A Marinha Russa anunciou nesta quinta-feira (20) que vai realizar manobras de larga escala em todo o território nacional com a participação de mais de 140 navios e quase 10.000 militares.
“A Marinha russa realizará uma série de exercícios em todas as áreas de responsabilidade da frota”, disse o Ministério da Defesa russo em comunicado. O chefe da Marinha, Almirante Nikolai Yevménov, liderará os exercícios navais em janeiro e fevereiro, nos quais participarão mais de 60 aeronaves e mil equipes militares.
Segundo o ministério, esses exercícios ocorrerão em “águas e mares adjacentes ao território russo” e em “zonas de importância operacional nos oceanos do mundo”. O objetivo das manobras é “a defesa dos interesses nacionais russos nos mares” e também “o combate às ameaças militares” ao país.
A nota especifica que navios e aeronaves russos farão exercícios em águas territoriais e internacionais, e exercícios separados também serão realizados do Mar Mediterrâneo, no Mar do Norte e Okhotsk, no Oceano Pacífico e à parte nordeste do Atlântico.
A este respeito, seis grandes navios de desembarque das frotas russas do Norte e do Báltico já deixaram o porto de Baltisk (enclave russo de Kaliningrado) para o Mediterrâneo. Coincidindo com este anúncio, unidades do Corpo de Fuzileiros Navais da Rússia chegaram hoje à Bielorrússia para os exercícios “Determinação dos Aliados-2022”.
Esses exercícios, que os EUA consideraram “preocupantes”, por ocorrerem perto da fronteira ucraniana, visam inspecionar as capacidades das forças de reação rápida russas e bielorrussas em quatro aeródromos e cinco locais militares.
Moscou nega que esteja sendo cogitada uma invasão da Ucrânia e defende seu direito de realizar manobras em seu território e nas margens da União Estatal Rússia-Bielorrússia, ao mesmo tempo em que rejeita que estas representem uma escalada na fronteira com o país vizinho. No entanto, as manobras militares lançadas desde o início do ano pelo Exército russo aumentaram os temores ocidentais sobre uma escalada iminente na fronteira com a Ucrânia.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, prometeu ontem em Kiev mais ajuda militar à Ucrânia e alertou que o presidente russo, Vladimir Putin, tem a capacidade de “dobrar” sua presença militar na fronteira com a Ucrânia em “muito pouco tempo”.
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