Pioneirismo é a palavra que melhor retrata toda a trajetória do RPA (Remotely Piloted Aircraft) Nauru 500C, desenvolvido pela fabricante brasileira XMobots. Dez anos após a primeira geração do modelo (Nauru 500A) ter recebido da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) autorização para voos experimentais, o robô aéreo de 25Kg – agora em sua 3ª geração (Nauru 500C) – obteve da Agência uma certificação inédita no Brasil: a primeira autorização de projeto para um drone com sistema eVTOL, ou seja, um equipamento com capacidade de executar decolagens e pousos verticalmente, utilizando-se de propulsão elétrica para estes procedimentos.
A cerimônia para o anúncio da conclusão da aprovação de projeto ocorreu na sede da ANAC em São José dos Campos, na tarde da última terça-feira, 29 de novembro. Em um contexto em que empresas aeronáuticas do mundo inteiro deram início à corrida para o lançamento do primeiro carro voador, que tem como uma de suas premissas a tecnologia eVTOL, a aprovação do projeto do Nauru 500C passa a ser vista como estratégica para o Brasil, mesmo que o propósito do drone seja o mapeamento e vigilância de grandes áreas.
“Estamos falando do primeiro projeto de um drone eVTOL no Brasil. A tecnologia eVTOL é muito promissora e certamente revolucionará vários mercados, mas principalmente o agrícola, o logístico e o de mobilidade urbana. A aprovação deste projeto passa a ser um marco muito importante para a XMobots, uma vez que nos torna a primeira empresa a conseguir a certificação de um eVTOL no país. Estou certo de que esta certificação é mais um degrau em nosso propósito de tornar os drones uma realidade para nossos filhos e netos, a ponto de se tornarem comuns no dia a dia de todas as pessoas”, ressalta Giovani Amianti, fundador e CEO da XMobots.
A campanha de certificação do drone Nauru 500C durou três anos e contou com inúmeros ensaios de voo. Além da tecnologia eVTOL, um dos grandes destaques do projeto autorizado pela ANAC e a extensão do envelope de voos BVLOS (Beyond Visual Line of Sight), ou seja, além da visada do operador, para uma distância de 60 quilômetros.
Para Décio Gomes Palhas Junior, gerente de Certificação da XMobots, a autorização também representa um marco pelo fato de a ANAC ter expandido, pela primeira vez no Brasil, o envelope de operação BVLOS para um range de 60Km. Até então, o recorde era de 30Km, obtido pelo modelo Echar 20D, também desenvolvido e fabricado pela XMobots. “A expansão do envelope operacional e a introdução de um sistema de pouso e decolagem vertical elétrico trouxeram grandes desafios à certificação e ao atingimento dos níveis satisfatórios de segurança do sistema exigidos pela ANAC, desafios que foram vencidos com muito trabalho”, afirma Palhas Junior.
Durante a cerimônia, Pedro Paludo, gerente técnico de Programas de Certificação da ANAC, parabenizou a XMobots pela certificação inédita: “Hoje estamos recebendo a XMobots pela conquista da primeira autorização de projeto do Nauru 500C, a primeira aeronave/drone de asa fixa de pouso e decolagem vertical e com maior extensão de voo já aprovada até hoje pela ANAC, com um alcance de 60km. Foi um trabalho longo, desenvolvido pela empresa durante os últimos 3 anos. Parabéns por esse marco”, destacou Paludo.
Para Giovani Amianti, a aprovação de projeto do Nauru 500C entra para a histórica da XMobots como um passo importante para o futuro da companhia. “A XMobots se consolida como a maior certificadora de drones no Brasil. Ela sempre trabalhou e continua trabalhando na expansão do envelope operacional dos drones, e é a única empresa brasileira que produz drones certificados realizar voos BVLOS acima de 10km e ou acima de 400 pés. O trabalho continua, com a certeza de que traremos grandes contribuições à sociedade brasileira”, finaliza o CEO da XMobots.
Sobre o Nauru 500C:
Com sistema de propulsão híbrido (gasolina e bateria) o drone Nauru 500C é um drone de asa fixa capaz de realizar voos com autonomia de até 4 horas. Sua tecnologia eVTOL permite a realização de decolagens e pousos em locais confinados ou com infraestrutura reduzida, o que o torna um equipamento estratégico para órgãos de segurança pública, agências fiscalizadoras, entre outros. Seu payload pode ser configurado tanto com sensores de mapeamento ou sensores para operações ISR (Intelligence, Surveillance and Reconnaissance), que consistem em câmeras de vídeo embarcadas em um gimbal estabilizado, transmitindo imagens em tempo real tanto nas bandas RGB (espectro visível) quanto no termal (infravermelho).
Raio X do Nauru 500C:
Peso: 25 Kg (Classe 3 da ANAC)
Alcance: 60 KM
Autonomia: 4h
Teto de voo: 3.000 M
Resistência a vento: 60Km/h
Propulsão: Híbrida (gasolina de aviação e bateria)
Composição da infraestrutura: Carbono e fibra de vidro
Decolagem e Pouso: eVTOL
Necessidade de pista: Não
FONTE: Rossi Comunicação