Por Guilherme Wiltgen e Luiz Padilha
Assim que embarcamos no Esquadrão, fomos recepcionados pelo seu Comandante, o Capitão-de-Corveta Alexsander Moreira Dos Anjos, ou o Gavião Líder. Logo após, já passamos para a sala de briefing, pois a primeira missão com o HU-4 já estava em andamento e os UH-12 Esquilo N-7053 e N-7057 (Gaviões 53 e 57) nos esperando “spotados” e prontos para serem guarnecidos e acionados.
Para uma melhor cobertura da dinâmica dos exercícios, os editores embarcaram em aeronaves diferentes, mostrando de todos os ângulos a execução dos exercícios aéreos, vistos da aeronave que a executa e da aeronave que observa, ou aeronave paquera.
Assim que decolamos do heliponto do Esquadrão, já foi possível ver toda imensidão do Pantanal, enquanto nos deslocávamos rapidamente sobre o Rio Paraguai, afim de interceptar o Navio-Patrulha (NPa) Penedo (P 14), para a execução do VERTREP (Vertical Replenishment).
O Navio-Patrulha Penedo (P-14)
O NPa Penedo (P 14) é o quinto navio da Classe Piratini, construída pelo Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ). Teve a sua quilha batida em 30 de dezembro de 1968, foi lançado ao mar em 17 de dezembro de 1970 e foi incorporado à Esquadra em 30 de setembro de 1971. O Penedo é o segundo navio da Marinha do Brasil a ostentar este nome, em homenagem a cidade que fica as margens do Rio São Francisco, no estado de Alagoas.
Desloca carregado 146 Ton., mede 28,95m de comprimento, possui boca de 6,10 m e calado de 1,90 m. A Propulsão é gerada por 4 motores diesel Cummins VT-12M, que desenvolve a velocidade máxima de 19 nós. A autonomia é de 1.000 Km a 15 nós, 1.700 Km a 12 nós ou 18 dias em operação contínua. A sua tripulação é composta por 16 homens.
VERTREP (Vertical Replenishment)
Ao contrário do que estamos acostumados a acompanhar, quando em operação no mar, as características do ambiente de operação do HU-4 são totalmente diferentes e, literalmente, margeado de obstáculos e com leitos navegáveis muitas vezes bem estreitos, impondo uma característica única à operação fluvial da Aviação Naval, o que exige do Esquadrão um trabalho constante na segurança das operações aéreas.
Localizado o Penedo, o Gavião 53 iniciou a aproximação para execução da faina, que seguiu em perfeita coordenação com a tripulação do navio, demonstrando o alto grau de adestramento entre os meios, naval e aeronaval do 6° DN.
Como a maioria das embarcações utilizados na região são de pequeno porte, face ao ambiente em que operam, estes navios da Flotilha de Mato Grosso não possuem convoo, apenas uma pequena área de transferência a ré, onde é possível realizar a faina.
Esta manobra serve para içar ou baixar cargas leves ou pessoal, da aeronave para o navio e vice-e-versa, sendo possível também, se for necessário, realizar uma evacuação aeromédica (EVAM) de algum tripulante, utilizando para isso o Hoist (Guincho).
NOTA do EDITOR: Agradecemos ao CT Leandro Antônio Moura Nunez Ferreira (Comte. do NPa Penedo) e aos seus tripulantes, pelo alto grau de profissionalismo na condução do exercício. Bravo Zulu “Marciano dos Mares”!
Os Panteras da AvEx também operariam no Parnaiba? Esses Esquilos são muito versáteis já estiveram até na operação Ninfa com o Paraguai no começo dos anos 80, inclusive operaram em uma canhoneira da Marinha Paraguaia.
Marco,
O HM-1 não pode pousar no Parnaíba.
Abs
Bela matéria, Ladario e muito quente e humido! Estive trabalhando por estes lados por quase um ano, fazem 20 anos, não deixaram de saborear uma isca de Pintado nem o caldo de Piranha, né?
Pintado sim, pirando não rolou.
Mas o Pintado é excelente.
Belíssimas fotos!! Obrigado por compartilhar!
Obrigado Lucas!
Abs,
Operações difíceis de serem mantidas. Uma dúvida. O vertrep em questão é para abastecer a aeronave e não o navio né? No caso, as aeronaves não deveriam ser bi-turbinas como requisito primário de segurança as operações a que se destinam? E quanto a nossa marinha “marron” hein….já esta na hora de receber mais atenção também hein!
HillHorv,
Acho que você está confundindo VERTREP com HIFR! Neste tipo de operação não é feito nenhum tipo de abastecimento (de combustível) da aeronave, mas transferência de carga leve ou pessoal, como está descrito no texto.
Com relação a biturbina, esse requisito está no programa UHP, que visa a substituição das aeronaves leves de emprego geral nos Esqd. HU-1, 3, 4 e 5.
Dentro do possível, a MB está fazendo a parte dela. No 6° DN foram incorporados dois novos navios no ano passado.
Abs
Obrigado pelo esclarecimento. Na minha concepção, vertrep era para todos os procedimentos neste caso. Mas então em HIFR, é bidirecional ou só a aeronave recebe combustível? Bom saber da renovação das embarcações…..quanto as aeronaves biturbina, se depender da agilidade, temo pela segurança nestas operações.
Willhorv,
No HIFR somente o helicóptero é reabastecido pelo navio.
FA
Gostaria de parabenizar ao WILTGEN e ao PADILHA, pela maravilha de cobertura fotográfica desta operação, nem preciso dizer que já peguei todas as fotos para minha coleção. Um grande abraço do MENDES.
Grande Mendes, muito obrigado!
Reserva espaço neste HD que ainda vem muito mais…
FA
Obrigado Fred!
Como Padilha escreveu, encontramos temperaturas bem “amenas”! Rsrsrs
FA
Deu saudades de um ar condicionado… 🙂
Fred,
A sorte é que nas dependências do HU-4 tem arcon! Rsrsrs
Mas vou te falar, durante a execução dos exercícios a adrenalina está tão alta que não percebe mas, ao pousar e desembarcar da aeronave, aí você se dá conta que está literalmente ensopado… rsrsrs
Mas valeu muito a experiência com o HU-4 e o resultado está aí…
FA
Show de imagens! Eita Brasilzão…
Uma pergunta, qual a temperatura que vocês encontraram por lá?
Porque sempre me impressiona estas roupas de mangas compridas e macacões que vestem o pessoal das F.A. que atua nestas regiões quentes…
Estava entre 33 e 37°.
Valeu Padilha,
como a umidade relativa do ar costuma ser bem elevada no Pantanal, gerando o “efeito mormaço”, calculo que a “sensação térmica” por lá chegue frequentemente aos 36º; 40º…
Fácil!