O Defesa Aérea & Naval, a convite da DCNS, esteve em Lorient para acompanhar, junto das principais mídias navais do mundo, deste importante dia para indústria naval e de defesa francesa.
Por Guilherme Wiltgen
Lorient, França – A DCNS realizou no dia 23 de junho a cerimônia de transferência da fragata multimissão FREMM Tahya Misr (FFG 1001) ex-Normandie da Marine Nationale.
A cerimônia contou com a presença do General Sedki Sobhy, Ministro da Defesa da República Árabe do Egito, do senhor Jean-Yves Le Drian, Ministro da Defesa francês, do Almirante Osama Rabie, Comandante em Chefe da Marinha egípcia, do Almirante Bernard Rogel, Chefe da Marine Nationale e do senhor Hervé Guillou, CEO da DCNS, marcando a transferência de propriedade da FREMM da DCNS para a Marinha egípcia.
A venda da FREMM Tahya Misr, ocorrida em fevereiro de 2015, e das quatro corvetas Gowind 2500, em julho 2014, reforça a confiança depositada na DCNS, que contribui desta maneira para a renovação da frota de superfície do Egito.
Neste caso específico, e contando com total apoio das autoridades francesas, a DCNS foi capaz de atender às necessidades da Marinha egípcia, respeitando os prazos muito curtos para a adaptação do navio.
A cerimônia
Em suas palavras, o CEO da DCNS, Hervé Guillou, ressaltou que “Um ano atrás, a DCNS escreveu as primeiras linhas de uma parceria estratégica reunindo o grupo e a Marinha egípcia. Hoje, este relacionamento tomou uma nova dimensão e, este evento, constitui um passo importante para a tripulação assumir a FREMM. A oferta desta fragata de última geração vem na sequência do contrato para o fornecimento de quatro corvetas Gowind 2500, assinado em 2014. Estamos muito orgulhosos de fornecer à Marinha egípcia navios de alta tecnologia, que vão contribuir para a renovação da sua frota de superfície”.
Na sequência, o Ministro da Defesa da França, Jean-Yves Le Drian, ressaltou a parceria de longa data entre os dois países, reforçando a importância estratégica da fragata FREMM para o combate ao terrorismo e a pirataria, provendo segurança na região, bem como a alta qualidade do navio de fabricação francesa: “O Egito fez uma opção clara de adquirir uma excepcional, e comprovada, capacidade naval, fruto da experiência operacional adquirida pela Marinha Francesa. Uma Marinha de alto mar, uma Marinha de combate em vários teatros de operações”.
Le Drian ressaltou ainda o esforço da DCNS e da DCI em adestrar, em tempo recorde, à tripulação egípcia, iniciada em março de 2015. Para operar com segurança um navio como este, que é altamente automatizado, a DCNS vai acompanhar a tripulação com uma equipe durante um período de 15 meses, com a formação composta de várias etapas como, módulos teóricos, treinamento em terra usando plataformas e simuladores e a bordo da fragata.
Também foi firmado contrato que prevê o suporte técnico e operacional por um período de cinco anos, que será prestado pela DCNS no Egito.
Após as palavras do General Sedki Sobhy, Ministro da Defesa egípcio, o Almirante Osama Rabie e Hervé Guillou, assinaram o termo de transferência, marcando deste modo uma nova era de modernidade para a Marinha do Egito.
Hasteando a bandeira pela primeira vez
O ponto alto se deu quando, ao som do hino egípicio entoado pelos futuros tripulantes, foi divulgado o nome do navio Tahya Misr (Vida longa ao Egito) e se deu o embarque da primeira tripulação da moderna fragata.
Seguindo as tradições navais, e com a tripulação formada no convoo, foi hasteada pela primeira vez o pavilhão nacional, um momento emocionante, que era nítido de se ver nos rostos dos militares egípcios e que misturavam um sentimento de felicidade e orgulho, de poder participar deste momento singular na vida de um marinheiro.
Ainda seguindo as formalidades, o senhor Hervé Guillou guiou uma visita com as autoridades egícias pelo navio, encerrando a cerimônia com a entrega da maquete do navio, com direito a foto com todos os tripulantes.
Ao final da cerimônia, e após a coletiva de imprensa, o Defesa Aérea & Naval (DAN) foi rapidamente recebido pelo Ministro da Defesa francês, Jean-Yves Le Drian, que prestigiou a presença da imprensa especializada brasileira na cerimônia.
Durante a volta para Paris, o DAN também foi recebido pelo CEO da DCNS, Hervé Guillou, logo após o desembarque do Embraer 145 que nos trouxe de Lorient para o aeroporto de Le Bourget.
ENS Tahya Misr (FFG 1001)
A FREMM egípicia é um dos maiores e mais modernos navios de guerra da região e, sem dúvida, com seus 142 metros de comprimento e suas 6.000 toneladas de deslocamento, vai proporcionar estabilidade e reforçar a segurança naval no Norte de África e no Oriente Médio, atuando no combate a pirataria e ao terrorismo.
A FREMM egípcia está equipada com o radar multifunção Herakles, sonar de casco UMS 4110 e sonar de profundidade variavel (VDS) CAPTAS 4, ambos da Thales, possui uma suíte de guerra eletrônica que compreende o sistema de auto-proteção naval NGDS, da Sagem, que conta com contra medidas de mísseis e sistema de defesa anti-torpedo SLAT (Systeme de Lutte Anti-Torpolle).
Na proa, foi mantido o sistema de lançamento vertical (VLS) para 16 mísseis anti-aéreos Aster 15 e o canhão de 76mm. O navio ainda conta com lançadores para oito mísseis anti-navio Exocet MM40 Block3, dois canhões de 20mm operados remotamente do COC (contra ameaças assiméricas) e dois tubos de lançamento para os modernos torpedos MU90.
Como aeronave orgânica, o Tahya Misr vai operar com o helicóptero Kaman SH-2G Super Seasprite armado com torpedos e equipado com sonar de imersão ASQ-18, para a guerra antissubmarino (ASW), podendo ainda o seu convoo e hangar operar com aeronaves de maior porte como o NH90 e o Seahawk.
No dia seguinte da cerimônia, ocorreu o primeiro teste de mar com os novos tripulantes e está previsto para 02 de agosto a chegada do navio na Base Naval de Alexandria.
A DCNS participa do PROSUPER (Programa de Obtenção de Meios de Superfície) com a fragata multimissão FREMM como candidata a futura Escolta da Marinha do Brasil. O programa prevê a obtenção de 11 navios de guerra novos, sendo cinco navios-patrulha oceânicos de 1.800 toneladas, cinco Escoltas de 6.000 toneladas e de um navio de apoio logístico de 24.000 toneladas.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao Ministro da Defesa francês, senhor Jean-Yves Le Drian, pela gentileza com que recebeu o DAN, ao senhor Hervé Guillou (CEO da DCNS), ao senhor Emmanuel Gaudez (Relacionamento com a Imprensa DCNS), ao senhor Philippe Missoffe e das senhoritas Marion Bonnet e Alix Donnelly, que não pouparam esforços para a realização dessa cobertura.
Moral heim Wiltgen…
Brazilian Press !
Vocês estiveram no Paris Air Show também ???
colega.Topol…….acredito que após o Gripen e os Scorpene, poderemos ver se os AMX,IKL e Helibrás, foram apenas o preâmbulo da ToT e agora, frente `complexidade da fabricação desses dois vetores, inclusive com participação cada vez maior de empresas fornecedorasde material nacionais (ou nacionais com participação estrangeira) a realidade possa mudar………esperemos………….
……………………uma coisa é certa…..se o Egito tem,nós poderemos ter tbm, porém e essencial que seja construida cá no Brasil, com transferencia de tecnologia……no momento a MB deveria modernizar e fazer reparos em fragatas e corvetas até porque o tempo de “vacas magras” pode ser longo….cabe pressionar o ministro pra soltar alguma verba urgente e melhorar a frota..como está, não pode ficar……..
Dilson
esse negócio de construir cá no Brasil está se mostrando uma furada… Apesar de “nos planos” parecer uma maravilha, no decorrer do contrato na primeira ventania nosso governo descarrilha, muda tudo, suspende, cancela, chora, renegocia, etc… ou seja, ele não cumpre o planejado…
Os empecilhos são tantos que essa regra de construir no Brasil com ToT é uma das premissas que mais dificulta o PROSUPER de sair do papel
Veja o exemplo da Helibrás… veja o exemplo dos AMX… veja o exemplo dos IKL
Deus queira que com o Gripen e com os Scórpenes seja diferente, pois se espelhar nos precedentes vai ser um fumo atrás do outro, compensaria muito mais comprar de prateleira mesmo…
Infelizmente.
Eles compraram 4 corvetas e conseguiram que a França vendesse uma de suas FREMM a pronta entrega…
Imagina se o Brasil compra 5 FREMM, um Logístico e 5 NaPaOcs (PROSUPER)… fora os 4 Scorpénes e o casco do Alvaro Alberto que estamos comprando deles… o poder de barganha é bastante grande… deveríamos fechar com eles e solicitar um projeto de Porta Aviões convencional baseado no Charles de Gaulle com propulsão combinada Gás / Elétrica nos moldes do Queen Elizabeth.
Quem tem a Arábia Saudita para lhe bancar!, e com a crise na França vide Rafale que não vendia nada, só agora deslanchou foi fogo de artificio do dia inteiro… só felicidade.
Daqui 50 anos as nossas chegam só os filhos dos nossos filhos vão ver elas chegarem.
Confesso que bateu inveja. Isso sim é uma belonave!
Mas, sejamos francos: uma ainda é parecido com nenhuma.
Caro Augusto,
Penso que “é somente as vezes que quem tem um não tem nenhum”… E ter um é melhor que nenhum…
DCNS acredito seja a 2 melhor fábrica bélica marítima do mundo, perdendo somente para americana Northrop.
Linda essa fragata, e os Mistrais deles são lindos também. Návios ponta de linha.
França hein quem diria, idependente tanto na area naval e aréa. Tem arsenal nuclear, é a 5 maior potência ecônomica do mundo. País do tamanho de Minas Gerais.
Eles podem deitar e colocar a cabeça tranquilo no traveseiro, porque estão fazendo excelênte trabalho.
Parabéns ao povo Francês. Au revoir!
Fico pensando aqui,se a MB escolhesse a FREMM seria feito a mesma coisa com o Egito de transferir essa FREMM diretamente para o Brasil?
Cada caso é um caso. As negociações dependem de vários fatores. Talvez sim, talvez não.
É um absurdo ver países como Egito, Argélia, Indonésia, Malásia entre outros, com economias bem menores que as nossas adquirindo modernos meios navais, enquanto nossa marinha se transforma na “Esquadra da Ferrugem”.
Políticos brasileiros…..
O aster 15 é antiaéreo! Não seria isso o correto?
Sim, já está retificado!
Abs
………………..uma fragata e tanto! mas teremos tbm as nossas ……chegarão,quando a verba chegar tbm……….esperamos….
DCNS é referência no assunto DEFESA!
Salta aos olhos a qualidade da nave.
Meia dúzia de FREMM para nossa amada Marinha nos colocaria em outro patamar.
Perfeita para o Brasil se não fosse a falta de grana, FREMM e o Mistral são otimas opcoes, a DCNS faz um otimo trabalho.