Com mais de 8 milhões de km² de território nacional, o reabastecimento em voo é obrigatório para um caça brasileiro. O Gripen, por meio das missões de reabastecimento em voo, terá a capacidade de alcançar qualquer ponto do território, além de cumprir com outros requisitos primordiais. Confira o 4ª episódio da terceira temporada de Colaboração Real.
Agora sim, finalmente algo claro e importantíssimo sobre o Gripen E no Brasil.
Venho comentando principalmente aqui no DAN (e em outros espaços) que sempre houve um descompasso entre o modelo centralizado de interceptação de Defesa Aérea no Brasil a partir de Anápolis, o alcance efetivo do Gripen E sem REVO e a obrigatoriedade de cobertura territorial total da missão.
Como não há qualquer movimento, nem teórico, do Comando da Aeronáutica de se abandonar o status quo atual centralizado dos F-39, existe a necessidade ABSOLUTA do REVO para que o Gripen E possa cumprir sua missão a contento, era óbvia e agora foi oficialmente explicitada.
Inúmeras vezes foi lido ou ouvido das autoridades e das manifestações escritas oficiais da força, depois da sua escolha, que a aeronave era apta para sua missão e ponto final, sem qualquer senão ou mas.
Não é bem assim como se vê…
Quando o assunto era o KC-390 sempre me manifestei que TODAS as aeronaves deveriam ter sua equipagem própria para a missão de reabastecimento, pois até onde se sabe a FAB adquiriu 28 KC-390 (+ protótipo) e assim DEVERIA ser capaz de usar todas elas nesta configuração simultaneamente.
Dificilmente se usaria todas as 28 ao mesmo tempo em REVO, mas não é difícil imaginar um cenário de tensão internacional na Amazônia (Venezuela?) onde todos os KC-390 sediados em Manaus teriam que ser colocados prioritariamente para missão REVO e as operações de transporte seriam paralisadas temporariamente na fase crítica de enfrentamento.
Como é dito que a conversão para a missão de reabastecimento é de cerca de três horas esta é uma opção que tem de estar disponível para TODAS as aeronaves.
MAS muitos replicam que os 28 (+1) KC-390 vieram primordialmente para “substituir” os 12 KC-130H Hércules…
E a maioria acostumada com as maneiras brasileiras de se fazer tudo com jeitinho, imagina (com razão no passado e eu com medo pelo futuro) que somente haverá uma parcela em torno de 1/3 (ou menos) de equipamentos de REVO (9 ou menos conjuntos). disponível para ser compartilhado pela frota Millennium.
A manifestação deste vídeo proclamando que a futura defesa aérea brasileira será feita pelo PAR GRIPEN-MILLENNIUM impõe em se pensar algo diferente da presunção normal, bem semelhante ao que já comentei aqui.
A atividade de interceptação e de superioridade aérea IMPÕE o regime de prontidão máxima operacional.
Disto decorre que no cenário da missão que cabe ao Gripen, não cabe, tanto esperar 3 horas para configurar um Millennium para a missão de reabastecedor e também não cabe no acionamento de uma missão de interceptação REAL que se requeira o apoio de REVO necessário por canais de comando usuais, que o acionamento do Millennium se dê pela cadeia de comando de interceptação local diretamente a unidade necessária a missão.
O agente de interceptação TEM de ter comando direto sobre a segunda perna do PAR GRIPEN-MILLENNIUM !!!
Imagino que pelo menos 2 KC-390 deverão ficar orgânicos diretamente em Anápolis para cobrir o treinamento de REVO e o recebimento operacional dos F-29 que retornam das missões de interceptação e que podem estar com problemas. Duas para que pelo menos uma esteja sempre disponível.
Para dar a amplitude máxima para a Defesa Aérea de todo o território nacional os demais Millenniuns terão de ser distribuídos pelo território nacional.
Conforme forem chegando os KC-390 terá que ser definido pela FAB em que bases elas estarão e quantas unidades existirão em cada base.
Existem outras necessidades que o Comando da FAB considerará…
Especificamente para o requisito da participação do KC-390 Millenium na Defesa Aérea o que eu posso Imaginar é:
1) Terá que ser definido quantos pontos de estação de apoio PERMANENTE do Millenium serão estabelecidos e que numero mínimo de aeronaves cada ponto deverá ter, já que haverá uma escala de prontidão REVO;
2) Pelo menos nas bases definidas como ponto de apoio REVO permanente, TODAS aeronaves deverão ter sua equipagem própria de REVO, sendo incompatível com a missão não ter neste ponto uma aeronave PRONTA para REVO em regime de prontidão operacional semelhante aos dos caças em Anápolis e nem é aceitável situações como a possibilidade de ter de passar o equipamento de uma aeronave para outra em caso de falha técnica da unidade em prontidão;
3) o Número de estações permanentes de REVO deve ser de no mínimo 3 até um máximo de 5 ou 6;
4) As bases geograficamente eletivas para compor o fator REVO de fronteira desta missão, independente da sua atual condição para operar um esquadrão de transporte do porte do KC-390 seriam Canoas, (Rio de Janeiro, Recife), (Belém, Manaus), (Porto Velho e Campo Grande), os parênteses visam uma escolha mínima ideal de 4 pontos em cada direção cardeal;
5) Sobre estas unidades escolhidas, depois de definido o seu número, se estabeleceria um comando operacional externo onde seria o Comando Local junto aos dois KC-390 orgânicos em Anápolis que também assumiria o Comando Operacional de Revo Nacional de DEFESA AÉREA com comando operacional DIRETO sobre todos os KC-390 em regime de prontidão de REVO nas Estações de REVO permanentes estabelecidas. Este comando seria acionado localmente em Anápolis de uma forma mais rápida e direta pelo Comando dos caças;
Dentro de uma lógica de eficácia militar, partindo do suposto que realmente a operação do PAR GRIPEN-MILLENNIUM é essencial a missão, algo próximo do que eu, pretensiosamente, alinhavei acima terá que ser alcançado…. 🙂
Agora junto com a fazenda e o hotel, terão que fazer um centro de fisioterapia pra tratar o pescoço dos pilotos?
É sério que um mero REVO, operação feita há cinquenta anos no mundo todo, virou , “milestone”?
Gostaria de ver o Comandante da FAB a bordo do primeiro reabastecimento no ar a ser feito no Brasil.
Ele ou o Diretor da COPAC.
O abastamento do F-39 pelo KC-390 é, sem sombra nenhuma de dúvidas, um milestone deste projeto.
Padilha, só alertando para 8 milhões de km e não bilhões. Abraço
corrigido. Obrigado.