Por Luiz Padilha
O porta-aviões USS Hornet (CV 8) da Marinha dos EUA participou da batalha das Ilhas Santa Cruz ao fim de outubro de 1942, e após sofrer ataques de bombardeiros japoneses, afundou próximo as Ilhas Salomão no Pacífico Sul. A equipe do navio de pesquisas RV Petrel que faz parte do projeto de Paul Allen (co-fundador da Microsoft), foi quem descobriu o porta aviões americano. O anúncio foi feito pela empresa Vulcan Inc.
Os destroços do porta aviões foram encontrados próximo as Ilhas Salomão por um ROV do Petrel, a uma profundidade de 5.400 metros. As imagens foram fornecidas pelo navio mostrando partes do porta-aviões, e até de um provável Grumman F4F Wildcat.
“Nós tínhamos o Hornet na nossa lista de navios de guerra da Segunda Guerra Mundial que queríamos localizar devido ao seu lugar na história como porta-aviões principal que viu muitos momentos cruciais nas batalhas navais”, refere o comunicado de Robert Kraft, chefe da operação submarina da Vulcan Inc.
A companhia Vulcan Inc. já encontrou várias embarcações de guerra, particularmente, o porta-aviões Lexington, o navio de guerra dos EUA Indianapolis, o navio japonês Musashi e o destróier italiano Artillery.
O porta-aviões Hornet é considerado um dos mais famosos navios da Segunda Guerra Mundial por transportar 16 bombardeiros B-25 Mitchell e ter lançado o Ataque Doolittle, o primeiro bombardeio de Tóquio na guerra em 1942.
A Batalha das Ilhas Santa Cruz
A Batalha das Ilhas Santa Cruz ocorreu em 26 de outubro de 1942 sem contato entre os navios de superfície das forças opostas. Naquela manhã, os aviões do USS Enterprise bombardearam o porta-aviões Zuihō, enquanto os aviões do Hornet danificaram gravemente o porta aviões Shōkaku e o cruzador pesado Chikuma. Dois outros cruzadores também foram atacados pelos aviões do Hornet. Enquanto isso, o Hornet era atacado por um bombardeiro de mergulho com torpedo. Em um período de 15 minutos, o Hornet foi atingido por três bombas de bombardeiros de mergulho Aichi D3A“Val”. Um “Val”, depois de ter sido seriamente danificado pelo fogo antiaéreo enquanto se aproximava do Hornet, colidiu com a ilha do navio, matando sete homens e espalhando gasolina de aviação (Avgas) no convés. Enquanto isso, aviões torpedeiros Nakajima B5N “Kate” atacaram o Hornet e dois impactos danificaram seriamente os sistemas elétricos e os motores. Com o navio parado, outro “Val” danificado colidiu deliberadamente contra a proa do navio.
Com o poder nocauteado em seus motores, o Hornet era incapaz de lançar ou aterrissar aeronaves, forçando seus aviadores a aterrissar no Enterprise ou a abandonar as aeronaves no oceano. O contra-almirante George D. Murray ordenou que o cruzador pesado USS Northampton retirasse o Hornet da ação. Como os aviões japoneses estavam atacando o Enterprise, isso permitiu que o Northampton rebocasse o Hornet a uma velocidade de cerca de cinco nós (9 km/ h). As equipes de reparos estavam a ponto de restaurar o poder quando ocorreu outro ataque de nove torpedeiros “Kate”. Oito dessas aeronaves foram abatidas ou não conseguiram acertar o alvo, mas o nono acertou um ataque fatal a bombordo. O golpe do torpedo destruiu os reparos no sistema elétrico fazendo o navio adernar 14 graus. Depois de ser informado de que as forças de superfície japonesas estavam se aproximando e que outros esforços de reboque eram inúteis, o vice-almirante William Halsey mandou afundar o Hornet, e uma ordem de “abandono do navio” foi emitida. O capitão Mason, o último homem a bordo, subiu pelo flanco e os sobreviventes foram logo apanhados pelos destróieres da escolta.
Com informações do Wikipédia.