O governo federal estuda implantar uma proteção nas pistas dos aeroportos de Congonhas (São Paulo) e Santos Dumont (Rio), para ajudar os aviões a frear mais rápido.
Os dois aeroportos têm as pistas mais curtas entre os maiores terminais do Brasil e estão cercados de obstáculos –em Congonhas, por casas, prédios residenciais e comerciais e, no Santos Dumont, pela baía de Guanabara.
A proteção consiste na aplicação de uma película no no asfalto com a finalidade de evitar derrapagens, aquaplanagens e, também, aumentar o atrito da pista.
Como uma espécie de “capa”, essa proteção é usada em aeroportos com características semelhantes a desses locais, como Gatwick, em Londres. Pistas como a de Schiphol (Amsterdã) e Barajas (Madri) também contam com essa película.
Segundo a Infraero, estatal responsável pelos dois aeroportos, a película reduzirá a necessidade de remover, a cada quatro meses, a borracha deixada na pista pelos aviões quando os pneus tocam na pista. Quanto mais borracha, menor o atrito –fator essencial para ajudar o avião a parar.
A estatal diz que está avaliando a relação custo-benefício da implantação.
Segundo a Infraero, o metro quadrado da proteção custa 120 euros –o que faria o projeto custar R$ 46,1 milhões, a considerar só a pista principal dos aeroportos.
Questionada sobre se o investimento não é alto, a estatal disse que, “com maior volume de aplicação, há a possibilidade de redução do preço. Portanto, não se deve realizar cálculos proporcionais”.
A empresa informou ainda que a pista de Congonhas é segura e possui um nível de atrito dentro dos parâmetros exigidos.
ACIDENTE
A pista de Congonhas ficou estigmatizada em razão do acidente com um Airbus da TAM, em julho 2007. Na ocasião, o avião não conseguiu parar a tempo, saiu da pista, atravessou a avenida Washington Luís e bateu contra um posto de combustível.
O acidente é o maior desastre da aviação brasileira –199 pessoas morreram.
Relatório da Infraero depois do acidente considerou que a pista tinha nível de atrito abaixo do recomendado.
Mas a investigação do acidente, conduzida pela Aeronáutica, não considerou a pista como fator contribuinte para o acidente.A apuração constatou que o avião não parou, entre outras razões, porque um dos seus reversores (que ajudam a aeronave a frear) estava desativado e porque o sistema do avião entendeu que deveria acelerar, em vez de frear.
FONTE : Folha de São Paulo – Via Notimp