A Marinha dos EUA está avaliando se o Bell/Boeing MV-22 pode funcionar como uma potencial Aeronave de Transporte Aeronaval (COD) antes de dar início a um programa para substituir ou modernizar os C-2A Greyhounds que realizam essa função atualmente.
Um tiltrotor já está a bordo do Porta-aviões Harry S. Truman para a primeira fase da avaliação, diz o contra-almirante William Moran, diretor da Aviação Naval da Marinha. A partir de 19 de abril, operadores irão “conduzir operações contínuas com carga paletizada” usando o MV-22 no convés do Truman. Isto incluirá a transferência de passageiros, carga e operações de vôo “contínuas.
Segundo Moran eles precisam avaliar se o MV-22 consegue se alinhar propriamente com o ritmo das operações da ala aérea, Moran disse a Aviation Week seguindo depoimento prestado no Sub-comitê aeronáutico do Estado Maior das Forças Armadas em 17 de abril.
Em junho, a avaliação entrará na segunda fase aonde os avaliadores oficiais da Marinha irão avaliar a integração da aeronave em “operações contínuas” no convés durante seis dias. Isso será crucial, já que não será permitido ao V-22 desacelerar o ritmo acelerado das operações no convés, se deseja ser um candidato para a missão COD.
Atualmente, o V-22 e uma atualização do C-2, da Northrop Grumman, são as duas opções existentes. Moran diz que após a conclusão da avaliação, a Marinha irá determinar se o MV-22 pode competir ou não. Caso a avaliação seja positiva, a concorrência não ser inciada até a liberação da proposta de orçamento para o ano fiscal de 2015, na melhor das hipóteses.
Se o V-22 não for adequado, a Marinha, então, irá passar pelo processo de justificar uma compra de fonte única da versão das aeronaves C-2 da Northrop, estes irão compartilhar algumas partes com a aeronave de vigilância Hawkeye E-2D.
Funcionários da Northrop Grumman afirmam que esta comunhão de componentes entre o C-2 e o E-2 é uma vantagem para a aeronave, e além disso é capaz de manobrar e estacionar no deck de um Porta-aviões com facilidade. Eles planejam adicionar motores T56-427A do E-2D para o C-2 atualizado, bem como novas asas, aviônica digital e uma empenagem comum com o Hawkeye.
Representantes da empresa afirmam que a versão modernizada do “C-2A Greyhound terá metade do custo total de qualquer outra solução para a aeronave de transporte aeronaval”.
Além disso, dizem eles, o processo de carregamento e descarregamento de cargas e de passageiros tem sido está sendo bem desempenhado pelo antecessor C-2A. E eles observam que a cabine desse tipo de aeronave tem que ser pressurizada, uma atualização que precisa ser adicionada ao V-22.
Os apoiadores do V-22 não veem isso como um problema, assim, não estão planejando oferecer uma cabine pressurizada para a aeronave. “O teto de serviço do V-22 é de 25.000 pés e é semelhante a outras aeronaves turbo-hélice. As operações de transporte de passageiros são rotineiramente realizadas entre 8.000 e 12.000 pés de altitude, aonde a aeronave opera de forma mais eficiente”, diz Bill Schroeder, porta-voz da Bell-Boeing. “Vôos despressurizados de passageiros na Marinha são autorizados até 13.000 pés”. Além disso ele acrescenta que o radar meteorológico (Variante C), sistema de degelo e aviônicos compatíveis com vôo em quaisquer condições de tempo, durante o dia ou a noite, além de ar-condicionado podem ser usados em vôos de longa duração para o conforto dos passageiros.
Além disso o V-22 é uma aeronave capaz de operar a partir de navios menores (embora certificações ainda sejam necessárias), permitindo vários tipos de carga ser entregue diretamente a eles a partir de terra. Atualmente com o C-2, a Marinha emprega o sistema de diversas conexões (“hub-and-spoke”) em que a carga é transportada primeiro para o porta-aviões e, em seguida, transportada de helicóptero para navios menores da frota.
Os defensores do V-22 dizem que o transporte direto de pessoal e carga poderia trazer uma grande economia quando comparado com o modelo atual.
Ambos as empresas dizem que sobressalentes e manutenção são relativamente baratas, devido à presença de aeronaves compatíveis na frota. No entanto, nenhuma empresa forneceu dados sobre os custos concretos até o momento.
Moran diz que a Marinha completou uma análise de alternativas para a missão. As aeronaves atualmente em serviço para a missão COD são adequadas até final da década de 2020, a menos que um imprevisto apareça, ele diz.
FONTE: AWIN First via Aviationweekly
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: Defesa Aérea & Naval