Por Guilherme Wiltgen
Nesses 108 anos de existência, a Aviação Naval vem traçando um trajetória marcada pelo pioneirismo e bravura, lembrando que apenas dez anos após o primeiro voo do 14Bis, por Santos Dumont, a Marinha do Brasil já fazia história com a aeronave Curtiss F 1914, iniciando a conquista da operação aérea em proveito dos meios da Esquadra.
Fatos que vão desde a realização do primeiro deslocamento aéreo no Brasil, passando pela participação na 1ª Grande Guerra, integrando o 10° Grupo de Operações de Guerra da RAF e a retomada das operações com asa-fixa embarcada no NAeL Minas Gerais (A 11) e depois no Nae São Paulo (A 12).
A Aviação Naval se faz hoje presente em todo o território nacional, desde a Amazônia Azul até a Verde, através de seus Esquadrões Distritais (HU-91 em Manaus-AM, HU-61 em Ladário-MS, o HU-51 em Rio Grande-RS e HU-41 em Belém-PA) e dos demais Esquadrões (HI-1, HU-1, HU-2, HA-1, HS-1, VF-1 e QE-1) baseados em São Pedro da Aldeia.
O Complexo Aeronaval de São Pedro da Aldeia ainda compreende o Comando da Força Aeronaval, Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia (BAeNSPA), Centro de Instrução e Adestramento Aeronaval Alte. José Maria do Amaral Oliveira (CIAAN), Centro de Intendência da Marinha de São Pedro da Aldeia (CeIMSPA), a Policlínica Naval de São Pedro da Aldeia (PNSPA) e o Grupo Aéreo Naval de Manutenção (GAerNavMan).
O Grupo Aéreo Naval de Manutenção (GaerNavMan) foi criado em 28 de agosto de 2019 (ativado no dia 06 de dezembro do mesmo ano) pela Portaria 249, com a missão de “Supervisionar e executar a manutenção de 2º e 3º escalões e apoiar, quando necessário, as manutenções de 1º escalão nos meios aeronavais da MB, em terra e quando embarcados nos navios da Força, de forma integrada e eficaz, a fim de contribuir para a aplicação do poder naval, na área do Comando em Chefe da Esquadra e dos Comandos dos Distritos Navais”.
A Aviação Naval ainda conta, desde 1922, com a Diretoria de Aeronáutica da Marinha (DAerM), que tem como propósito realizar todas as atividades normativas, técnicas e gerenciais, sendo a OM responsável pelas aquisições e modernizações dos vetores aéreos, além de dirigir e executar as atividades de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, trabalhando desta forma para contribuir com a segurança das operações aéreas.
No mundo verde da Amazônia e do Pantanal, presta apoio na área da saúde às populações ribeirinhas, patrulha nossa vias fluviais e protegendo as nossa fronteiras.
As ações da Aviação Naval se estendem até o Continente Antártico, apoiando o Programa Antártico brasileiro (PROANTAR), dando suporte aéreo a Estação Antártica Comte. Ferraz (EACF) e compondo o Destacamento Aéreo Embarcado (DAE) do NApOc Ary Rongel e NPo Almirante Maximiano, trabalhando em prol do desenvolvimento científico do Brasil.
No dia 28/02/20 foi recebida a primeira das três aeronaves UH-17. O helicóptero biturbina leve do modelo H-135 da Airbus Helicopters, é capaz de operar em períodos diurnos ou noturnos e sob condições de voo visual ou por instrumentos. A incorporação do UH-17 representou a renovação e ampliação de capacidades da Aviação Naval, em especial em proveito das operações aéreas na Antártica, substituindo o UH-13 Esquilo Biturbina.
A Aviação Naval recebeu três, das quatro aeronaves AH-15B Super Cougar (N-4101, N-4102 e N-4103) especialmente projetadas para se dedicar à missão de Guerra Antissuperfície (ASuW), capaz de carregar dois mísseis ar-superfície Exocet AM39 B2M2. O H225M Naval é equipado com um complexo Sistema Tático de Missão Naval (TDMS – Tactical Data Management System), que é responsável pelo sistema tático de Missão Naval.
O AH-15B possui o radar APS-143(C)V3, o mesmo já utilizado pelo SH-16 Seahawk, uma câmera IR e detector a laser para rastrear alvos, além de equipamento para gravação de vídeo e voz, modernos sensores integrados de autodefesa Saab IDAS (Integrated Defensive Aids Suite) composto por RWR (Radar Warning Receiver), LWS (Laser Warning Systems) e MAWS (Missile Approach Warning Systems) com cobertura de 360°, que proverão capacidade de detectar radares e mísseis inimigos, aumentando a capacidade de sobrevivência da aeronave, além de possuir lançadores de Chaff e Flare. As aeronaves ainda contam com o Supressor de Radiação Infravermelho (JDD – Jet Dilution Device), dispositivo instalado na saída de gases do motor, com o objetivo de diminuir a assinatura térmica.
No Reino Unido, prossegue o processo de modernização das aeronaves AH-11A Super Lynx na fábrica da Leonardo Helicopters, em Yeovil. A aeronave modernizada, AH-11B WildLynx, foi empregada pela Marinha do Brasil como aeronave orgânica dos navios que participaram da Operação Líbano, integrando a Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL), e mais recentemente da Operação GUINEX, no Golfo da Guiné, contribuindo sobremaneira, para elevar o nome do Brasil no Cenário Internacional. Até o momento foram entregues cinco aeronaves Super Lynx Mk21B, permanecendo três em processo de modernização no Reino Unido.
Quanto a asa-fixa, no dia 20 de abril de 2022, a Embraer realizou a entrega do último caça modernizado AF-1B à Marinha do Brasil. A cerimônia foi realizada na unidade industrial de Gavião Peixoto. No total, dentro do programa AF-1, foram modernizados sete caças, sendo cinco AF-1B Monoplace e dois AF-1C Biplace.
A Aviação Naval iniciou a 5ª fase da sua história ao ativar, no dia 05 de julho de 2022, o 1º Esquadrão de Aeronaves Remotamente Pilotadas (QE-1). O Esquadrão Harpia possui seis Sistemas de Aeronaves Remotamente Pilotadas Embarcado (SARP-E), designadas RQ-1 ScanEagle, que receberam as matrículas N-8001 a N-8006, dois lançadores (um embarcado e um terrestre), dois sistemas de recolhimento e três estações de controle, uma de terra e duas embarcadas.
Essas ações demonstram a constante busca da Aviação Naval em se manter na vanguarda, com aeronaves modernas e tecnologicamente avançadas.
Nesse sentido, ainda no decorrer do ano em que completa 108 anos, a Aviação Naval inicia uma nova fase na Instrução de Voo com o recebimento do primeiro helicóptero Helibras/Airbus H125 pelo Esquadrão HI-1.
Designado IH-18 N-5101, o H125 vai iniciar a substituição do IH-6B na formação prática de voo do Curso de Aperfeiçoamento de Aviação para Oficiais (CAAVO), marcando o início do processo de transição do “Bellzinho”, como é carinhosamente chamado pelos Aviadores Navais, até a retirada do serviço ativo.
O atual Comandante da Força Aeronaval é o Contra-Almirante Emerson Gaio Roberto.
Sr. Wiltgen, qual foi o último AH-11B recebido ?
O N-4010
Show…obrigado, sr. Wiltgen.
Através de subsídios e redução de impostos ou um bem bolado entre o governo e a Embraer, a parceia poderiam desenvolver e facilitar a compra ou aluguel ou empréstimo, de aeronaves gripes, preator600 com radar israelense, E195E2 de patrulha e guerra naval e ou eletrônica, ou C390 naval.
A grande falta de embarcações navais, poderia ser substituída por aeronaves….
Se não der o primeiro passo, vão ficar parado ou travado….
A Embraer teve vantagens na transferências de tecnologias do gripe e das fragatas Tamandare, e poderia retribuir….
Está é a minha humilde e modesta opinião e sugestão.
Abraço
Se a marinha utilizasse os drones nacionais em tarefas navais, as empresas ganhariam desenvolvimento e crescimento, gerariam empregos, os militares ganhariam capacitação e o litoral e o mar seria mais vigiado e observado.
Abraço
Se o governo transferisse os p3a da fab para a marinha, seria uma boa, pois a marinha teria mais meios, mais consciência naval e menos chances de possíveis erros nas identificações de embarcações tanto na superfície como submerso.
Abraço
Boa a matéria, parabéns!…
Namastê
Abraço