O HMS Albion (L14) e o HMS Bulwark (L15) podem ser retirados do serviço ativo de acordo com os planos apresentados pelo secretário de Defesa Grant Shapps, devido a crise de mão de obra na Marinha Real, liberando mais de 200 marinheiros para outros navios, muito provavelmente para a nova frota de fragatas Type 26, quando entrarem em serviço.
Mas a medida foi criticada por especialistas que dizem que a retirada enfraqueceria os Royal Marines (Fuzileiros Navais), diminuindo a sua capacidade a partir do mar. Isso ocorre depois de relatos de que a Marinha Real está supostamente desativando mais duas Type 23, a HMS Westminster e a HMS Argyll.
Respondendo às revelações, Lord West descreveu os planos de desativar o HMS Albion e o HMS Bulwark como um “erro terrível”, que reduziria as capacidades anfíbias das Forças Armadas britânicas.
Embora a Royal Navy tenha quatro navios de desembarque da Classe Bay, construídos na década de 2000, o especialista da indústria Simon Jones disse que os navios mais antigos permanecem “intrínsecos ao movimento das forças de comando em todo o mundo”.
Os dois navios deveriam permanecer em serviço até o início da década de 2030, sendo que o HMS Bulwark passou por uma reforma cara nos últimos anos. Fontes ligadas ao Whitehall, justificaram a reforma de navios mais antigos para que a Royal Navy pudesse funcionar como uma “força de combate moderna e de alta tecnologia. É sempre emocionante quando navios com uma longa história chegam ao fim da sua vida útil. Mas o descomissionamento é a decisão certa. As novas fragatas Type 26 estarão em serviço antes que esses navios possam ser reformados.”
Segundo estatísticas oficiais, a Royal Navy realizou o pior dos serviços de recrutamento dos últimos 12 meses. O número de recrutas caiu 22,1% nos 12 meses até Março de 2023, enquanto a RAF caiu quase 17% e o Exército quase 15%.
O secretário de Defesa, John Healey, criticou a forma como o governo lidou com a crise de recrutamento e disse que os planos de desativação do HMS Albion e Bulwark iriam “levantar sérias preocupações” sobre as operações futuras dos Royal Marines.
Um porta-voz da Marinha Real disse que ‘A Força de Comando da Marinha Real é altamente treinada e qualificada e está pronta para ser implantada globalmente. Os navios de desembarque continuam a fazer parte da frota da Marinha e possuem maior capacidade anfíbia por meio de navios da Classe Bay. Os requisitos operacionais da RN são mantidos sob constante revisão e o Ministério da Defesa está empenhado em garantir que a Marinha tenha as capacidades necessárias para atender aos requisitos operacionais atuais e futuros.’
As capacidades navais da Grã-Bretanha ganharam grande destaque desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, com o aumento da presença de submarinos russos em águas próximas ao Reino Unido e, mais recentemente, com as tensões no Médio Oriente.