As operações com drones ganharam nova importância após a autorização de entregas comerciais no Brasil concedida pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) em janeiro deste ano. A tecnologia, com os primeiros protótipos ainda na década de 1970, é uma tendência que se consolida a cada dia e a utilização impacta novas formas de consumo, vida das pessoas, e até a adaptação dos imóveis.
De acordo com a consultoria internacional Gartner, 5 milhões de aparelhos devem ser vendidos no mundo por ano até 2025, gerando, possivelmente, um faturamento de cerca de US$ 15,2 bilhões a cada ano. O uso do drone, considerado um veículo aéreo não tripulado (VANT), pode variar entre recreação, sendo conhecido como aeromodelismo, e profissionais, existindo até cursos para pilotagem.
Instrutor de pilotagem de drones e biólogo, Daniel Noe Coaguila Nuñez conta que o aparelho ficou famoso no Brasil com a possibilidade de fazer fotos e vídeos aéreos. “As fotografias que antes eram possíveis a partir de aeronaves tripuladas, ou seja, com helicópteros e aviões, agora estão ao alcance de qualquer pessoa que possua um drone. As imagens podem ser obtidas do tipo panorâmicas, hemisféricas, por vídeos, modelos em 3D, sendo os produtos apenas limitados pela criatividade do piloto”, citou.
Com a popularidade, o drone passou a oferecer outros serviços, como o de salvamento de pessoas em rios ou mar, com o transporte de coletes, e até mesmo a entrega de alimentos, o que foi regulamentado pela ANAC neste ano. Atualmente, o iFood, um dos maiores aplicativos de entrega do País, faz testes de entrega em Campinas (SP) e Sergipe. A empresa já adiantou à imprensa que vai ampliar a tecnologia para outras regiões após a autorização pela agência, mas que o serviço vai funcionar como complemento ao trabalho dos entregadores, que deverão pegar o pedido no local do pouso e levar até o cliente. Por causa disso, o número de drones pontos, também conhecido por droneport, deve aumentar.
O engenheiro e especialista em desenvolvimento imobiliário, Cleberson Marques, aposta nas mudanças em imóveis para adotar esse novo meio de transporte. Para ele, à medida que a demanda por esses serviços cresce, serão necessários mais pontos para que o drone tenha condições de pouso.
“Em um primeiro momento não haverá droneports em 100% dos locais necessários. Será preciso uma adaptação dos imóveis para isso, é a inclusão desses espaços nos lançamentos é forma de ancorar na expansão deste tipo de serviço”, explicou. Ele participou da conceituação de um bairro planejado em Valparaíso de Goiás, o Reserva do Vale, que receberá um primeiro droneport Centro-Oeste para proporcionar aos futuros moradores e trabalhadores a facilidade de receber encomendas via aérea. O local para pouso e decolagens de drones já estava no projeto antes mesmo da regulamentação da ANAC.
A proximidade de Valparaíso com Brasília deve favorecer não somente os drones pontos, mas também a implantação de pequenos Centros de Distribuição. “A adoção dos drones como meios de entregas vem somar com a mudança de comportamento dos clientes, que hoje compram muito mais on-line e fazem das lojas físicas apenas pontos de experiências ou retiradas de produtos” observou o engenheiro. Para ele, o principal movimento que aumentou e alterou o sistema de logística foi o consumo da internet.
“Diante disso, as empresas começaram a repensar os centros de distribuição pelo novo movimento de compra. Antes haviam grandes centros para atender as lojas como um todo e ficavam afastados. Dentro da logística, as entregas iam para os centros e depois para as lojas que mantinham um estoque básico. Com a ascensão da pandemia, ao invés de mandar para a loja, encaminham para o cliente final”, ressaltou Cleberson Marques.
Para Cleberson Marques, a nova tecnologia também vai ajudar o meio ambiente, pois diminuirá a poluição. De acordo com ele, haverá redução do número de caminhões e automóveis que fazem entregas circulando pelas ruas. “Ela reduz a necessidade de veículos automotores nas ruas, o que significa menos trânsito, menos acidentes, menos poluentes no ar, visto que drones são elétricos, na pontualidade das entregas, além de apresentar redução de custo e tempo”, concluiu.
Sobre o Reserva do Vale
Com 56 alqueires de área, o que corresponde a 6,5 quilômetros lineares e uma área de aproximadamente 2,35 milhões de metros quadrados de extensão. No espaço, serão implantados condomínios horizontais, quatro parques, áreas comerciais, hub de esportes e de educação, entre outros equipamentos para 20 mil moradores. O bairro fica na região sul da cidade, com acesso privilegiado pela BR-040.
Para o especialista em desenvolvimento imobiliário responsável pelo desenvolvimento do conceito do bairro, Cleberson Marques, as cidades do entorno do DF cresceram muito rápido, inicialmente de forma desordenada, e agora seus habitantes querem muito mais do que um lugar para lhes abrigar quando retornam do trabalho.
“Os moradores de Valparaíso não querem viver na dependência de Brasília para o seu dia a dia, embora a capital federal esteja a poucos minutos de distância. Além de serviços, há um anseio por se viver bem, com qualidade de vida. Nesse sentido, há uma demanda por espaços planejados, casas melhores, itens que também reforçam a autoestima do indivíduo e favorecem o sentimento de pertencimento, tão importante para o desenvolvimento de uma cidade”, considerou.
O Reserva do Vale tem o entorno circundado por cerca de 500 metros quadrados de vales e bosques, uma reserva de mata nativa que é uma barreira de segurança natural e, ao mesmo tempo, um pulmão verde e espaço de contemplação. Mas a vida perto da natureza não excluirá a conectividade que faz parte da vida moderna. Além de ser o primeiro bairro na região do Entorno do DF a contar com uma pista para pouso de drones (droneport) para receber encomendas, o projeto prevê, ainda, com sistema de videomonitoramento 24 horas: as câmeras vão identificar as placas dos carros de moradores e visitantes. As paradas de ônibus inteligentes terão com totens informativos, postes de iluminação inteligente com wi-fi e parklets, pontos de recarga para carros elétricos, e um parque de geração fotovoltaica para a economia de energia elétrica.
Com lançamento previsto para 26 de março, nesta primeira etapa, serão negociados 521 lotes residenciais nos condomínios fechados Mirante do Vale e Brisas do Vale, e mais lotes para a área comercial na parte externa. Os lotes variarão entre 200 a 345 metros quadrados e serão entregues aos proprietários em setembro desse ano.Os lotes comerciais da avenida principal do bairro também serão entregues.
“Acreditamos que Valparaíso já vem crescendo a passos largos e o bairro planejado vai proporcionar um impulso ainda maior. Estamos muito otimistas por poder contribuir com a cidade e trazer qualidade de vida em todos os aspectos”, salientou o empreendedor Roberto Naves, da Plano Urbano. Até o momento, já foram investidos cerca de R$50 milhões no projeto, cuja pavimentação e asfalto da primeira fase já está concluída. “Nós dedicamos mais de 10 anos para estruturar o projeto.
FONTE: Comunicação Sem Fronteiras
Se o drone entregar minha pizza direto na minha janela no 7º andar, sem eu ter que precisar descer pra pegar aí vou gostar, senão, não faz diferença pra mim…E vai sobrar desemprego pros motoboys…