Após mais de 40 dias sem aulas, os 409 alunos do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental, da Escola Estadual de Ensino Fundamental Otaviano Manoel de Oliveira Júnior, em Guaíba (RS), celebraram nesta terça (11) o retorno às aulas, após o trabalho de revitalização realizado pelos militares da Marinha do Brasil (MB), por meio do Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais em apoio à Defesa Civil do Rio Grande do Sul. Para alunos e professores, a partir de agora, o dia 11 de junho, será uma data especial.
O Grupamento, composto por 15 militares, dedicou três dias e meio de trabalho para restaurar a escola, realizando tarefas, como limpeza, pintura, verificação da parte elétrica e todo o trabalho necessário para reestabelecer o funcionamento do local.
Miguel Ferreira da Silva, aluno do 2º ano, de 7 anos, estava entusiasmado por estar novamente em contato com sua professora e amigos. “Eu fiquei muito triste, com saudade da professora e dos meus amigos, das aulas. Deu muita saudade. Agora estou muito feliz. Tudo voltou ao normal. Obrigado Fuzileiros Navais, gosto muito de vocês”.
Segundo o Chefe do Estado-Maior da Força Naval Componente, Contra-Almirante (Fuzileiro Naval) Max Guilherme de Andrade e Silva, foi uma grande honra realizar essa entrega para a comunidade de Guaíba e receber o carinho de toda a escola. “Participar da reconstrução e ajudar que a escola volte às aulas é motivo de orgulho, ainda mais no Dia da Marinha. Nessa data tão especial, em que reverenciamos nossos heróis, receber a gratidão e o carinho da escola, é muito especial. Não há maneira melhor de comemorar. Será um recomeço para todos nós”, afirmou.
Escola Santa Rita de Cássia também foi entregue em Guaíba.
Além da Escola Otaviano Manoel de Oliveira Júnior, a Marinha também contribuiu na recuperação da Escola Municipal de Ensino Fundamental Santa Rita de Cássia, a maior unidade de educação de Guaíba (RS). A entrega da Escola Santa Rita de Cássia ocorreu no dia 1º de junho, após 20 dias intensivos de trabalho, nos quais mais de 40 Fuzileiros Navais dedicaram-se à limpeza, higienização, pintura e reparos estruturais e elétricos da escola, permitindo que cerca de 1,7 mil alunos pudessem retornar às aulas.
Segundo a Vice-Diretora da Escola Santa Rita de Cássia, Eliza Azeredo, além da enchente, a escola também foi alvo de vandalismo. “A gente precisa valorizar alguns momentos, alguns pontos, e algumas pessoas, entre elas o Corpo de Fuzileiros Navais, a Marinha do Brasil, que limpou, organizou e arrumou a nossa escola, deixando-a pronta em poucos dias, em um trabalho que levaria meses. Estamos apenas dando os retoques finais para colocar nossos alunos de novo em sala de aula”, explicou.
A aluna do 8º ano, Pérola Camargo, reforça que guardará o exemplo dado pelos militares. “O Rio Grande do Sul sempre foi um estado muito independente, com muita força e garra. E nesse momento de calamidade, aprendemos ainda mais a dar valor ao próximo, a dar valor às pessoas que vieram nos ajudar. Por isso, os militares da Marinha estarão sempre nos nossos corações”, concluiu.
Atividades não param no RS
A Escola Estadual Almirante Barroso, localizada no Arquipélago, na região da Ilha da Pintada, em Porto Alegre (RS), também será reconstruída. Uma equipe de Fuzileiros Navais está dividindo os trabalhos em três fases: remoção de lixo e entulho; limpeza de compartimentos e higienização; além de manutenção e reparos (elétricos, carpintaria, metalurgia, pintura e obras em geral). O nome da escola remete a um dos heróis da Batalha Naval do Riachuelo, que aconteceu em 11 de junho de 1865, Almirante Barroso. Em 1941, essa escola também foi atingida pela, então, pior enchente da história.
FONTE: CCSM