Na próxima segunda-feira (27), a Marinha do Brasil (MB) realizará uma operação típica de guerra em apoio à população do Rio Grande do Sul (RS). Coordenada pela MB, a transferência de carga por helicópteros entre o Navio-Aeródromo Multipropósito (NAM) Atlântico (A 140) e o navio USNS John Lenthall (T-AO-189), integrante da Força-Tarefa capitaneada pelo porta-aviões George Washington (CVN 73), desempenha um papel relevante na logística marítima da Operação Taquari II, imprimindo agilidade na transferência de donativos para as vítimas das enchentes.
Abastecido no Porto do Rio de Janeiro (RJ) com donativos arrecadados e armazenados pela MB, o navio norte-americano se deslocará para área marítima do RS, encontrando o NAM Atlântico na costa do estado, para realizar a transferência da carga em alto-mar, empregando helicópteros. A atividade vai ampliar a capacidade logística de transporte de donativos, além de contribuir para o incremento da interoperabilidade entre as marinhas.
A transferência de carga externa, denominada VERTREP (Vertical Replenishment), acontece como desdobramento da Operação “Southern Seas 2024”. O reabastecimento vertical de carga consiste em uma operação militar de transferência de material entre navios utilizando-se helicópteros. Nesta ocasião, serão empregadas aeronaves brasileiras e norte-americanas para transportar as doações do navio americano para o NAM Atlântico. Após receber toda a carga do navio norte americano, o navio brasileiro atracará novamente em Rio Grande (RS) para desembarcar o material.
Diante do cenário de calamidade pública que assola o RS, a Marinha dos EUA se ofereceu para somar esforços na onda solidária em apoio às famílias afetadas pelas chuvas no RS, por meio do incremento de treinamento entre as Marinhas. A ação fortalece os laços de cooperação entre as marinhas do Brasil e dos Estados Unidos e testemunha uma parceria que remonta 200 anos de relações diplomáticas entre os dois países.
Apoio que vem do mar
As águas que castigam também trazem esperança. A MB já empregou dez navios no RS, que realizaram o transporte de cerca de 400 toneladas de donativos, 130 mil litros de água potável, além de viaturas, aeronaves, embarcações, equipamentos e suprimentos diversos. A Marinha também enviou ao RS um Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais em Apoio à Defesa Civil, 11 helicópteros, 50 embarcações, 70 viaturas, entre outras capacidades.
Para apoiar o sistema de saúde local, a Força Naval instalou um Hospital de Campanha em Guaíba; emprega equipes médicas no atendimento à população em municípios do sul do estado; e tem realizado o transporte em uma “Ambulancha” de pacientes que precisam de atendimento. Além disso, Fuzileiros Navais também têm atuado na reconstrução de escolas públicas e desobstrução de vias.
Todo esse esforço veio se somar à atuação dos militares da Marinha que servem em Organizações Militares sediadas no RS, subordinadas ao Comando do 5º Distrito Naval. Eles são empregados no resgate de pessoas e animais, e na distribuição de itens de subsistência, desde o dia 30 de abril.
FONTE: CCSM
Bom saber que os dois navios se encontrarão em um exercício pela primeira vez desde que o Atlântico foi comprado, o que seria uma oportunidade perdida para o Atlântico caso não fizessem um exercício (com todo o respeito ás vítimas do desastre). Outro navio que também poderia receber esses donativos é o Mearim. Quis o destino que esse primeiro encontro entre o Atlântico e um porta-avião americano fosse em uma crise gravíssima como essa, mas ao mesmo tempo serviu para mostrar o modo operandi das duas Marinhas justamente em um momento delicado.
No começo da matéria fala-se do emprego do navio de apoio americano com os suprimentos para o RS e em seguida do nau-capitânia realizando esse apoio, então pelo que entendi os dois navios abastecerão o Atlântico ao mesmo tempo – mais um motivo para a participação do Mearim.
Não será com o Porta-Aviões e sim com o USNS John Lenthall.