Por Patrícia Comunello
O Exército Brasileiro (EB) criará uma Força Expedicionária (F Expd) para apoiar de forma permanente a participação do Brasil em missões no exterior. A constituição da nova força está na fase de definição da organização, estrutura e preparação para atuar, a ser concluída em 2016, informou o Coronel Fernando Civolani Lopes, Chefe do Estado-Maior da Segunda Divisão de Exército (2ª DE), com sede em São Paulo.
Em 2014, os comandos do Estado Maior do EB e de Operações Terrestres (COTER), em Brasília, começaram as análises sobre a criação da F Expd, subárea do Projeto Estruturante do novo Sistema Operacional Militar Terrestre (SISOMT).
“O principal objetivo é a prontidão, para podermos atuar em vários contextos. Hoje precisamos mobilizar nossas unidades a cada missão que o Brasil é demandado”, explicou o Cel Civolani. “Com uma estrutura sempre preparada a atuar, o Brasil obtém mais respeito de organismos internacionais e valoriza seu pleito para integrar o Conselho de Segurança das Nações Unidas.”
No modelo em vigor, o EB aciona uma organização militar em cada um dos oito comandos militares (Sul, Sudeste, Leste, Oeste, Nordeste, Amazônia, Planalto e Norte), que mobilizam seus efeitos e fazem a preparação para atender a uma missão.
Em janeiro deste ano, o Estado Maior e COTER determinaram que se iniciasse o planejamento para a implantação da F Expd.
“Com isso, a Força Expedicionária foi oficializada, e agora começamos a desenhar a sua organização. A sede será na Segunda Divisão de Exército”, afirmou o Cel Civolani.
Em junho deste ano, a Segunda Divisão sediou a quarta reunião do núcleo da F Expd, que teve a participação de comandantes do Comando Militar do Sudeste, da Força Militar da Missão das Nações Unidas para a Estabilização na República Democrática do Congo (MONUSCO) e do COTER. Em 2015 e 2016, ocorrerão estudos, montagem do cronograma e levantamento financeiro e logístico para a futura estrutura.
Dentro da fase de estudos, um seminário de 14 a 18 de setembro, organizado e sediado pelo COTER, em Brasília, reuniu adidos de defesa da Alemanha, Canadá, Espanha e França, representantes do Ministério da Defesa do Brasil, Força Aérea (FAB) e Marinha.
“Os países amigos, as força coirmãs e os organismos do EB têm um grande conhecimento nas suas áreas e experiências que são de grande valia para a definição do modelo [da F Expd]”, declarou o Centro de Comunicação Social do Exército (CCOMSEx).
O evento serviu para colher subsídios aos procedimentos da nova organização, cuja implantação é prevista para 2022, informou o Cel Civolani, que participou do seminário.
A F Expd deverá ter condições de prover pronta resposta para, isoladamente ou em conjunto (com organismos internacionais), salvaguardar interesses nacionais ou atuar em Operações de Amplo Espectro, que abrangem desde ações humanitárias, de guerra à pacificação, segundo o CCOMSEx.
A capacidade da nova força cumpre ainda preceitos do capítulo 1 do Livro Branco da Defesa Nacional, publicado em 2012 e que reúne as funções e ações das forças de defesa do país.
“A F Expd defenderá os interesses nacionais e as pessoas, os bens e os recursos brasileiros no exterior, contribuirá para a manutenção da paz e da segurança internacionais e intensificará a projeção do Brasil no concerto das nações e sua maior inserção nos processos decisórios internacionais”, explicou o CCOMSEx.
FEB e nova Força Expedicionária
Levantamento do CCOMSEx para Diálogo identificou “17 missões internacionais mais relevantes” com participação de militares do EB desde 1948.
Estão no rol a participação de 1.175 militares na força de emergência das Nações Unidas (UNEF I) no cessar fogo e retirada das forças armadas da França, Grã-Bretanha e Israel no Canal de Suez e Península do Sinai, entre 1957 e 1967.
O Brasil atua hoje em campanhas da ONU para a Estabilização no Haiti (Minustah), na Força Interina da ONU no Líbano (UNIFIL), e as missões das Nações Unidas na República Democrática do Congo (MONUSCO) e no Timor Leste (UNTAET).
O Cel Civolani esclareceu que a nova unidade terá atribuições e inserção em contextos diferentes que mobilizaram a primeira Força Expedicionária Brasileira (FEB).
A FEB foi especialmente criada para atuar entre julho de 1944 e maio de 1945 na campanha na Itália, ao lado dos Aliados (Inglaterra, França e Estados Unidos). O Brasil ingressou na Segunda Guerra Mundial após o ataque da Alemanha – que integrava o Eixo – a embarcações brasileiras na costa marítima nacional. A FEB reuniu cerca de 25.000 homens e foi extinta com o fim da guerra.
“Ela acabou, pois os objetivos para os quais foi estruturada haviam sido atingidos, com a rendição das forças inimigas”, explicou o Cel Civolani. “O nome da nova unidade remete à memória sobre a FEB, mas os contextos e as peculiaridades são outros. Mas admito que é inevitável a referência.
Estrutura e ação da F Expd
Organizações militares da Segunda Divisão de Exército deverão ser as sedes da Força Expedicionária devido à vocação estratégica. São brigadas de infantaria leve, que seguem um treinamento mais especializado, voltado à garantia da lei e da ordem, por exemplo, explicou o Cel Civolani.
A 11ª e a 12ª Brigadas de Infantaria Leve, com sede, respectivamente, em Campinas e Caçapava, no estado de São Paulo, são candidatas a liderar a implantação do subprojeto. As unidades vão organizar e executar a primeira experimentação doutrinária, marcada para 2017.
“O exercício simulará uma situação de crise internacional ou missão humanitária”, informou o Cel Civolani.
A F Expd deve ter inicialmente constituição de batalhão, com 1,000 homens, em 2022, primeiro ano da atuação da força. Depois, a organização deve evoluir para uma brigada, com 3,000 militares, que agregaria mais aptidões, como infantaria, apoio de fogo e logística. Esse último estágio é previsto para 2030. O CCOMSEx informa que a F Expd deverá contar ainda com veículos blindados, para aumentar a capacidade e possibilidades de atuação.
“As necessidades de material serão levantadas no futuro. As estruturas operacionais deverão priorizar maior proteção coletiva, velocidade e letalidade seletiva”, detalhou o CCOMSEx em nota. “Os veículos serão dotados de meios de comando e controle que permitam a consciência situacional até o nível de combatente individual.”
“Seremos o núcleo responsável pelos diversos ciclos que comporão a operação da F Expd – mobilização (reunir os homens), preparo, emprego (ação em campo) e desmobilização”, detalha o Chefe da 2ª DE. “Mas todas as tropas do EB no país poderão atuar.”
A concepção da operação prevê que simultaneamente quatro batalhões estejam envolvidos, “para ter sempre uma força pronta a atuar”, explicou o Cel Civolani. Com isso, haverá um batalhão envolvido em cada ciclo. “A grande evolução é a preparação e prontidão, pois mobilizar leva tempo. Este é o enfoque da nova Força Expedicionária.”
FONTE: Diálogo-Américas
Hummmm, interessante….vejamos o desdobramento disto.
CM
Achei ótima ideia!!! Principalmente se isso resultar no reaparelhamento do EB. com equipamentos no estado da arte, mesmo que parcialmente só para atender a FEB. Há, isso vale também para a marinha e MB e a FAB que vão dar apoio e transporte!!!
……creio tbm que os Fuzileiros cairiam como uma luva pra essa nova Fôrça até por ser tropa anfíbia,porém lembremos que é uma proposta do Exército….qual ou quais unidades formariam essa Força Expedicionária?…..
……creio tbm que os Fuzileiros cairiam como uma luva pra essa nova Fôrça até por ser tropa anfíbia,porém lembremos que é uma proposta do Exército….qual ou quais unidades formariam essa Força Expedicionária?…..
Só um colocação: O CFN já é caracterizada por ser uma Força Expedicionária.
Cada força deve no meu entender dispor de sua própria aeronave de asa fixa e rotativa para facilitar trabalhos no exterior.
Só um colocação: O CFN já é caracterizada por ser uma Força Expedicionária.
Cada força deve no meu entender dispor de sua própria aeronave de asa fixa e rotativa para facilitar trabalhos no exterior.
E a logística? Comida, munição, meios, armamento, combustível? Qual governo irá apoiar, Temer?
E a logística? Comida, munição, meios, armamento, combustível? Qual governo irá apoiar, Temer?
Boa iniciativa ,apesar de que os politicos daqui, vão fazer corpo mole, na ora de aprovar a liberação de recursos para tal desenvolvimento ! Infelizmente :/
Boa iniciativa ,apesar de que os politicos daqui, vão fazer corpo mole, na ora de aprovar a liberação de recursos para tal desenvolvimento ! Infelizmente :/
Qual brigada estaria mais apta a essa tarefa? Penso que a 11ª brigada tem mais estrutura para a atuação em missões externas visto que eles treinaram os contigentes que iam para o Haiti.
Nossa força expedicionária será igual aos Rangers dos yankees?
Qual brigada estaria mais apta a essa tarefa? Penso que a 11ª brigada tem mais estrutura para a atuação em missões externas visto que eles treinaram os contigentes que iam para o Haiti.
tambem acho que cairia melho pros fuzileiros navais e a ideia de ter um material de ponta parece ser boa aja visto que os fuzileiros ja tem os piranhas no seu inventario. seria muito bom pra mb ter uns NH 90 e uns helis de atack.
Esta missão seria ideal aos Fuzileiros Navais.
Seria um força interessante.
Nossa força expedicionária será igual aos Rangers dos yankees?
tambem acho que cairia melho pros fuzileiros navais e a ideia de ter um material de ponta parece ser boa aja visto que os fuzileiros ja tem os piranhas no seu inventario. seria muito bom pra mb ter uns NH 90 e uns helis de atack.
Acredito ser indispensável o uso de helicópteros de transporte e ataque por essa nova unidade.
Por se tratar de uma Força Expedicionária e que indubitavelmente deverá ter o seu foco no emprego em TO fora do país, resta saber se MB e a Força Aérea contribuirão com os seus efetivos para tal empreendimento? ou a FExpd não comporta o emprego conjunto de tais efetivos na sua estratégia?
Esta missão seria ideal aos Fuzileiros Navais.
Seria um força interessante.
No mais, excelente matéria !!!!
Extremamente oportuna !!!!
Um ponto deve ser considerado.
Vai se tratar de Tropa Profissional ou composta por recrutas ??
Meu questionamento é porque não sei se, efetivamente, as tropas que vão para o Haiti são compostas exclusivamente por profissionais ou por temporários.
Em que pese a situação de que apenas um contingente específico vai se especializar nesta questão, a pergunta é, vai ser uma tropa de profissionais ou composta por profissionais e temporários ???
Existe interesse da DEFESA em criar esta Força Expedicionária para desobrigar as demais unidades ou para especializar uma tropa ?
Entendo que as respostas a estas questões é que devem nortear o debate e a solução.
Sempre venho questionando o motivo de não termos tal força expedicionária no Brasil, e esta notícia para mim é muito bem vinda. Apesar dos prazos citados, essa força expedicionária será o grande laboratório de experiências que faltava ao exército. Penso eu que os ganhos em atualização de doutrinas e novas formulações de táticas e necessidades serão inestimáveis ao alto comando. Teremos agora, a força que fara contato com ambientes talvez muito mais hostis do que os vistos no Haiti e que fará escola, não só integrando o EB, mas MB e FAB no seu cumprimento da missão, ensinando e gerando conhecimento de como combater, atuar e realizar logística nestes novos ambientes.
Resta agora esperar, esperar pelo KC-390, por mais Guaranis e suas variantes e pelas definições da MB no tocante a logística da tropa, pois só o Bahia não irá dar conta…
Agora sim o EB está caminhando para frente, bem além das atuais fronteiras regionais. Será uma unidade de excelência por natureza, o que pode reverberá pelo restante da força, bem como das outras armas.
Achei ótima ideia!!! Principalmente se isso resultar no reaparelhamento do EB. com equipamentos no estado da arte, mesmo que parcialmente só para atender a FEB. Há, isso vale também para a marinha e MB e a FAB que vão dar apoio e transporte!!!
Acredito ser indispensável o uso de helicópteros de transporte e ataque por essa nova unidade.
Achei péssima a idéia, pois do jeito que está, os militares do EB de diversas unidades adquirem experiência operacional e com esse plano você limita a uma Unidade somente.
É um avanço importante
Por se tratar de uma Força Expedicionária e que indubitavelmente deverá ter o seu foco no emprego em TO fora do país, resta saber se MB e a Força Aérea contribuirão com os seus efetivos para tal empreendimento? ou a FExpd não comporta o emprego conjunto de tais efetivos na sua estratégia?
Hummmm, interessante….vejamos o desdobramento disto.
CM
No mais, excelente matéria !!!!
Extremamente oportuna !!!!
Um ponto deve ser considerado.
Vai se tratar de Tropa Profissional ou composta por recrutas ??
Meu questionamento é porque não sei se, efetivamente, as tropas que vão para o Haiti são compostas exclusivamente por profissionais ou por temporários.
Em que pese a situação de que apenas um contingente específico vai se especializar nesta questão, a pergunta é, vai ser uma tropa de profissionais ou composta por profissionais e temporários ???
Existe interesse da DEFESA em criar esta Força Expedicionária para desobrigar as demais unidades ou para especializar uma tropa ?
Entendo que as respostas a estas questões é que devem nortear o debate e a solução.
Sempre venho questionando o motivo de não termos tal força expedicionária no Brasil, e esta notícia para mim é muito bem vinda. Apesar dos prazos citados, essa força expedicionária será o grande laboratório de experiências que faltava ao exército. Penso eu que os ganhos em atualização de doutrinas e novas formulações de táticas e necessidades serão inestimáveis ao alto comando. Teremos agora, a força que fara contato com ambientes talvez muito mais hostis do que os vistos no Haiti e que fará escola, não só integrando o EB, mas MB e FAB no seu cumprimento da missão, ensinando e gerando conhecimento de como combater, atuar e realizar logística nestes novos ambientes.
Resta agora esperar, esperar pelo KC-390, por mais Guaranis e suas variantes e pelas definições da MB no tocante a logística da tropa, pois só o Bahia não irá dar conta…
Agora sim o EB está caminhando para frente, bem além das atuais fronteiras regionais. Será uma unidade de excelência por natureza, o que pode reverberá pelo restante da força, bem como das outras armas.
Achei péssima a idéia, pois do jeito que está, os militares do EB de diversas unidades adquirem experiência operacional e com esse plano você limita a uma Unidade somente.
É um avanço importante