Por Sam LaGrone
Investigadores federais destacaram uma “mudança de curso inexplicável” por um destróier dos EUA como “um erro crítico” que colocou o navio de guerra no caminho para a colisão fatal de 2017 que mataria sete marinheiros, de acordo com um novo relatório divulgado quinta-feira.
Oito minutos antes da colisão com o navio mercante ACX Crystal em uma movimentada rota marítima na costa do Japão, o USS Fitzgerald (DDG 62), viajando a 20 nós, ajustou seu curso em 10 graus, preparando o cenário para a colisão, de acordo com o relatório do National Transportation Safety Board.
“Essa mudança de curso provou ser um erro crítico e os investigadores não conseguiram determinar o motivo disso”, diz o relatório.
“O estudo descobriu que se o Fitzgerald não tivesse mudado o curso de 190° para 200°, 8 minutos antes da colisão, o destróier teria passado à frente do ACX Crystal com um [ponto de aproximação mais próximo] de cerca de 1.000 jardas, ou cerca de meia milha náutica. Portanto, o NTSB conclui que a pequena mudança de curso inexplicável do Fitzgerald para estibordo minutos antes da colisão colocou o navio em um curso de colisão com o ACX Cristal.”
A mudança de curso foi registrada no registro do navio, mas as investigações não conseguiram encontrar um motivo para o ajuste. A revelação da mudança de curso foi uma das poucas novas informações contidas na primeira avaliação independente, que foi divulgada hoje, quase três anos após a própria investigação da Marinha.
A avaliação independente da colisão coloca a maior parte da culpa nas falhas da equipe de vigilância no passadiço do Fitzgerald. A equipe do passadiço não conseguiu se desviar do navio porta-contêineres que tinha a prioridade, de acordo com as regras marítimas. O NTSB “determina que a causa provável da colisão entre o contratorpedeiro da Marinha dos Estados Unidos e o navio de porta contêineres foi a falha da equipe do passadiço do Fitzgerald em tomar medidas iniciais e substanciais para evitar a colisão, cedendo a vez em uma situação de cruzamento”, diz o relatório.
“Contribuiu para o acidente a comunicação e cooperação ineficazes entre a tripulação do Fitzgerald no passadiço e no Centro de Informações de Combate (CIC), além do planejamento insuficiente do oficial comandante (CO) do Fitzgerald para os perigos do trânsito pretendido da embarcação.”
O relatório critica a “supervisão ineficaz do Fitzgerald pela Marinha nas áreas de programação de operações, treinamento da tripulação e mitigação da fadiga”, como fatores que contribuíram para a colisão.
“O cronograma agressivo do Fitzgerald saindo do porto para cumprir os requisitos de certificação e retornar ao cronograma de implantação proporcionou pouco descanso no dia anterior ao acidente. A programação do Fitzgerald foi desenvolvida com a ajuda e informações do comando em terra do navio e esse tipo de programação parecia ser a norma para esta área de operações da Marinha”, diz o relatório.
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: DAN
FONTE: USNI News
falha de comando!
“Inexplicável” é difícil de engolir. O navio muda de curso e não tem ninguém vendo isso?