Por Luiz Padilha
O Defesa Aérea & Naval – DAN, esteve presente no último dia 18 na demonstração para a imprensa do VANT “ScanEagle” da empresa Insitu, realizada à bordo do NaPaOc APA (P121) da Marinha do Brasil.
Nesta oportunidade, tivemos a oportunidade de conhecer o Programa ARP-E (Aeronave Remotamente Pilotada – Embarcada).
O Programa segue o que foi determinado pelo Plano de Articulação e de Equipamento da Marinha do Brasil (PAEMB). Este programa prevê a aquisição de 10 VANTs a serem empregados com lançamento e recolhimento a partir de navios, com a finalidade de realizar a patrulha naval da “Amazônia Azul” ou o esclarecimento, coleta de dados táticos e esclarecimento aéreo – identificação, posicionamento, acompanhamento, dimensionamento de forças inimigas e designação de alvos.
A Marinha do Brasil selecionou e avaliou 7 projetos de VANTs e os requisitos para essa seleção foram:
– Payload (carga paga), capacidades e limitações de operação do sistema embarcado, tendo a capacidade de realizar operações de recolhimento e lançamento a partir de navios de classe de apoio IV, com ventos de até 40 nós e estado do mar 04. Entende-se por navio classe IV, aquele que não dispõe de convoo e é dotado apenas de uma área de reabastecimento vertical (VERTREP), para operação com gancho.
Os modelos avaliados foram:
ASA FIXA
HERMES 90 da AEL- ELBIT- ISRAEL
ScanEagle da Insitu – Boeing – EUA
FT-X1 da Flight Technologies – BRASIL
ASA ROTATIVA
Pelicano – INDRA – Espanha
Camcopter S100 – SCHIEBEL – AUSTRIA
TANAN 300 – CASSIDIAN-EADS – EUROPA
SKELDAR V200 da SAAB – SUÉCIA
A Marinha do Brasil prevê a aquisição de 5 Sistemas, onde cada sistema será composto por dois veículos aéreos, uma estação de controle, sensores modulares diversos, sendo normalmente um para cada tipo de missão (payloads), um terminal de enlace de dados, equipamentos de comunicações e seus subsistemas de controle, lançamento e recuperação.
Para operar o VANT, o requisito básico para o piloto é a qualificação para voo IFR. O número de operadores para cada sistema será entre 5 a 12* pessoas (*nº considerado ideal).
SHORT-LIST
A Marinha do Brasil após avaliar os projetos acima, escolheu 2 Sistemas para testes de campo. O de asa fixa ScanEagle da Insitu-Boeing e o de asa rotativa Camcopter-S100 da SCHIEBEL.
O ScanEagle
O ScanEagle é um VANT (veículo aéreo não tripulado), produzido pela Insitu, uma subsidiária da Boeing dos Estados Unidos, para fornecer inteligência, vigilância e reconhecimento de forma continua dia e noite.
Este VANT é lançado através de uma catapulta pneumática Compact Mark 4 e recolhido pelo sistema SkyHook, que é a solução para recuperação sem redes, onde o ScanEagle é recuperado através de um dispositivo na ponta de suas asas.
Normalmente o ScanEagle voa com uma câmera eletro-óptica ou com uma câmera infra-vermelha em uma torre giroestabilizada. Existe a versão com uma câmera Dual, não havendo necessidade de reconfiguração.
Seu motor extremamente silencioso, é capaz de operar com os combustíveis JP-5 ou C-10, possuindo uma autonomia de até 24 horas de voo ininterruptos com alcance de 100 kms a partir do centro de controle. Segundo o fabricante, se as condições de tempo forem ideais, o alcance pode dobrar. O preço estimado de cada Sistema ScanEagle é de USD 6 milhões.
Características
– Autonomia máxima: 24 horas
– Combustível: JP-5 ou C-10
– Capacidade do tanque: 7 litros
– Teto operacional: até 19 mil pés
– Velocidade máxima: 80 nós
– Velocidade de cruzeiro: 60 nós
– Navegação: GPS autônomo
– Envergadura: 3,11 m
– Comprimento: 1,71 m
– Peso vazio: 14 kg com câmera eletro-óptica ( 18 kg com câmera infra-vermelha)
– Peso máximo de decolagem: 22 kg
Após a decisão, a Marinha pretende adquirir um 1º lote com 3 sistemas (2 VANTs por sistema), entre 2015 e 2023. Um 2º lote com 2 sistemas entre 2023 e 2025.
A difusão do uso de VANT’s ou ARP pela MB é de vital importância, mas como será feita a integração com as diretrizes da FAB? Haverá talvez algum tipo de “crise de gestão” como no caso da PF? Quais os tipos de navios que poderão ou serão utilizados para operar estes vetores?
Afinal como se processa dentro das FFAA/MD o gerenciamento da integração destes equipamentos?
Forte abraço.
Parabens Padilha por esta nota! Vc escreveu o artigo que eu teria escrito se tivesse ido neste evento. 😉 Agora terei que procurar outros temas! 😉
[]s Hammer
Valeu Felipe. Tem mais a caminho pra hoje. A missão se completará hoje.
Só não entendi direito o conflito entre a definição do sistema e os lotes no final do post:
1) A Marinha do Brasil prevê a aquisição de 5 Sistemas, onde cada sistema será composto por dois veículos aéreos, uma estação de controle, sensores modulares diversos, sendo normalmente um para cada tipo de missão (payloads), um terminal de enlace de dados, equipamentos de comunicações e seus subsistemas de controle, lançamento e recuperação.
2) Após a decisão, a Marinha pretende adquirir o 1º lote com 5 VANTs entre 2015 e 2023. O 2º lote com mais 5 VANTs entre 2023 e 2025. (???)
O 5º sistema foi dividido nos dois lotes…
O primeiro lote será de dois sistemas com um ARP-E de Spare ou será de 3 sistemas sendo um deles só com um ARP-E ????
Vamos lá.
Cada sistema conterá 2 Vants.
Existe a possibilidade de que algum sistema venha com 3 Vants.
Após o primeiro lote mudanças poderão ocorrer.
Como acabei o texto de madrugada, peço que me aguarde um pouco, pois vou checar minhas anotações. Ok.
BLZ assim ficou melhor 3 sistemas até 2023 e mais dois de opção…
Agora vamos aguardar MAIO para o teste do drone de asas rotativas…
Gilberto, respondendo a sua duvida:
“Após a decisão, a Marinha pretende adquirir um 1º lote com 3 sistemas (2 VANTs por sistema), entre 2015 e 2023. Um 2º lote com 2 sistemas entre 2023 e 2025.”
USP não vamos de AEL-Elbit automático compulsório simplesmente porque aqui é um processo de aquisição de sistema NAVAL. Os Azulzinhos não apitam.
Se fosse na FAB eu concordaria contigo…
Só me parece uma pena que a MB vá optar entre o de asa fixa ScanEagle da Insitu-Boeing e o de asa rotativa Camcopter-S100 da SCHIEBEL.
Pensando a longo prazo a MB deveria comprar 5 sistemas de cada tipo, uma vez que pela própria diferença de um aparelho de asa fixa e outro de asa rotativa existirão situações onde a melhor opção seja um outro.
Adotar só um modelo desta Ultra-Short List atrasará a doutrina do drone embarcado do tipo perdedor alguns anos. E a MB normalmente opera meios TRIPULADOS tanto de asa fixa como de asa rotativa.
Não vejo o PORQUÊ de limitar nossos ARP-E a só um tipo as grandes marinhas tem operando simultaneamente os dois sistemas , a não ser a falta de FUNDOS.
Se este for o caso, a disputa poderia ao menos definir o sistema prioritário operacional e se adquirir entre 2 a 4 sistemas do segundo colocado (conforme a possibilidade) para desenvolvimento doutrinário e necessidades especiais eventuais que o sistema vencedor não se encaixe.
Também torço pelo sistema de asas rotativas pois em muitas situações de exercícios de esquadra ter um drone de asas rotativas poderia ser de imensa ajuda onde colocar um heli de spot pode ser um risco inaceitável.
Mas a persistência de voo e alcance deste drone de asa fixa é uma coisa impressionante para o seu tamanho…
A MB pinçou dois baita sistemas…. Para escolher tá difícil…
OBS A princípio parece ser uma compra de prateleira sem transferência de tecnologia.
Não sei se seria viavel 5 de cada tipo devido a logistica…melhor seria 10 ScanEagle e 10 CamCopter para operar nos nossos navios e quem sabe futuramente um Drone Stelth com poder de disparo de misseis/foguetes/bombas para operar no NAE São Paulo e nos futuros 2 novos NAE que a MB deseja!
Por questões de facilidade e proximidades, aposto que iremos de AEL – Elbit. Vamos torcer para um ARP armado em 10 anos, ai a coisa melhora de vez!
Cara leitor, foto do modelo FT-X1 é meramente ilustrativa e feita pelo fabricante. A foto externa do Apa não está neste artigo.
Só para lembrar, a foto do NPaOc envolvido na faina está incorreta. O indicativo do APA é P121 (e não, P120).
Não tinha um projeto de um vant de asa rotativa nacional ?
o que aconteceu com ele?
Estou torcendo pelo CamCopter, e quem sabe uma futura transferencia para a MB ou mesmo FAB, pois com o Camcopter vc pode fazer até filmagens árada, coisa que com o da boing não da, e outra, ocupa bem menos espeço nos navios, E também como o amigo falou, so a opção de disparo de misseis de pequeno porte, ja ajuda em muito tbm a MB…Bora torcer agora pela CamCopter
Ele tem essa fução se nao me engano.
Excelente colocar as idéias em prática, lógico que não devemos esquecer de equipar os NPaFlu esses navios inclusive deveriam ser equipados com visores noturnos de médio alcance, os mesmos usados em blindados e aviões e também nos navios marítimos, hoje até helicópteros de empresas jornalísticas o usam.
Na minha opinião a Marinha deveria optar por um Vant de asas rotativas, é uma tecnologia nova e não precisa de equipamento adicional para lançamento e recolha do Vant que ocupa muito espaço num navio pequeno, talvez ele perca apenas em velocidade e alcance, além do que a Marinha poderia adquirir Vants de asa fixa no próprio Brasil .
Devo dizer que pesquisando o Camcopter S-100 pode portar pelo menos um míssil, S-100 fitted with a Lightweight Multirole Missile .
…http://www.youtube.com/watch?v=CNttB-kx-9M…