“O Marinheiro quando aprende a voar não deixa de ser Marinheiro, pois o céu para ele nada mais é que o teto do mar.”
Por Guilherme Wiltgen
Nesses 102 anos de existência, a Aviação Naval vem traçando um trajetória marcada pelo pioneirismo e bravura, lembrando que apenas dez anos após o primeiro voo do 14Bis, por Santos Dumont, a Marinha do Brasil já fazia história com a aeronave Curtiss F 1916, iniciando a conquista da operação aérea em proveito dos meios da Esquadra.
Fatos que vão desde a realização do primeiro deslocamento aéreo no Brasil, passando pela participação na 1ª Grande Guerra, integrando o 10° Grupo de Operações de Guerra da RAF e a retomada das operações com asa-fixa embarcada no NAeL Minas Gerais (A 11) e depois no Nae São Paulo (A 12).
A Aviação Naval se faz hoje presente em todo o território nacional, desde a Amazônia Azul até a Verde, através de seus Esquadrões Distritais (HU-3 em Manaus-AM, HU-4 em Ladário-MS e o HU-5 em Rio Grande-RS) e dos demais Esquadrões (HI-1, HU-1, HU-2, HA-1, HS-1 e VF-1) baseados em São Pedro da Aldeia.
O complexo aeronaval de São Pedro da Aldeia ainda compreende o Comando da Força Aeronaval, Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia (BAeNSPA), Centro de Instrução e Adestramento Aeronaval Alte. José Maria do Amaral Oliveira (CIAAN), Depósito Naval de São Pedro da Aldeia (DepNavSPA) e a Policlínica Naval de São Pedro da Aldeia (PNSPA).
A Aviação Naval ainda conta, desde 1922, com a Diretoria de Aeronáutica da Marinha (DAerM), que tem como propósito realizar todas as atividades normativas, técnicas e gerenciais, sendo a OM responsável pelas aquisições e modernizações dos vetores aéreos, além de dirigir e executar as atividades de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos na Marinha, trabalhando desta forma para contribuir com a segurança das operações aéreas.
No mundo verde da Amazônia, presta apoio na área da saúde às populações ribeirinhas e patrulha nossa vias fluviais, no Pantanal, protegendo as nossa fronteiras.
As ações da Aviação Naval se estendem até o Continente Antártico, apoiando o Programa Antártico brasileiro (PROANTAR), dando suporte aéreo a Estação Antártica Comte. Ferraz (EACF) e compondo o Destacamento Aéreo Embarcado (DAE) do NApOc Ary Rongel e NPo Almirante Maximiano, trabalhando em prol do desenvolvimento científico do Brasil.
Com relação as aeronaves de asa-rotativas, a Aviação Naval recebeu duas aeronaves UH-15A Super Cougar especialmente projetada para se dedicar à missão de Combate SAR (C-SAR). Esse tipo de missão tem por objetivo o regaste de tripulações abatidas ou que tenham se acidentado em território hostil durante um conflito. Para tanto, foram incorporados aos equipamentos do UH-15 básico o sistema EWS (Eletronic Warfare System), conjunto de equipamentos auxiliares de defesa, composto por sensores que alertam, com antecedência, as tripulações sobre ameaças de radares (RWR -Radar Warning Receiver), emissão laser (LWS -Laser Warning Subsystem) e mísseis hostis (MWS -Missile Warning Subsystem). As aeronaves ainda contam com o Supressor de Radiação Infravermelho (JDD -Jet Dilution Device), dispositivo instalado na saída de gases do motor, com o objetivo de diminuir a assinatura térmica, e também com o dispenser de contramedidas Chaff/Flare. Está previsto até o final do ano receber o primeiro H225M Naval, designado AH-15B, com capacidade de ser armado com dois mísseis anti-navio Exocet.
Na Inglaterra, prossegue o processo de modernização das aeronaves AH-11A Super Lynx na fábrica da Leonardo Helicopters, em Yeovil. Essa aeronave, também é utilizada pela Marinha do Brasil como aeronave orgânica dos navios que participam da Operação Líbano, integrando a Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL), contribuindo, sobremaneira, para elevar o nome do Brasil no Cenário Internacional. Está previsto para setembro o recebimento dos dois primeiros AH-11B.
Quanto a asa-fixa, continuam os trabalhos de modernização na Embraer das aeronaves AF-1/A Falcão (A-4KU/TA-4KU Skyhawk II), que vai proporcionar o aumento da disponibilidade das aeronaves do Esquadrão VF-1.
Essas ações demonstram a constante busca da Aviação Naval em se manter na vanguarda, com aeronaves modernas e tecnologicamente avançadas, mesmo com todas as restrições orçamentárias impostas à Marinha do Brasil.
O atual Comandante da Força Aeronaval é o Contra-Almirante Denilson Medeiros Nôga.
Realmente seria muito Penske! Um navio Museu aberto pra visitação, com eventos culturais e muito mais… Mas concordo com Padilha, é a pura realidade!
Parabéns a Marinha por esta data tão importante e marcante, não só por toda sua trajetória do passado em aeronaves de asa fixa, época essa marcada pelo seu maior trunfo na aviação embarcada, que foi com o NAel Minas Gerais, mas também pelo seu aparato de equipamentos de asas rotativas. Aproveito esse espaço e data comemorativa, para sugerir a Marinha do Brasil que procure um meio de dar outra destinação ao NAe São Paulo. Creio ser possível transformá-lo em um Navio Aeródromo Museu. Afinal “parte” de seus equipamentos podem ter perdido seu uso funcional, mas o casco do navio encontra-se e bom estado, pois enquanto ficou docado até metade do ano de 2010, recebeu um profundo plano de manutenção. Gostaria de sugerir ao Padilha e Wiltgen que analisassem essa sugestão para uma matéria sugerindo esse tema, creio seria muito bem vinda por todos os amantes de nossa esquadra. Bem vamos ficar na torcida.
Penske, em que pese o fato do NAe São Paulo ter sido junto com o NAel Minas Gerais importantes para a retomada da aviação de asa fixa na MB, se o Minas que tinha muita, mas muita história mesmo, não foi poupado, porque o São Paulo devereria?
Eu acho que o navio já deu o que tinha que dar. Mantê-lo é caríssimo e no Brasil ele não se pagaria sendo transformado em Museu.
Essa é a minha opinião e respeito quem pensar diferente.