefson Borges, responsável pelo contato entre o Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER) e as Forças Aéreas operadoras da aeronave, os encontros são fundamentais para que os usuários do caça possam detalhar suas experiências, táticas, soluções logísticas, desenvolvimentos e dificuldades que precisam ser sanadas. “A partir do momento que vamos conhecendo os profissionais, as dúvidas surgem e somos esclarecidos com riqueza de detalhes. Estamos aprendendo muito mais com esses encontros. Todas as atividades que participamos nos permitem conhecer ainda mais o sistema para não cometermos os mesmos erros que eles detectaram“, avalia o oficial-general.
Para o Coronel Aviador Ricardo Resende, Presidente do Grupo Fox – responsável por coordenar a implantação do novo avião de combate da FAB, os encontros são imprescindíveis. “Os encontros do GUG acontecem em diferentes níveis, desde o comando até o técnico. Essa integração com outros países nos capacita ainda mais para que possamos conhecer a aeronave com outros olhos”, comenta o militar. O Grupo Fox trabalha desde janeiro no Comando de Preparo (COMPREP) da FAB, em Brasília, na coordenação de implantação do caça, que aqui recebeu a designação de F-39.
A Real Força Aérea da Tailândia, usuária do caça, recebeu a aeronave Gripen C/D em 2011. Para o Capitão Jackkrit Thammavichai, um dos membros do GUG, conhecer os demais países que também operam a aeronave é importante para discutir os pontos técnicos e logísticos. “Os assuntos discutidos no Grupo facilitam tanto quem já é usuário da aeronave, quanto para o Brasil, que terá acesso à mais alta tecnologia”, conta.
Visita técnica
O Grupo seguiu de Brasília para Gavião Peixoto (SP), nesta quarta-feira (09/05), para conhecer as instalações da Embraer Defesa & Segurança. A empresa apresentou as etapas já realizadas tanto relativas ao caça F-39 quanto ao novo cargueiro multimissão da FAB, o KC-390.
Até 2020, 179 engenheiros trabalharão na transferência de tecnologia do Gripen NG, além de 73 técnicos especializados. Desses profissionais de engenharia, 125 estão atuando no Centro de Projetos e Desenvolvimento do Gripen (GDDN, na sigla em inglês), inaugurado em 2016, na Embraer. O espaço é considerado o principal marco no processo de transferência de tecnologia entre Brasil e Suécia.
O gerente do programa F-39 Gripen da Embraer, Santosh Miadaira, destaca a importância da criação do GDDN. “A construção do GDDN é o marco inicial da união entre o Brasil e Suécia em prol da transferência de tecnologia”, resume.
Das 36 unidades do Gripen NG adquiridas pelo Brasil, 23 serão produzidas pela Embraer, sendo 15 totalmente fabricadas aqui. O centro brasileiro está conectado à Saab na Suécia e aos parceiros industriais no Brasil.
O próximo país a receber o Gripen Users Group será a Hungria.
FONTE E FOTOS: FAB