Por Guilherme Wiltgen e Luiz Padilha
A Saab e a embraer deram um importante passo na consolidação do Programa Gripen NG ontem em Gavião Peixoto, inaugurando o Centro de Design e Desenvolvimento do Gripen (Gripen Design Development Network – GDDN), que contou com as presenças do Ministro da Defesa, Raul Jungmann, do Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Nivaldo Luís Rossato, do Presidente e CEO da Saab, Håkan Buskhe, do Presidente da Embraer, Paulo Cesar De Souza e Silva, do Presidente da Embraer Defesa & Segurança, Jackson Schneider e do Vice-presidente Senior e Chefe da Área de Negócios de Aeronáutica da Saab, Ulf Nilsson.
O GDDN será o “hub” de desenvolvimento tecnológico do Gripen NG no Brasil para a Saab e a Embraer, junto às empresas e instituições brasileiras parceiras no programa, como a AEL Sistemas, Atech, Akaer e Força Aérea Brasileira. Esta última vai participar através do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA).
“Temos um compromisso de longo prazo com o Brasil. O lançamento do GDDN é um marco importante no programa brasileiro do Gripen, pois será a base para a transferência de tecnologia e o desenvolvimento dos caças no país”, disse Håkan Buskhe, CEO e presidente da Saab.
Jackson Schneider ressaltou histórico das duas empresas no desenvolvimento e aplicação de tecnologias inovadoras na indústria aeronáutica, enfatizando a importância desta cooperação, que será fundamental para garantir o melhor apoio às operações do F-39 Gripen na FAB pelos próximos anos.
Para o Comandante da Aeronáutica, a inauguração do GDDN é um passo importante na construção do projeto Gripen NG. “Começou quando iniciamos o projeto, depois de muitos anos, quando o governo federal decidiu que esse seria nosso avião; posteriormente com a assinatura dos contratos e, no ano passado, com o financiamento”, lembrou. O oficial-general destacou que futuramente o centro de engenharia também servirá a outros projetos. “É uma etapa importantíssima, mas lembro que é um passo em vista da meta que queremos atingir”, afirmou.
O edifício do GDDN está estrategicamente localizado nas dependências da Embraer, em Gavião Peixoto (SP), local onde será realizada a montagem final da aeronave e também o Centro de Teste de Voos do Gripen.
Gripen Design Development Network – GDDN
O GDDN conta com ambientes para desenvolvimento, simulações, testes e verificações do caça e de seus sistemas de suporte. Além disso, vai conectar todos os parceiros que estão atuando no desenvolvimento do Gripen NG da Força Aérea Brasileira, possibilitando que as interações ocorram de acordo com os preceitos de segurança do setor.
Dotado de alta tecnologia em processos, dados e ferramentas necessárias para executar cada fase de desenvolvimento do caça, foi construído próximo ao Centro de Teste de Voos e ao local onde vai ocorrer a montagem final da aeronave, ou seja, da linha de produção na Embraer.
O Centro de Projetos e Desenvolvimento do Gripen, também irá conduzir o desenvolvimento das funcionalidades do sistema do Gripen. Nesse local vai acontecer a integração total do sistema com o hardware real da aeronave, assim como a execução das verificações das funções desenvolvidas.
Para que tudo isso possa acontecer, o GDDN contará com até 180 áreas de trabalho, além das salas para backup de dados, simuladores de desenvolvimento, um laboratório de sistema de apoio à missão e um laboratório de treinador de missão.
Parceria e Transferência de tecnologia
Com a escolha do Gripen NG no programa F-X2, iniciou-se um minucioso trabalho que resultou na parceria de dois players da indústria aeronáutica mundial, aliando o conhecimento e história em desenvolvimento de aeronaves militares da Saab com a transferência desta tecnologia para a Embraer, assim como para as empresas parceiras do programa, como AEL Sistemas, Akaer, Atech, Mectron, Inbra e Atmos.
A Embraer desempenhará um papel de liderança na execução do programa e realizará uma grande parte do trabalho de produção e entrega das versões monoplace (Gripen E) e biplace (Gripen F). A empresa será responsável por uma quantidade considerável do trabalho em desenvolvimento de sistemas, integração, testes de voo, montagem final e entregas de aeronaves. Além disso, Embraer e Saab serão responsáveis pelo desenvolvimento completo da versão “F”, que segundo a Saab, poderá ser usado tanto para treinamento como para Controle Aéreo Tático Avançado.
Segundo o Ministro da Defesa, o Brasil acertou na escolha e na parceria, ressaltando que a escolha do Gripen foi técnica e a melhor opção para compor a espinha dorsal de caças da FAB. A inauguração do GDDN é o “atestado do acerto desta parceria da escolha desse avião, do que ainda vai vir, dos produtos que virão dessa parceria, e sobre tudo, da transferência do desenvolvimento de tecnologia que é fundamental para o Brasil para a nossa Defesa e evidentemente para os interesses nacionais”.
O Programa está garantido
Segundo Raul Jungmann, o Governo garantiu R$ 1,5 bilhão para que o programa siga com seu cronograma e que, apesar das restrições fiscais, se encontra em um estágio atual avançado e maduro e que “não seria possível pensar em interromper um projeto como esse”.
Ainda segundo o MD, o programa representa uma avanço para o país e para as empresas brasileiras envolvidas no projeto de US$ 5,4 bilhões, que envolve o desenvolvimento e a produção de 36 caças Gripen, dos quais 23 serão montados nas instalações de Gavião Peixoto, com o início das entregas previsto para 2019 e a conclusão em 2024.
O GDDN é o principal marco no processo de transferência de tecnologia entre o Brasil e a Suécia do projeto Gripen NG. Trata-se do primeiro da lista de 60 projetos de offset (compensações de natureza industrial, tecnológica ou comercial) avaliados em U$$ 9 bilhões.
Espero que a fab também compre esses Meteor rs. Ai não poderíamos mais reclamar de misseis Ar-ar
Nesta instalação se dará a parte mais significativa e importante para o Brasil do Programa Gripen que é o desenvolvimento da versão F biplace.
A variante F (até o momento) de uso exclusivo do Brasil será moldada pelos requisitos da FAB enquanto a E terá de ser modificada para FAB a partir dos requisitos da Flygvapnet.
Tecnologicamente os trabalhos na versão F requeiram os maiores investimentos pelo BRASIL e gerarão os maiores frutos de conhecimento para a Embraer e a FAB.
A melhor parte do programa em termos tecnológicos…