Por Guilherme Wiltgen
Nesses 104 anos de existência, a Aviação Naval vem traçando um trajetória marcada pelo pioneirismo e bravura, lembrando que apenas dez anos após o primeiro voo do 14Bis, por Santos Dumont, a Marinha do Brasil já fazia história com a aeronave Curtiss F 1916, iniciando a conquista da operação aérea em proveito dos meios da Esquadra.
Fatos que vão desde a realização do primeiro deslocamento aéreo no Brasil, passando pela participação na 1ª Grande Guerra, integrando o 10° Grupo de Operações de Guerra da RAF e a retomada das operações com asa-fixa embarcada no NAeL Minas Gerais (A 11) e depois no Nae São Paulo (A 12).
A Aviação Naval se faz hoje presente em todo o território nacional, desde a Amazônia Azul até a Verde, através de seus Esquadrões Distritais (HU-91 em Manaus-AM, HU-61 em Ladário-MS, o HU-51 em Rio Grande-RS e HU-41 em Belém-PA) e dos demais Esquadrões (HI-1, HU-1, HU-2, HA-1, HS-1 e VF-1) baseados em São Pedro da Aldeia.
O complexo aeronaval de São Pedro da Aldeia ainda compreende o Comando da Força Aeronaval, Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia (BAeNSPA), Centro de Instrução e Adestramento Aeronaval Alte. José Maria do Amaral Oliveira (CIAAN), Centro de Intendência da Marinha de São Pedro da Aldeia (CeIMSPA), a Policlínica Naval de São Pedro da Aldeia (PNSPA) e o Grupo Aéreo Naval de Manutenção (GAerNavMan).
A Aviação Naval ainda conta, desde 1922, com a Diretoria de Aeronáutica da Marinha (DAerM), que tem como propósito realizar todas as atividades normativas, técnicas e gerenciais, sendo a OM responsável pelas aquisições e modernizações dos vetores aéreos, além de dirigir e executar as atividades de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, trabalhando desta forma para contribuir com a segurança das operações aéreas.
No mundo verde da Amazônia, presta apoio na área da saúde às populações ribeirinhas e patrulha nossa vias fluviais, no Pantanal, protegendo as nossa fronteiras.
As ações da Aviação Naval se estendem até o Continente Antártico, apoiando o Programa Antártico brasileiro (PROANTAR), dando suporte aéreo a Estação Antártica Comte. Ferraz (EACF) e compondo o Destacamento Aéreo Embarcado (DAE) do NApOc Ary Rongel e NPo Almirante Maximiano, trabalhando em prol do desenvolvimento científico do Brasil.
Aviação Naval recebeu duas aeronaves UH-15A Super Cougar especialmente projetada para se dedicar à missão de Combate SAR (C-SAR). Esse tipo de missão tem por objetivo o regaste de tripulações abatidas ou que tenham se acidentado em território hostil durante um conflito. Para tanto, foram incorporados aos equipamentos do UH-15 básico o sistema EWS (Eletronic Warfare System), conjunto de equipamentos auxiliares de defesa, composto por sensores que alertam, com antecedência, as tripulações sobre ameaças de radares (RWR -Radar Warning Receiver), emissão laser (LWS -Laser Warning Subsystem) e mísseis hostis (MWS -Missile Warning Subsystem). As aeronaves ainda contam com o Supressor de Radiação Infravermelho (JDD -Jet Dilution Device), dispositivo instalado na saída de gases do motor, com o objetivo de diminuir a assinatura térmica, e também com o dispenser de contramedidas Chaff/Flare.
Espera-se que até o final do ano receber o primeiro H225M Naval, designado AH-15B, com capacidade de ser armado com dois mísseis anti-navio Exocet.
No dia 28.02.20, foi recebida a primeira das três aeronaves UH-17, aeronave biturbina leve, modelo H-135 da Airbus Helicopters, capaz de operar em períodos diurnos ou noturnos e sob condições de voo visual ou por instrumentos. A incorporação do UH-17 representa a renovação e ampliação de capacidades da Aviação Naval, em especial em proveito das operações aéreas na Antártica.
No Reino Unido, prossegue o processo de modernização das aeronaves AH-11A Super Lynx na fábrica da Leonardo Helicopters, em Yeovil. A aeronave modernizada, AH-11B WildLynx está sendo empregada pela Marinha do Brasil como aeronave orgânica dos navios que participam da Operação Líbano, integrando a Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL), contribuindo, sobremaneira, para elevar o nome do Brasil no Cenário Internacional. Já foram entregues três aeronaves AH-11B, permanecendo 5 em processo de modernização no reino Unido.
Quanto a asa-fixa, continuam os trabalhos de modernização na Embraer das aeronaves AF-1/A Falcão (A-4KU/TA-4KU Skyhawk II), que vai proporcionar o aumento da disponibilidade das aeronaves do Esquadrão VF-1.
Essas ações demonstram a constante busca da Aviação Naval em se manter na vanguarda, com aeronaves modernas e tecnologicamente avançadas, mesmo com todas as restrições orçamentárias impostas à Marinha do Brasil.
O atual Comandante da Força Aeronaval é o Contra-Almirante Paulo Renato Rohwer Santos.
Obrigado, sr. Guilherme. Segundo palavras do próprio Comandante da Aviação Naval, os UH-14 SUPER PUMA do Esq. HU-2 estavam em processo de desativação. Sendo assim, o sr. saberia qual seria o destino final tanto para estes UH-14 quanto para os UH-13 desativados ?
Koprowski,
A ideia é tentar vender as células que ainda possam voar, tanto do 13 quanto do 14.
Abs,
Obrigado, sr. Guilherme.
👍🏻🚁⚓🇧🇷
O patrono da Aviação Naval é Catarinense. Almte Protogenes Pereira Guimarães
Inclusive, sr. Guilherme, até pergunto se estes UH-13 já deram baixa ? Caso negativo, seria muito interessante se, no momento do recebimento do terceiro e último UH-17 (N-7092), houvesse uma cerimônia onde seria dado um nome ao mesmo, além de uma honrosa despedida do UH-13. Algo semelhante ocorrido em cerimônia do Equadrão HS-1, com o SH-16 e o SH-3A/B. Magnífico este emblema comemorativo aos 104 anos da Aviação Naval da MB.
Koprowski,
O UH-13 já fez o último voo, não voará mais na Marinha.
Foi feita a despedida em voo, com uma esquadrilha formada pelo UH-12, UH-13 e UH-17.
A chegada do SH-16 foi diferente, pois coincidiu com o aniversário da Aviação Naval, mas nos 103 anos foi feita a apresentação do UH-17.
Abs,
Em relação aos helicópteros UH 17 (ainda sem nome), o Esquadrão HU 1 já recebeu os N 7090 (28/02/2020) e N 7091 (10/07/2020), sendo que o N 7092 está previsto para ser entregue até o final deste ano. Substituirão os UH 13 Esquilo Bi, principalmente, nas missões antártidas.
Koprowski,
O UH-17 vai substituir o UH-13, inclusive na Antártica.
O UH-13 já fez seu último voo na Marinha.
Abs,
Apenas complementando o texto, recebidos / operacionais até o momento:
UH15 SUPER COUGAR: N 7101, N 7102, N 7106 e N 7107 – Esq.HU 2 (PÉGASUS)
UH15 SUPER COUGAR: N 7103, N 7104 e N 7105 – Esq. HU 41 (HIPOGRIFO)
UH15A SUPER COUGAR: N 7201, N 7202 e N 7203 – Esq.HU 2 (PÉGASUS)
Sendo assim, todos 03 os UH15A encomendados já estão na ativa, bem como 07 UH15, de 08 encomendados, faltando apenas o N 7108. Já em relação aos AH15B SUPER COUGAR, capacitados à operar o AM39 EXOCET Mk.2, parece que o Esq. Pégasos receberá o primeiro até o final deste ano, o qual foram encomendados 05 aparelhos (N 4101 à N 4105).