Por José Gabriel Pires
Diversos fatores devem ser ponderados em análises acerca do conflito russo-ucraniano. É possível observar uma variedade de estratégias nessa disputa que vão além dos ataques cinéticos convencionais, envolvendo os demais domínios e dimensões operacionais. Nesse sentido, a dimensão informacional se destaca pelo seu importante papel mesmo antes do início dos embates.
Um conceito relevante na doutrina russa de Confronto Informacional é a Teoria do Controle Reflexivo (TCR), que tem sido observada em comportamentos e discursos contendo ameaças nucleares, ainda que veladas, por parte da liderança russa. Assim, questiona-se a relevância da TCR no âmbito dos riscos de uma escalada nuclear no conflito na Ucrânia.
A TCR foi desenvolvida na década de 1960 pelo psicólogo matemático Vladimir Lefebvre e combina elementos geopolíticos e psicológicos, tendo como propósito a transmissão de informações especialmente preparadas, tanto para adversários quanto para aliados, com o intuito de alterar fatores-chave na sua percepção de mundo, persuadindo-os a tomar decisões favoráveis ao emissor da informação.
No conflito russo-ucraniano, especialmente no nível estratégico, essa teoria vem sendo explorada para fins de desinformação, um dos pilares da doutrina russa de Confronto Informacional. O objetivo dessa estratégia é modelar o âmbito psicossocial das sociedades ocidentais para que pressionem seus governos a reduzir o apoio a Kiev, promovendo uma negociação que, no momento, seria favorável a Moscou.
Nesse cenário, a ameaça nuclear é algo que ronda o conflito desde seu início, no contexto dos riscos envolvidos na disputa em torno da usina nuclear da cidade de Zaporizhzhia. Além disso, com o esvaziamento do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF, na sigla em inglês), em 2019, Rússia e Estados Unidos ficaram livres para retornar à produção de mísseis de médio alcance (500-5.000 km). Nesse contexto, no final de julho, Moscou deu início à terceira fase de uma série de exercícios com armas nucleares não estratégicas em larga escala.
O Ministério da Defesa russo anunciou que essa etapa incluirá atividades com o sistema de mísseis táticos “Iskander-M” e terão como palco os distritos central e sul, o que inclui a Crimeia, além das quatro regiões ucranianas ocupadas pela Rússia. De fato, é uma tarefa complexa mensurar o potencial de tais ameaças se concretizarem. No entanto, é possível observar o intuito de se remodelar percepções das sociedades ocidentais, o que as insere no contexto do Confronto Informacional russo, baseado na TCR. Assim, se evidencia a relevância da dimensão informacional no conflito, visto que o campo discursivo exerce um papel essencial, especialmente no nível político-estratégico.
FONTE: Boletim GeoCorrente
Como pode ser visto, não há na prática possibilidade de uso de armas nucleares pela Russia. Desde começo do conflito este país esta anunciado que qualquer avanço dos Ucranianos para territórios ocupados pela Rússia vai desencadear uso de armas nucleares táticas. Recentemente percebemos que isso um grande blefe. Chamado pelo autor TCR.
Podemos falar que Rússia não tem possibilidade real de usar estas armas. Isso não é por causa de capacidade bélica (porém muitos acham que atualmente nem tem capacidade técnica) para uso deste tipo de armamento. Principalmente por causa de preção internacional da parte da China e dos Estados Unidos.
Qualquer tentativa de uso já foi vetada pelas duas potências, e no caso do uso deste tipo de armamento com certeza os dois países vou retaliar politicamente (o que foi confirmado pelos presidentes destes) e militarmente pelo Estados Unidos.
Na prática depois de ataque dos UKR para região de Kursk toda TCR aplicada pela Rússia para sociedade internacional desabou. Mais ainda além da TCR que foi desmentida, toda estratégia oficial Russa que se baseava na intocabilidade to território Russo (justificando retaliação nuclear caso seja colocado em perigo qualquer parte da Rússia) pelo qualquer oponente estrangeiro foi desmontada e ficou em ruína.
Rússia está simplesmente perdendo esta guerra no âmbito geopolítico e começando entrar em colapso no âmbito militar.