Reunião da organização no Equador também vai oficializar função de fiscalizar realização de eleições na região
A proposta, aprovada pelo Conselho de Defesa formado pelos ministros da área deverá melhorar a cooperação entre as Forças Armadas latino-americanas.
“A ideia é dar uma visão de cooperação, em substituição a uma ideia antiga de distanciamento entre esses países”, explicou o subsecretário-geral de América do Sul do Itamaraty, embaixador Antonio Simões.
“A intenção é usar o que os Exércitos já têm de expertise para cursos em aspectos técnicos dos militares, mas a escola vai dar parâmetro, direção.”
O embaixador ressalta que alguns países sul-americanos têm Forças Armadas muito pequenas e se beneficiarão desse compartilhamento de tecnologias.
Esse é um segundo passo na integração da Defesa da América do Sul. Em 2009, foi criado um Conselho de Defesa.
A ideia inicial, lançada por Hugo Chávez, era criar um órgão que funcionasse para autoproteção dos países da região.
O resultado é um conselho que incentiva a cooperação entre essas mesmas nações.
Eleições
A cúpula também tornará oficial o acompanhamento pela Unasul das eleições da região. Será criada uma unidade técnica de coordenação eleitoral, que servirá para criar o padrão para a organização atuar como observadora. “É uma profissionalização das missões de observação da Unasul, que não pode se contentar com atuar apenas nos momentos eleitorais. É importante acompanhar também fora do momento do voto.”
Nos dois últimos anos, a Unasul cumpriu essa função nas eleições do Paraguai, quando Horário Cartes foi eleito para suceder Fernando Lugo, que perdeu o cargo em um processo de impeachment relâmpago, e na eleição de Nicolás Maduro, na Venezuela, além de outros pleitos menos polêmicos.
Aos poucos, o bloco passa a ocupar funções que costumavam ser da Organização dos EstadosAmericanos(OEA).
Cada vez mais contestada na região, especialmente por Venezuela, Equador e Bolívia, a OEA não encontra espaço para atuar.
PARA LEMBRAR
Estratégia Continental
Em 2009, durante uma cúpula em Quito, no Equador, a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) anunciou o esboço de uma “estratégia regional de defesa e segurança”.
O documento central aprovado na época incluía o compromisso dos países membros para a troca de informação sobre despesas, estratégias, manobras e a situação militar da região.
De iniciativa da Venezuela, o texto também previa proibir a instalação de bases militares estrangeiras na América do Sul.
FONTE: O Estado de São Paulo, por Lisandra Paraguassu