Por Roberto Godoy
Em 2008 o último dia de fevereiro foi intenso no acampamento do comando do bloco sudoeste das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, as Farc.
Luis Edgard Devia Silva, o comandante Raúl Reyes, um nome de guerra, fora às compras. Das bancas da feira de Santa Rosa de Sucumbíos, no Equador, levar ao estoque das ervas medicinais de seu uso, milho graúdo e fitas de cabelo, prováveis presentes. Com novas baterias no computador, trabalhou até bem tarde na barraca preta, coberta por uma rede de camuflagem, a apenas 1,8 quilômetros da fronteira com a Colômbia.
Na madrugada do dia seguinte, 1.º de março, Reyes foi morto durante um ataque do esquadrão Grifo, da Força Aérea e dos times especiais do Exército colombianos. Ele dormia de pijama quando as bombas caíram sobre a área de 5mil m² Outros 23 guerrilheiros – homens e mulheres, também morreram.
A Operação Fênix, envolvendo informações de inteligência coletadas por serviços dos EUA, jatos leves Cessna, do tipo A-37 Dragonfly, com cerca de 40 anos, e turboélices Super Tucanos, brasileiros, fornecidos pela Embraer, é considerada o ponto de mudança na guerra civil que já duram 50 anos.
O presidente Juan Manuel Santos discute hoje com o Comando Central das Farc, um modelo de cessar-fogo – na prática, a redução gradual da intensidade do confronto, e um armistício que pode chegar a 40 dias, preparando o pacto final de paz. As possibilidades são consideradas promissoras. O contingente rebelde está reduzido a 7,5 mil militantes e não menos de 7 de seus principais chefes foram eliminados em ações militares.
O dinheiro anda curto. Os líderes dos cartéis de drogas, que por muito tempo pagaram caro para ter grupos guerrilheiros como escudo protetor das plantações de coca, das usinas de refino,e das rotas de escoamento,agora temem a reação do governo.“ Entendem que é mais fácil lidar comum processo por tráfico que encarar a Justiça por terrorismo”,declarou um diplomata colombiano ao Estado. Outras fontes de recursos– seqüestros de empresários ou executivos e a chantagem milionária diminuíram.
Tucano. As tropas regulares nacionais, bem preparadas se equipadas, acumulam sucessos. Todavia, o marco inicial do processo está diretamente vinculado a um equipamento produzido no Brasil, o A-29 Super Tucano, de ataque leve e apoio à tropa. Em 2005 a aviação de Bogotá comprou 25 unidades por aproximadamente US$ 235 milhões. A frota foi entregue entre 2006 e 2008. Um exemplar foi perdido – provavelmente derrubado pelas Farc.
No mesmo ano, 2006, do recebimento das três aeronaves iniciais, o governo americano decidiu elevar o nível tecnológico da ajuda militar ao esforço colombiano. “Além de fornecer acesso em tempo real aos meios de inteligência – informações de satélite, por exemplo – a Defesa local passou a dispor de sistemas para guiar bombas até os alvos”, relatou um ex-assessor militar americano com longa passagem pelo país.
Os códigos de programação, entretanto, ficavam nos EUA: o Departamento de Estado temia que as armas viessem a ser mal empregadas. O embargo foi suspenso apenas em 2010. Cada conjunto, pronto para a montagem nas bombas “burras” de 227 quilos, e sem capacidade de navegação, custa US$ 23 mil, baixo custo, para os padrões do mercado de equipamentos militares. Foram testados os dois tipos de aviões disponíveis: o velho Dragonfly e os novos Super Tucano – com eletrônica embarcada recente. Nos lançamentos de ensaio as bombas chegaram aos alvos com apenas um metro de erro. As primeiras, das séries Paveway, acabaram montadas a bordo dos Dragonfly americanos.
Nos bombardeios, os Cessna, dois ou três jatos, despejavam sua carga de precisão depois da passagem de cinco, até oito. Super Tucanos dotados de armas sem o sistema. Tinham sido 27 bombardeios de 2008 a 2014. Gradativamente a configuração foi sendo alterada e, de acordo com o especialista, as bombas guiadas por feixe de luz laser passaram a ser disparadas preferencialmente do avião brasileiro, “decisivo no enfrentamento”. Na destruição do acampamento de Reyes os A-29 da Embraer teriam empregado aversão Griffin, israelense.
FONTE: Estado de São Paulo
Este é apenas mais um dos muitos relatos positivos sobre o nosso Super Tucano, aeronave esta que lidera seu segmento e que dá a oportunidade de empregar um sistema de alta tecnologia com baixo custo.
Num mundo em que o cenário foi radicalmente modificado com o “fim” da guerra fria as guerras se tornaram menores porém com requisitos de grandes, os tão falados conflitos assimétricos hoje são a bola da vez mas a pouco mais de uma década vetores dedicados estava em desuso.
Com o Super Tucano a porta para novos sistemas foi aberta,o mesmo hoje é um sucesso mundial com mais de 10 operadores e este número ainda vai aumentar e muito, os concorrentes até tentam mas tomar o seu lugar é uma tarefa difícil, muitos criticam o governo (como instituição e não partido para deixar isso bem claro) pela falta de apoio as vendas internacionais e sim isso prejudica e muito mas aos poucos vamos conseguindo.
Provado em combate na Colômbia e em breve em outras nações como o Afeganistão o Super Tucano mostra para o mundo que aliar tecnologia a uma plataforma relativamente barata perto de outras aeronaves é possível e indispensável no cenário de vacas magras que as forças armadas mundo afora estão passando.
Ainda precisamos conquistar mais e mais mercados começando pela nossa região que tem muitos operadores com aeronaves dos anos 60/70 ainda em operação,A-37,OV-10,Pucará entre outros e em breve será necessária a aposentadoria destes meios hoje caros de se manter e obsoletos, para isso uma ajuda governamental seria muito bem vinda o que de certa forma vem através da FAB que recentemente equipou seu esquadrão de demonstração com os A-29 e que vão sair rodando o mundo mostrando a tecnologia nacional.
Da mesma forma como foi feito com o seu antecessor o Tucano e que rendeu bons resultados com vendas expressivas mundo afora.
E que venham mais operadores em potencial.