Por Luiz Padilha
O DAN esteve nas cidades de Linkoping e Motala para conhecer onde a Saab desenvolve seus ROVs (Remotely Operated Underwater Vehicle) e PVDS (Propelled Variable Depth Sonar) e trás aos seus leitores um pouco dessa gama de produtos.
A Saab Dynamics é um braço da Saab Technologies que possui diferentes áreas de atuação, como: Ground Combat Systems; Missile Systems; Underwater Systems; e Signature Management Systems.
Fomos recebidos pelo gerente comercial da Saab Underwater Systems (US), Sr. Magnus Christiansen, que nos apresentou onde são construídos e desenvolvidos os produtos que atuam em conjunto aos MCMV (Mine Countermeasure Vessel) da Marinha da Suécia.
As instalações são de uma certa forma simples, visto o grau de complexidade que os produtos possuem e, apesar de nossa visita ter quebrado um pouco o ambiente silencioso onde os técnicos trabalham, foi possível ver que nada lhes tira a concentração.
Double Eagle MKII (MDS e SAROV)
Atualmente, um navio Caça Minas/Varredor (MCMV), para ter um alto nível de eficácia, precisa ter a bordo um ou dois ROVs para auxiliar na detecção, classificação e identificação de uma mina.
Minas não detectadas são um perigo permanente para as forças armadas, e não é interessante deixar de usar todas as ferramentas para manter a segurança de navios e portos. A Saab Underwater Systems fornece para algumas Marinhas, ROVs inovadores, sofisticados, eficazes e confiáveis, capazes não só de identificar, como também eliminar essas ameaças.
O sistema Double Eagle possui estabilidade hidro-dinâmica, altamente confiável com desempenho excepcional e baixo custo de ciclo de vida, sendo utilizado por diversas Marinhas e é oferecido em 3 versões: PVDS (Propelled Variable Depth Sonar) Double Eagle MKII MDS; Double Eagle MKII SAROV; e Double Eagle MKIII.
O Double Eagle MKII pode ser adaptado para operações Craft Of Opportunities (COOP), onde Double Eagle fica alojado em um compartimento que pode ser facilmente instalado em praticamente qualquer tipo de navio.
Conectado ao navio através de um cabo de fibra ótica com 1.000 metros de extensão, este sistema possui um controle automático de tensão com um guincho de resfriamento forçado, pois o cabo, além de dados, transfere energia do navio ao veículo (aproximadamente 2.000 volts), que são convertidas através de uma unidade de conversão que divide para os diferentes sistemas do Double Eagle, pois cada sistema interno trabalha com uma voltagem específica, como motores, câmeras, sonar e luzes. Através desse cabo o veículo mantém contato permanente com o navio enviando em tempo real todas as informações de sonar ao operador a bordo do mesmo.
O Double Eagle MKII MDS, após ser lançado, se dirige ao local plotado pelo sonar de casco do navio para a perfeita identificação e classificação da mina. Devido a alta manobrabilidade do veículo, mesmo com fortes correntes marinhas, ele consegue manobrar e se manter estável próximo a mina, liberando a carga determinada para a eliminação da mesma, retornando em seguida ao navio, quando então o operador a bordo detona a carga eliminando a ameaça.
O editor do DAN pôde comprovar a alta manobrabilidade do veículo durante uma demonstração no tanque de testes na fábrica, onde teve a oportunidade de manobrar o Double Eagle.
O Double Eagle MKII, quando não está sendo utilizado para eliminar minas, pode ser configurado com braços ou outras ferramentas para serviços subaquáticos.
O Double Eagle MKII SAROV além das capacidade do MDS, pode ser utilizado de forma autônoma, ou seja, ele é um ROV que também pode ser utilizado como um AUV (Autonomous Underwater Vehicle). Como AUV o SAROV opera através de seu sonar, que pode ser de varredura lateral, SSS (Side Scan Sonar) ou de abertura sintética, SAS (Synthetic Aperture Sonar) e uma câmera.
Ao ser lançado autonomamente, o veículo se dirige para uma área pré-determinada pelo operador a bordo do navio escaneando essa área. Quando ocorre a detecção de um objeto, o veículo tem a capacidade de se reprogramar automaticamente, se dirigindo ao local para proporcionar a coleta de dados do objeto. Através da câmera pode então identificar a mina e depois seguir para sua programação inicial. O veículo pode ser programado para ir a superfície e transmitir dados e assim o operador a bordo do navio poderá então classificar a mina. Após cumprir a missão programada, o SAROV se dirige para uma posição pré-determinada para ser resgatado pelo navio. Para eliminar a mina ele pode ser configurado com uma carga e lançado mais uma vez com controle total do operador de bordo, através de um cabo como é feito na versão MDS.
Na versão SAROV, o veículo possui capacidade de operar por 10 horas autonomamente e ainda ser recarregado no mar, pois ao se conectar o cabo para operar sob controle do operador a bordo do navio, as suas baterias são automaticamente recarregadas.
Double Eagle MKIII
O Double Eagle MKIII atua de forma autônoma a mais de 50 metros na frente do navio, proporcionando maior eficácia na missão, pois o MKIII é um PVDS (Propelled Variable Depth Sonar), o que significa a possibilidade de variar a profundidade durante o escaneamento de seu sonar, algo que o sonar de casco do navio não pode fazer. Ambos se completam aumentando significativamente a eficácia do conjunto.
Antes de ser lançado, o operador a bordo do navio implanta no sistema do MKIII diversos waypoints que serão seguidos durante a operação, porém, o operador a bordo pode a qualquer momento inserir novas coordenadas. Com seu sonar giratório, sua capacidade de variar a profundidade de busca e com seus motores, mesmo com fortes correntes marinhas, o MKIII cumpre sua missão.
AUV62-AT
A Saab Dynamics olhando para o futuro, desenvolveu um interessante sistema para o treinamento de guerra anti-submarino chamado AUV62-AT e MR.
O AUV62-AT possui a capacidade de substituir um submarino durante os treinamentos, reduzindo de forma significativa os custos com realismo. A capacidade de simular um submarino real permite aos navios o treinamento ideal para suas tripulações, pois o sistema pode simular diferentes tipos de submarinos, o que torna ainda mais alto o nível do treinamento, que também inclui helicópteros e seus sonares.
O operador do AUV62-AT pode a todo momento do treinamento enviar novos desafios aos navios e helicópteros, atuando de forma ativa ou passiva gerando assinaturas bem distintas. Os dados do exercício são registrados durante o treinamento e são analisados logo após o mesmo. O AUV62-AT pode operar por até 24 horas com uma velocidade de 4 nós (velocidade máxima de 12 nós).
Em caso de conflito, o AUV62-AT pode ser usado como um importante Decoy, enganando forças inimigas e liberando o submarino para atacar os navios que estariam buscando um submarino em posição fictícia.
O AUV62-MR foi projetado para realizar missões de longa resistência em grandes áreas, que podem ser realizadas de forma autônoma ou em modo supervisionado. Sua comunicação controlada apresenta posição de transferência e informações de status, protegendo o veículo e permitindo que ele seja localizado, atualizado e supervisionado durante uma missão, se necessário.
O planejamento de missão permite que ele funcione de forma independente, seguindo uma rota ou uma tarefa específica dentro de uma área pré-definida. O próprio veículo também tem a capacidade de otimizar uma rota, maximizando o seu desempenho no ambiente, podendo replanejar de forma autônoma, com base nos dados coletados durante a operação.
O AUV62-MR pode ser lançado de diferentes plataformas e normalmente recuperado da mesma forma, seja por navio, submarino ou a partir da costa. Ele foi intencionalmente desenhado para se parecer com um torpedo pesado (HWT) com as mesmas interfaces mecânicas e elétricas, por isso não há necessidade de modificação ou integração se usado em um submarino, o que torna seu lançamento em caso de área inimiga, mais eficaz. Sua recuperação por um submarino é feita através de um veículo especialmente projetado, o SUBROV.
Com seu sonar de alta resolução o AUV62-MR cria imagens detalhadas de quaisquer ameaças durante sua missão. O veículo possui um módulo de carga útil com um sonar de abertura sintética (SAS) e um sensor de imagem para apoiar a identificação e todos os objetos encontrados são identificados usando o computador de bordo e armazenando suas posições. Os dados processados podem então ser transferidos para qualquer Centro de Guerra de Minas ou para outras unidades MCM, através de sua antena escamoteável, usada quando ele está na superfície.
Infelizmente não foi possível ao DAN realizar fotos do AUV62-AT e MR em Motala.
Bela reportagem, obrigado!
Bela reportagem, obrigado!
Para um país como o nosso cujo o petróleo é explorado em alto mar e escoado diariamente para os portos nacionais, garantir a segurança de nossos navios petroleiros é fundamental!
Em um suposto conflito nosso inimigo tentaria interromper o fornecimento de petróleo, a passagem de navios de carga ( com armamento fornecido pelas nações aliadas ou mesmo bens de exportação e importação) e a maneira mais barata , eficaz e pela qual certamente será feito isso é por meio das minas submarinas.
Na Realidade do Brasil ter navios caça minas modernos e meios como este apresentado acima , é tão ou mais importante quanto ter um Porta-Aviões ! Existem estrategistas que discordam quanto a necessidade do Brasil ter um PA , mas NENHUM estrategista militar sério em nenhum canto do mundo se atreveria a negligenciar a guerra de minas submarinas !
A maioria das empresas que você citou tem o mesmo “dono”.
(cortou) sugiro uma pesquisa a respeito da família Wallenberg. Muito interessante.
É, os caras são bons no que fazem. Interessante a participação polêmica da família na segunda guerra mundial. Enquanto o alto comando da empresa conduzia negociações com a Alemanha Nazista, um de seus membros ajudava a resgatar milhões de Judeus na Hungria.
Será que a SAAB é a maior empresa da Suécia?
Incrível como atua nos três seguimentos (água, ar e terra). Além disso trabalha com outras tecnologias e, ainda, na produção de veículos para uso civil. Não me surpreenderia atuar também na área farmacológica, agropecuária etc. rs.
E olha que a Suécia possui outras empresas gigantes, como a Scania, a volvo, Ericsson, Eletrolux, Astra Zeneca, Tetra Pak etc.
Atlas Copco, Sandvik, Bofors,,……. Sds
A Iniciativa privada Sueca é poderosa e extremamente competitiva , a desburocratização sueca
é um modelo valioso a ser seguido.
Para um país como o nosso cujo o petróleo é explorado em alto mar e escoado diariamente para os portos nacionais, garantir a segurança de nossos navios petroleiros é fundamental!
Em um suposto conflito nosso inimigo tentaria interromper o fornecimento de petróleo, a passagem de navios de carga ( com armamento fornecido pelas nações aliadas ou mesmo bens de exportação e importação) e a maneira mais barata , eficaz e pela qual certamente será feito isso é por meio das minas submarinas.
Na Realidade do Brasil ter navios caça minas modernos e meios como este apresentado acima , é tão ou mais importante quanto ter um Porta-Aviões ! Existem estrategistas que discordam quanto a necessidade do Brasil ter um PA , mas NENHUM estrategista militar sério em nenhum canto do mundo se atreveria a negligenciar a guerra de minas submarinas !
A maioria das empresas que você citou tem o mesmo “dono”.
(cortou) sugiro uma pesquisa a respeito da família Wallenberg. Muito interessante.
É, os caras são bons no que fazem. Interessante a participação polêmica da família na segunda guerra mundial. Enquanto o alto comando da empresa conduzia negociações com a Alemanha Nazista, um de seus membros ajudava a resgatar milhões de Judeus na Hungria.
Será que a SAAB é a maior empresa da Suécia?
Incrível como atua nos três seguimentos (água, ar e terra). Além disso trabalha com outras tecnologias e, ainda, na produção de veículos para uso civil. Não me surpreenderia atuar também na área farmacológica, agropecuária etc. rs.
E olha que a Suécia possui outras empresas gigantes, como a Scania, a volvo, Ericsson, Eletrolux, Astra Zeneca, Tetra Pak etc.
Atlas Copco, Sandvik, Bofors,,……. Sds
A Iniciativa privada Sueca é poderosa e extremamente competitiva , a desburocratização sueca
é um modelo valioso a ser seguido.
Em baixo da água os suecos são muito fortes, até porque era a grande ameaça da marinha da ex-união sovética. Seria uma parceria muito produtiva para o Brasil!
Justamente por isso, quando o governo sueco percebeu a maldade da intensão alemã de liquidar a competição do Estaleiro sueco Kockums liquidando a operação, convocou de imediato a SAAB para recomprar compulsoriamente o negócio do Estaleiro de submarinos dos alemães Thyssen Krupp.
Uma re-estatização à sueca…
Em baixo da água os suecos são muito fortes, até porque era a grande ameaça da marinha da ex-união sovética. Seria uma parceria muito produtiva para o Brasil!
Justamente por isso, quando o governo sueco percebeu a maldade da intensão alemã de liquidar a competição do Estaleiro sueco Kockums liquidando a operação, convocou de imediato a SAAB para recomprar compulsoriamente o negócio do Estaleiro de submarinos dos alemães Thyssen Krupp.
Uma re-estatização à sueca…