Por Luiz Padilha
No dia 23, antes de suspender o NAM Atlântico recebeu a visita das alunas da Escola de Aprendiz de Marinheiro de Santa Catarina (EAMSC), as quais receberam as boas vindas do Almirante de Esquadra Claudio Henrique Mello de Almeida, Diretor Geral do Pessoal da Marinha. O Almirante Mello conversou com as aprendizes e lhes deu alguns conselhos marinheiros sobre a carreira.
Em entrevista ao DAN, o Almirante Mello destacou a importância da Aspirantex para os aspirantes da Escola Naval.
O NAM Atlântico, acompanhado pela fragata Independência, desatracou no dia 23 de janeiro pela manhã, em direção ao porto de Santos-SP.
Durante a pernada até Santos, ocorreu o adestramento para Armar e Desarmar as aeronaves. Este exercício envolveu o Atlântico, e as fragatas Liberal e Independência.
Acompanhamos no Atlântico o procedimento de trazer o míssil Penguin pelo elevador do Paiol atá o convoo, para armar a aeronave SH-16 Seahawk do Esquadrão HS-1.
O Paiol fica nove andares abaixo do convoo e a faina foi executada pela tripulação do navio com o pessoal do Esquadrão HS-1 explicando o passo a passo como proceder para armar a aeronave. Ao fim do adestramento, a tripulação do navio colocou o míssil no elevador descendo até o Paiol.
À noite, ocorreu o exercício de Trânsito com Oposição de Superfície, onde as aeronaves do Atlântico e das fragatas Liberal e Independência decolaram para proteger os navios de um navio figurativo inimigo – FIGIN (neste caso, o Navio de Apoio Oceânico Mearim – G 150). O exercício contou também com a participação de uma aeronave P-3AM da Força Aérea Brasileira.
O dia seguinte começou com o voo para limpeza de área, devido as atividades de tiro real diurna e noturna. Pela manhã, ocorreu o lançamento de um Drone Banshee pelo NDM Bahia, o qual, após várias passagens, foi engajado pela fragata Independência, que, através do sistema de lançamento Albatroz, lançou os misseis Aspide para destruir o alvo. Vejam o momento do abate do drone Banshee.
Pela tarde, foi a vez do exercício de Tiro sobre o KILLER TOMATO, utilizando os canhões de 4.5 polegadas e 40mm das fragatas e metralhadora 20mm do Bahia e ponto 50 do Atlântico.
Vale destacar que os tiros de ponto 50 disparados pelo Atlântico foram feitos pelos aspirantes, com destaque para a aspirante Sophia Xavier, que teve o melhor desempenho.
À noite, foi a vez do Tiro sobre a GIL (Granada Iluminativa), com as fragatas Defensora e Liberal lançando as GIL.
Na oportunidade, os canhões de 30mm e as metralhadoras ponto 50 de bombordo e de boreste do Atlântico abriram fogo com as fragatas utilizando seus canhões de 40mm.
Ao final do exercício de tiro, iniciou-se as operações aéreas e esclarecimento, onde as aeronaves SH-16 e AH-11B fizeram o papel de FIGIN, para verificar a atuação do COC no Controle Aéreo e avaliar a atuação em operação do equipamento MAGE das fragatas.
O NDM Bahia desincorporou do Grupo Tarefa retornando ao Rio de Janeiro após constatar problemas técnicos que não poderiam ser sanados durante a Aspirantex.
No dia 25, ocorreram treinamentos de “Homem ao Mar” no Atlântico, onde foram utilizados bonecos (Oscar) e, após o lançamento de fumigeno para marcação da localização do boneco, o navio guina acentuadamente por boreste e lança sua lancha Pacific 22 para realizar o resgate.
Durante o exercício, o comandante do navio perguntou a aspirante Isis se ela já tinha decidido por qual Corpo ela seguiria na Marinha (Armada, Fuzileiro ou Intendência). Como ela ainda se encontrava indecisa, o comandante Mozart lhe deu a chance de atuar na manobra do Maior Navio de Guerra da América Latina e Capitânea da Esquadra para auxiliá-la na escolha que se aproximava.
No dia 26, tivemos a ação de presença na Bacia de Santos, onde os navios realizaram diversas interrogações a outros presentes na área e, o NAM Atlântico, através de suas aeronaves pôde realizar voos de esclarecimento marítimo.
Após a passagem pela Bacia de Santos, ocorreram voos de QRPB e embarque de aspirantes a bordo das aeronaves. Ao anoitecer, iniciaram-se os voos de QRPB noturno com o uso de OVN.
Parabéns pela excelente cobertura!
A responsabilidade que o comandante colocou nas mãos da “Isis” foi ao mesmo tempo desafiadora como patriótica. Desafiadora por ser um ramo em que a mulher não tem tradição, tanto por desinteresse como por preconceito delas mesmas, afinal, por se tratar de uma atividade que envolve a própria soberania de sua “casa” as mulheres também devem se comprometer. E patriótico pelo orgulho estampado do oficial em se referir ao navio como o maior meio naval da América Latina – talvez até uma forma de encorajá-la e aos demais presentes tendo assim consciência de entenderem como é o status regional da Marinha que trabalham.
Padilha, você tem informação de quando o Atlântico será levado para a Inglaterra para manutenção? Será esse ano? Imagens em 4K já fazem parte do cotidiano de muitas casas hoje em dia e nas fotos da própria Marinha, você tem planos de usar essa tecnologia nos seus vídeos ou há alguma limitação técnica que dificulte essa “migração”? Digo isso porque o que falta nessas imagens, principalmente aéreas, é uma qualidade de imagem mais refinada. Sei que é caro ter uma qualidade desse porte mas vale a pena.
Enfim, mais uma vez parabéns pelo trabalho: dependemos de recursos como o DAN para obtermos essas imagens e informações que jamais conseguiríamos pelos meios “normais” de imprensa que só investem em realytes e outras programações dispensáveis.