Decreto prevê que as Forças Armadas deverão assumir as atividades no Estado; será preciso aprovação do Congresso. Governador do Estado, Pezão participou do encontro. Decisão ganhou força após violência no Carnaval.
Por Tauta Fernandes e Gustavo Uribe
Um decreto foi preparado durante reunião do presidente com os ministros da Defesa, Raul Jungmann, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Et-chegoyen, ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, do Planejamento, Dyogo Oliveira e da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco.
O encontro contou ainda com a participação do governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (MDB), e com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE). Será necessária a aprovação agora do Congresso Nacional no prazo de dez dias, como manda a Constituição. O interventor em nome do Exército, segundo a Folha apurou, será o general Braga Neto.
Na mesma reunião, Temer discutiu com os presentes a criação de um Ministério da Segurança Pública. A nova pasta poderá ser anunciada nesta sexta-feira (16).
O assunto já vinha sendo tratado pelo governo nos últimos meses, mas ganhou força com a onda de crimes no Rio durante o Carnaval, quando foram registrados arrastões e roubos violentos. Pezão admitiu que houve falhas de planejamento na ocasião.
A ideia é que a pasta seja criada em caráter extraordinário, com prazo de validade, e que seja extinta quando arrefecer a crise na segurança pública. O mesmo modelo foi adotado pelos ex-presidentes Lula e FHC.
Na reunião, a equipe econômica apresentou dados sobre o impacto da nova estrutura para a máquina pública. Um novo encontro deve ocorrer nesta sexta-feira para fechar o formato da pasta.
O nome mais cotado para assumi-la é o de José Mariano Beltrame, ex-secretário da Segurança do Rio. Pelo esboço do Palácio do Planalto, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Força Nacional iriam para gestão da nova pasta, esvaziando a da Justiça.
FONTE: Folha de São Paulo