Por Michael Marrow
Em meio à escalada de tensões com os Estados Unidos, Laurent Casanove, secretário de imprensa do MoD canadense, disse que, embora esteja comprometido com os primeiros 16 F-35, já que tem contrato de compra com a gigante de defesa americana Lockheed Martin, está reavaliando ativamente o restante do pedido multibilionário.
“Neste momento, o contrato para comprar o F-35 continua em vigor e o Canadá fez um compromisso legal de fundos para as primeiras 16 aeronaves. O Primeiro-Ministro também pediu ao Ministro da Defesa Nacional para trabalhar com CAF/DND [Forças Armadas Canadenses/Departamento de Defesa Nacional] para determinar se o contrato do F-35, como está, é o melhor investimento para o Canadá, e se há outras opções que poderiam atender melhor às necessidades do Canadá”, disse Laurent de Casanove, secretário de imprensa do ministro da defesa canadense Bill Blair, em uma declaração ao Breaking Defense hoje.
“Para deixar claro, não estamos cancelando o contrato do F-35, mas precisamos fazer nossa lição de casa, dado o ambiente em mudança, e garantir que o contrato em sua forma atual seja do melhor interesse dos canadenses e das Forças Armadas Canadenses”, acrescentou de Casanove.
A declaração ocorre após comentários de Blair em 14 de março à emissora pública canadense CBC de que Ottawa planejava rever a compra do F-35, marcando um dos primeiros atos do novo primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, que foi empossado no início daquele dia.
Após anos de idas e vindas que geraram controvérsia nacional, o Canadá finalmente fechou um acordo de CAD$ 19 bilhões (na época, valiam CAD$ 14,2 bilhões) para 88 F-35As em 2023. Os primeiros caças stealth sob o pedido devem ser entregues no ano que vem. A reconsideração do acordo por Ottawa pode abrir uma porta para alternativas como a Saab da Suécia, cujo caça Gripen foi derrotado pelo F-35 na competição para substituir a frota F-18 legada do Canadá.
Em resposta aos comentários dos canadenses, a Lockheed Martin disse que a empresa “valoriza nossa forte parceria e história com a Royal Canadian Air Force e espera continuar essa parceria no futuro. O F-35 é a aeronave de caça mais avançada, sobrevivente e conectada do mundo, permitindo a segurança do século 21 e a dissuasão aliada. Questões sobre vendas militares estrangeiras do F-35 são melhor abordadas pelo governo dos EUA.”
Um porta-voz do Escritório do Programa Conjunto F-35 dos EUA não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
A decisão de Ottawa de reavaliar a compra do F-35 ocorre enquanto Washington busca relações mais agressivas com seu vizinho do norte, enquanto o presidente Donald Trump ameaça tarifas altas e até mesmo anexação, renovando as perspectivas eleitorais do Partido Liberal de Carney, que ele assumiu do ex-primeiro-ministro Justin Trudeau. A retórica mais afiada de Trump contra os aliados da OTAN também está impulsionando uma nova onda de gastos com defesa na Europa, enquanto os líderes se preocupam que Washington possa provar ser um parceiro não confiável.
O Canadá é oficialmente o primeiro cliente a reavaliar abertamente seu pedido do F-35 na era Trump, e é uma questão em aberto se outras nações podem seguir o exemplo, potencialmente arriscando grandes interrupções na cadeia de suprimentos internacional da aeronave. Embora relatos tenham circulado recentemente de que Portugal pode descartar a substituição de sua antiga aeronave F-16 pelo F-35, o ministério da defesa do país confirmou ao Breaking Defense que o F-35 ainda está em jogo nas considerações de futuros caças de Portugal, mas que quaisquer decisões de aquisição devem levar em conta o “contexto geopolítico atual” com um olhar para o fortalecimento da base industrial de defesa da Europa.
Tim Martin, de Belfast, contribuiu com a reportagem.
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: DAN
FONTE: Breaking Defense
Trump está apenas cumprindo o que prometeu em sua campanha e ganhou por isso. O americano cansou de pagar imposto para que os EUA banquem parte considerável de defesa de países que cospem no prato que comeu e o criticam. A Europa tinha mais é que andar com as próprias pernas para se defender e que sirva de lição para um certo gigante adormecido, embora esse não tem mais jeito mesmo.
Quanto ao Canadá, nada mais que ficar insatisfeito, mas a parceria em diversos âmbitos com os EUA vai continuar.
O vandalismo comercial e geopolítico de Trump está começando a cobrar o seu preço naquilo que os EUA têm de mais caro, o seu complexo industrial militar. Especificamente no caso do Canadá o mais interessante seria ir de Typhoon como “stop gap” até o momento em que o Tempest estivesse disponível.
Apesar de irresponsável não deixa de ser cômica essa postura do atual governo canadense, o Canadá depende dos EUA para tudo, e depende especialmente para fazer a segurança/defesa do seu imenso território, durante o ano passado o governo chinês e o governo russo mandaram duros recados para o governo canadense, agora imagina se não fosse a segurança/defesa territorial prestada pelos EUA o que aconteceria com o Canadá? sem contar que empresas canadenses (apesar de serem filiais de empresas americanas) participam e fornecem partes para o projeto do F-35, esse governo canadense faz lembrar de muitos líderes europeus ( e não é mera coincidência) que juravam que não precisavam dos EUA para nada, mas bastou os EUA suspenderem a ajuda no conflito da Ucrânia que os russos massacraram os ucranianos e por tabela os europeus, o que deixou evidente que os europeus/otan não são nada sem os EUA.
É impressionante o que o Trump está fazendo com o Canadá, um país que sempre foi amigo e parceiro dos EUA, mas isso que está acontecendo é bom, pois mostra pro Canadá e para outros países que a vassalagem um dia cobra seu preço! O Canadá deveria pausar as negociações de todos os contratos e acordos de defesa com os EUA, mas infelizmente o Canadá não coragem de fazer isso, anos de vassalagem não terminam da noite para o dia.
V0cê estava indo muito bem até falar em “vassalagem”, areng@ ide0lógica típica de centro acadêmico e da turminha que adora “uzbriqui” e o tal “mundo multipolar”. Aí perdeu a razão por completo!
Constatei um fato!
E um sujeito que idolatra a turminha da OTAN, EUA e seus ditadores do “bem”, não tem moral para falar dos BRICS.
Meu caro, entenda de uma vez! “Uzbriqui” é apenas uma sigla inventada por um banqueiro para direcionar o fluxo de capital especulativo dos seus clientes. Como organização e a despeito do afluxo de países párias como o Irã, não consegue se impor como alternativa e ainda sofre com a desconfiança originada na guerra imperialist@ deflagrada pelo n@nic0 do Kremlin.
Ademais, com o tempo China e Rússia vão querer instrumentalizar ainda mais o grupo para usá-lo no intuito de confrontar os EUA e a UE. Ocorre que os demais “sócios fundadores”, (Brasil, Índia e África do Sul) possuem o multilateralismo como norte de suas relações diplomáticas ou seja, haverão na certa conflitos. E nem vou falar do conflito ancestral entre China e Índia…
Enquanto o BRICS for motivo de choro e chilique vindo de torcedores americanos, e enquanto for motivo de piti pelo presidente Trump, já está valendo!
É o que resta né afinal no mundo dos fatos…rs
No mundo dos fatos, os países estão vendo que ficar preso aos EUA e o dólar não é muito prudente, e o BRICS está se destacando justamente por essas ameaças e declarações de Trump, alternativas estão surgindo e ainda vão surgir, basta ver as ameaças do Trump e as tentativas das cheerleader americanas em menosprezar o BRICS em praticamente todo comentário em sites e blogs de defesa… Hehehe
Plinio, bem observado por você “o Canadá” sempre foi muito próximo aos EUA, mas esse atual governo não, ou você esqueceu das declarações do Trudeau durante a campanha eleitoral, mas vamos voltar mais no tempo, lembra como foi a relação do Trudeau no outro mandato do atual presidente americano, agora o que precisa avaliar é quem depende mais de quem? e nesse ponto parece não ser difícil chegar a uma conclusão, os canadenses sequer conseguem fazer a segurança do seu território sem a ajuda dos EUA, a maioria das grandes empresas canadenses são filiais de empresas americanas, mas é óbvio que ninguém é obrigado a manter negócios com quem não deseja, só não pode esquecer do exemplo mais do que recente dos europeus e ucranianos, os quais afirmavam que não precisavam dos EUA para nada, e quando este suspendeu a ajuda os russos passaram por cima dos ucranianos e consequentemente dos europeus, deixando evidente que o único que realmente impõe respeito e tem condições de enfrentar qualquer adversário no campo de batalha ou econômico são os EUA, o resto bem o resto são só figurantes e figurantes bem ruins ainda.