O fim do C-300 na Rússia

Na Rússia cessou a produção de sistemas de defesa antimíssil C-300. Foram pela primeira vez postos em estado de prontidão para combate há mais de 40 anos. Desde meados da década de 90, esses sistemas eram fabricados somente para exportação. Atualmente, 15 países estão armados com esses mísseis. Na Rússia, esses sistemas já antiquados estão sendo substituídos por outros, de última geração, chamados C-400 e C-500, capazes de cumprir missões não somente antiaéreas, como também missões de destruição de engenhos espaciais.

Vídeo de um lançamento que não deu certo do C-300.

A construção de sistemas C-300 havia começado em meados da década de 1970, ainda na União Soviética. Então, possuíam umas performances sem paralelo no mundo, podendo aqueles aqueles abater mísseis e aviões do inimigo a distâncias de até 150 quilômetros, eram capazes de alcançar, inclusive, caças supersônicos e a distância de deteção do alvo orçava por 300 quilômetros. A nova época demandou outras possibilidades, as quais são possuídas pelos sistemas atuais. Por exemplo, o C-400, atualmente já em serviço, é capaz de destruir aparelhos voadores de todos os tipos, desde aviões tripulados e não tripulados até mísseis de cruzeiro. “Já o C-500, por enquanto em fase de projeção, apresenta umas performances mais elevadas ainda” – relata Igor Korotchenko, redator-chefe da revista “Natsionalnaia oborona” (“Defesa Nacional”). E continua:

“Presentemente, está sendo desenvolvida uma família nova de sistemas de defesa antimíssil, entre os quais vale destacar o C-500, um sistema composto por mísseis de defesa aérea e antimíssil da quinta geração. Servirá de base do escudo antimíssil nacional para os próximos 25 a 30 anos. Espera-se que comece a ser construído em 2015. Poderá ferir alvos não somente na atmosfera, como também no espaço circunterrestre. Será assim neutralizada a potencial ameaça criada pelo aparecimento de novos aparelhos voadores atacantes hipersônicos no Exterior”.

Está também sendo desenvolvido para substituir o C-300 um novo complexo de mísseis antiaéreos “Vitiaz” e um complexo de mísseis para distâncias superpequenas “Morfei” com a missão de proteger de mísseis de cruzeiro seus “irmãos mais velhos”, ou seja, os sistemas de defesa antimíssil de grande tamanho e mais complicados no aspeto tecnológico.

Quais as outras vantagens do C-500? Na opinião de Igor Korotchenko, a principal é um armamento potente capaz de destruir simultaneamente até 10 mísseis balísticos supersônicos. O C-500 superará não somente o C-400 seu antecessor, como também o sistema estadunidense “Patriot Advances Capability 3”.

Como se supõe, daqui a algum tempo será o C-500 o elemento-chave do sistema de defesa antimíssil de Moscou. Além disso, a alta mobilidade do novo sistema permitirá sua instalação para defesa de outros setores estratégicos.

FONTE: Voz da Rússia
COLABOROU: Rafael Kaiser

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