O Exercício Carranca IV conta com dois labradores e uma foxhound
As missões de busca e salvamento realizadas pela Força Aérea Brasileira têm um papel fundamental na vida do cidadão brasileiro e agora poderão contar com um reforço inusitado: cães farejadores. Os animais já treinam lado a lado com militares para localizar aeronaves, tripulantes e passageiros desaparecidos. Thor, Lora e Rita, respectivamente dois labradores e uma foxhound, participam nesta semana do Exercício Carranca IV, realizado na Base Aérea de Florianópolis (BAFL).
Os três cães e sete integrantes do Grupo de Apoio à Força Aérea Brasileira (GAFAB) acompanham diariamente várias simulações por terra durante a manobra militar. O objetivo é integrar os animais aos ambientes com aeronaves para que, futuramente, participem de missões de busca a aeronaves e tripulantes desaparecidos.
Nessa terça-feira (10/03), durante uma simulação da queda de aeronave, um militar ferido abandonou o local do acidente e iniciou uma caminhada pela mata. Após aproximadamente 300 metros, a vítima deitou no chão e aguardou socorro. Thor, Lora e Rita e respectivos condutores receberam como pista um pedaço de roupa da vítima, coletada num saco plástico esterilizado. Após uma caminhada com pequenos desvios, os animais percorreram caminhos distintos, mas conseguiram localizar o militar com êxito. Isso só foi possível graças ao olfato canino (no mínimo cinco vezes mais aguçado que o de um ser humano) e o adestramento, realizado no projeto do GAFAB.
Os cães ainda superaram as dificuldades climáticas da região e, também, situações específicas de uma manobra militar, como o barulho e o sopro do helicóptero H-60 Black Hawk.
Há dois anos, cães do GAFAB participam de treinamentos com o foco na localização de vítimas de acidentes e demais catástrofes. O trabalho faz parte do Projeto Cão de Busca e Salvamento, atividade atualmente desenvolvida por 15 integrantes do grupo. Segundo o presidente do projeto, Marcelo Kraide Soffner, é um privilégio essa parceria com a FAB. “É uma grande satisfação participar da Carranca. Tenho certeza que será um aprendizado para os dois lados”, acrescenta.
Treinamento
Basta substituir a coleira do pescoço para o peitoral que o cão percebe que o trabalho de busca e salvamento se inicia. O animal sempre é acompanhado pelo condutor, uma pessoa responsável pelo adestramento e que mantém uma relação afetiva com o cão. O binômino (cão + condutor, como é chamado) tem como foco exclusivo a preservação do animal que segue rumo ao destino direcionado pelo faro. Atrás deles está um backup, geralmente constituído por uma ou duas pessoas que dão suporte no caminho, como o desvio de galhos e outros obstáculos.
Quando a vítima é localizada, o cão recebe uma ração ou um pedaço de comida. Tecnicamente o agrado ao animal é um estímulo chamado de reforço positivo, quando ele entende que existe mérito em concluir a missão com êxito. “Para o cão é como se fosse uma brincadeira”, declara Marcelo.
GAFAB
A admiração pelo Esquadrão Pelicano, única unidade da FAB dedicada exclusivamente a realizar missões de Busca e Salvamento, fez com que integrantes do GAFAB hoje utilizassem a cor laranja nos uniformes. A cor foi padronizada universalmente para essas atividades.
Há mais de 15 anos, o GAFAB é uma instituição que fornece apoio e suporte logístico a militares durante missões em Piracicaba e região. Atualmente os cães participam de um trabalho de recuperação de pacientes nos hospitais, chamado de sinoterapia. Essa atividade ajuda no estímulo de pacientes debilitados com câncer e outras doenças. O apoio também é estendido a asilos e demais instituições.
Assista ao vídeo sobre participação dos cães na missão de Busca e Salvamento:
FONTE: Agência Força Aérea
FOTOS: Sargento Johnson