Por: Marcelle Torres
Em sequência ao anúncio conjunto de Seul e Washington sobre a implantação do sistema de defesa Terminal High Altitude Area Defense (THAAD) na Coreia do Sul até o final de 2017, o Vice-Almirante James D. Syring, diretor da Agência de Defesa de Mísseis dos EUA, declarou que o sistema THAAD só terá como alvo a Coreia do Norte, não a China.
De acordo com a agência de notícias Yonhap, o Vice-Almirante Syring afirmou que os EUA testarão o THAAD contra mísseis balísticos de alcance intermediário (IRBM, sigla em inglês) para melhor conter a crescente ameaça norte-coreana na região do Indo-Pacífico; descartou a especulação de que a Coreia do Sul se integraria ao sistema de defesa antimísseis dos EUA, sendo o THAAD estritamente uma questão de aliança EUA-ROK em termos de partilha de informação; e negou a possibilidade de partilha de informação entre EUA e Japão de operações THAAD na Coreia do Sul.
Apesar de reiteradas alegações norte-americanas de proteção exclusiva às suas forças militares e aliados sul-coreanos, há uma forte crítica devido à maior militarização da península coreana e escalada da presença norte-americana na região. Em 2014, Coreia do Sul, EUA e Japão assinaram um acordo de compartilhamento de inteligência trilateral, que deve ser acompanhado de perto diante da atmosfera de “Guerra Fria” na região.
O receio do desenvolvimento do programa nuclear da Coreia do Norte também preocupa o Japão devido ao recente lançamento de um míssil norte-coreano no Mar do Leste, a 250 km da Prefeitura de Akita e dentro da zona econômica exclusiva do Japão. O Ministério da Defesa japonês afirmou que em breve irá discutir a possibilidade de implantar o seu próprio sistema THAAD. Ainda, de acordo com esse Ministério, Tóquio, Seul e Washington concordaram que os lançamentos de mísseis recentes são atos de provocação não só à península coreana, mas também à região, e reiteraram a cooperação e o compartilhamento de informações sobre ameaças de Pyongyang.
Fonte: Boletim Geocorrente