A aprovação ocorre quatro anos e meio depois de o Brasil ter assinado o tratado, em junho de 2013, tendo sido um dos primeiros países a assiná-lo. O tratado regulamenta o comércio internacional de armas, incluindo tanques, aviões e navios, e proíbe a transferência de armas e munições para países onde as peças serão usadas para facilitar crimes contra a humanidade.
A adesão brasileira ao TCA foi marcada por uma lenta tramitação. Assinado ainda no primeiro governo Dilma Rousseff, o texto ficou por 525 dias com o Executivo e chegou à Câmara em dezembro de 2015. No Legislativo, foram mais de dois anos de discussões.
A ratificação do Acordo de Paris sobre as mudanças climáticas, por exemplo, passou por Câmara e Senado em menos de três meses. O Brasil será o 90º país a ratificar o tratado, que entrou em vigor em dezembro de 2014, quando atingiu a marca de 50 ratificações.
Organizações de defesa dos direitos humanos avaliam que o TCApermite a certificação de que o país é um exportador responsável. Exportadores relevantes como Áustria, Alemanha e Itáliajá ratificaram o acordo.
Em um relatório, a ONU afirmou que em 2015 a fabricante brasileira Forjas Taurusenviou 8.000 armas a um iemenita filho de um dos maiores traficantes internacionais. O Iêmen está mergulhado em uma guerra civil que já deixou 10 mil mortos. Críticos do tratado argumentam que grandes compradores como China e Rússia sequer assinaram o TCA.
Os Estados Unidos, maior fabricante de armas do mundo, assinaram sob o governo de Barack Obama, mas não ratificaram-cenário que ficou mais improvável na administração DonaldTrump, que é próximo do lobby pró- armas.
FONTE: Folha de São Paulo