Por Sérgio Lamucci
A presidente da Boeing Brasil, Donna Hrinak, disse ontem acreditar que o resultado da licitação dos 36 caças para a Força Aérea Brasileira (FAB) será definido “por seus próprios méritos”, avaliando que as denúncias de que os EUA espionaram e-mails e telefonemas de brasileiros não deverão influenciar a decisão do governo brasileiro. A Boeing é uma das finalistas do processo que se arrasta há anos, ao lado francesa Dassault e da sueca Saab, num negócio que envolve mais de US$ 4 bilhões. Para Donna, fatores como a qualidade do produto, o pacote de transferência de tecnologia e as necessidades do Brasil nas áreas de defesa, inovação e competitividade é que serão decisivos para a escolha final.
Embaixadora no Brasil entre 2002 e 2004, Donna disse que o caso envolvendo a Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês) é muito sério para o Brasil, e também para muito cidadãos americanos. “Mas acho que o governo brasileiro deixou claro que essa é uma relação complexa, com interesses diferentes, e que se deve separar esse assunto do resto da relação, para que se faça progressos em outras áreas enquanto se resolve isso”.
Para ela, isso é sinal de maturidade na relação. Donna lembrou que, quando era embaixadora no Brasil e Rubens Barbosa era o embaixador em Washington, os dois conversavam sobre a importância de não transformar toda questão comercial num grande problema da relação bilateral. “Acho que nós chegamos ao ponto em que vamos abordar as alegações sobre a NSA sem que isso afete a relação ou coloque obstáculos a ela.”
Questionada sobre se a decisão poderia ser anunciada durante a visita de Estado da presidente Dilma Rousseff aos EUA, em outubro, Donna limitou-se a dizer que isso depende da presidente brasileira. “Ela vai tomar a decisão quando for certo para o Brasil.” Na quarta-feira, o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, disse na Comissão de Relações Exteriores do Senado que a decisão deve sair no curto prazo. No fim do ano, os caças Mirage 2000 serão retirados de uso.
No governo Lula, os franceses eram os grandes favoritos. Há informações, contudo, de que o jogo teria mudado no governo Dilma, e os aviões da Boeing tenderiam a ser os escolhidos. Um dos trunfos da Boeing são as parcerias com a Embraer. A empresa brasileira venceu neste ano uma licitação para vender 20 Super Tucanos para a força aérea americana, num contrato de US$ 427 milhões, que pode chegar a quase US$ 1 bilhão. A colaboração entre a Embraer e a Boeing na área de sistema de armas é um dos fatores que pode ter pesado na decisão dos EUA.
Donna disse ver potencial de crescimento no mercado brasileiro de aviação, apesar dos desafios enfrentados pelas empresas do setor. Segundo ela, no Brasil, os gastos com combustível representam cerca de 40% dos custos operacionais das companhias aéreas, acima da média de um terço nos outros países, devido ao peso dos impostos. A Boeing estima que a América Latina deverá precisar de 2,5 mil aviões comerciais nos próximos 20 anos, dos quais 40% no Brasil. Donna disse que deverá inaugurar o seu Centro de Pesquisa e Tecnologia, em São José dos Campos, em novembro ou dezembro.
A executiva disse que continua otimista quanto às perspectivas do país, mesmo num cenário de crescimento mais fraco. “Eu digo que sou otimista em relação ao Brasil desde quando isso não era chique”, brincou ela, para quem a euforia de alguns anos atrás era exagerada, assim como é exagerado o pessimismo que marca algumas análises atuais sobre a economia brasileira. Donna observou que o país continua a receber volume expressivo de investimentos estrangeiros diretos, ainda que mais concentrado em alguns setores.
As manifestações que ocorreram em várias cidades brasileiras a partir de junho não mudam os planos da Boeing no Brasil, disse ela. “A Boeing não vai alterar os seus projetos no Brasil por causa dos protestos, e acho que a maior parte das empresas com um histórico no Brasil também não.”
FONTE: Valor Econômico
Pessoal posso estar enganado mais esta historia toda da NSA quando tudo caminhava para este acordo com a Boeing e do nada essa revira volta tendo em vista tudo que esta por vir KC-390… não duvido nada que tenha o proprio dedo da ingênua LM querendo cortar o mau pela raiz…
Se boeing for escolhida e a FAB especificar os itens na transferência de tecnologia e por no contrato e com uma multa alta no não comprimento por partes dos americanos . Eles devem mandar os caças junto com uma cartilha para o brasil não tomar nenhuma atitude desequilibrada na sua politica externa se não esses aviões não saem da chao. Os próprios inimigos do brasil são os políticos .
Todo mundo sabe que os bixinhos vem tudo chipado!!!
Os caras ja provaram que sao inimigos do BR …..