Por Evellyn Sousa
Fabricar meios navais da mais alta tecnologia e com elevado grau de complexidade exige dinamismo e uma equipe capaz de se dividir em seus muitos processos construtivos. Na Itaguaí Construções Navais (ICN), a única empresa que fabrica submarinos no Hemisfério Sul, não é diferente. Se em São Paulo e também na Unidade de Fabricação de Estrutura Metálicas (UFEM), localizada em Itaguaí, nossos Integrantes estão focados no futuro Submarino com Propulsão Nuclear, no Estaleiro de Construção (ESC), temos mais de 450 Integrantes focados nos próximos marcos do S-BR4, chamado de Almirante Karam, o 4º submarino de propulsão diesel-elétrica do Programa de Desenvolvimento de Submarinos.
Para entender os detalhes do trabalho implementado pela Produção do ESC e como a construção de Submarinos ganha vida por meio da dedicação profissional, a reportagem conversou com o Coordenador Geral de Instalação, Renato da Silva Gonçalves, que atua na ICN há 10 anos. Renato começou como Técnico de Estruturas Navais e desempenhou outras funções até chegar ao cargo atual. Suas atividades englobam liderar e coordenar as equipes envolvidas na construção dos submarinos, garantindo que todas as áreas de trabalho estejam integradas. Ele também é encarregado de supervisionar e gerenciar as operações de Docagem e Desdocagem dos submarinos, visando sempre a segurança e eficiência nas manobras.
Um dos nossos principais desafios é assegurar que todos os recursos sejam empregados de maneira otimizada. Isso inclui não apenas a coordenação entre as diversas equipes envolvidas no processo de construção, mas também o gerenciamento do recurso humano. O que implica no monitoramento de desempenho e do bem-estar de cada membro da equipe, intervindo quando necessário para oferecer suporte, resolver problemas e ajustar estratégias – ressalta Renato.
O interior da produção
Atualmente, a equipe de Produção do ESC, que tem como Gerente o Engenheiro Darwin Monteiro, está organizada em cinco coordenações principais: mecânica, estruturas, tubulação, elétrica e apoio. Cada coordenação é encarregada de áreas específicas do processo de construção, permitindo uma abordagem altamente especializada e focada em cada aspecto do projeto. A Equipe de Elétrica é responsável pela instalação e gestão dos sistemas elétricos e eletrônicos a bordo dos submarinos. Esta etapa é crucial para a operação dos submarinos, pois sustenta a funcionalidade de sistemas vitais como a propulsão, a navegação e a comunicação.
Já o time de Estruturas realiza a montagem e integração das estruturas resistentes e não resistentes que formam o casco e o interior dos submarinos. Além de cuidar de atividades como pintura, isolamento e marcenaria: elementos fundamentais para a funcionalidade e a eficiência do submarino, pois oferecem proteção e acabamentos específicos que atendem aos requisitos técnicos. Essa mesma equipe também gerencia a movimentação dos navios, coordenando as operações de transporte para o elevador de submarinos (shiplift) e para o Main Hall. Um trabalho que visa assegurar que os conjuntos de seções sejam movimentados com precisão e segurança durante as fases de construção e montagem.
Além disso, temos um grupo de Integrantes que opera as atividades mecânicas com a função de instalar e configurar os sistemas de propulsão do submarino, garantindo a movimentação e a manobrabilidade. Outras tarefas também incluem a instalação de mastros de comunicação e combate, motores, e a movimentação de grandes peças no interior da embarcação, ou seja, todos os componentes mecânicos vitais para o funcionamento dos sistemas internos.
Neste contexto, a Equipe de Tubulação dedica-se à instalação e gestão dos sistemas de tubos que transportam fluidos e gases essenciais como água, combustível e ar comprimido, permitindo que sejam mantidas as condições operacionais adequadas e integridade dos sistemas. Essa divisão clara de responsabilidades não só garante que cada área receba a atenção especializada necessária, como promove uma maior eficácia ao permitir que as equipes se concentrem em suas respectivas áreas de expertise.
FONTE: ICN