Projeto Sirius – Brasil está construindo um acelerador de elétrons

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Por Roberto Caiafa

Sirius, a nova fonte de luz síncrotron brasileira, é maior e mais complexa infraestrutura científica já construída no Brasil, sendo responsabilidade do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS).

Planejado para colocar o Brasil na liderança mundial de geração de luz síncrotron, esse acelerador de elétrons foi projetado para ter o maior brilho dentre todos os equipamentos na sua classe de energia.

Os investimentos no Sirius permitirão ao Brasil manter a sua competitividade nas próximas décadas em áreas estratégicas como nanociência, biologia molecular estrutural (base para o desenvolvimento de fármacos) materiais avançados para uso pela BID na produção de armamentos e sistemas de alta tecnologia, e na busca de energias alternativas para a matriz energética nacional, dentre várias outras possibilidades.

Sirius será composto por um conjunto de aceleradores de elétrons, por estações experimentais, chamadas de linhas de luz, e por um prédio que abrigará todo esse complexo.

Os aceleradores foram projetados com novos conceitos ainda não utilizados no mundo, e seu acelerador principal, com energia de 3 GeV (giga eletronvolts), terá 518,4 metros de circunferência e poderá comportar até 40 linhas de luz.

O prédio, de 68.000 m2, está entre as obras civis mais sofisticadas já construídas no País, com exigências de estabilidade mecânica e térmica sem precedentes, que desafiam a engenharia brasileira ao seu limite.

O estágio atual

Fotografado do ar no dia 31 de outubro último, o sítio de construção do Projeto Sirius, localizado na cidade de Campinas (interior de São Paulo), encontra se em avançado estágio dos trabalhos no complexo principal.

A estrutura metálica da cobertura já está em torno de 3/4 de execução, e a primeira camada da telha (de 3 previstas) está sendo montada com conclusão prevista até dezembro de 2016.

As superestruturas externa e interna estão basicamente concluídas, incluindo seus fechamentos. Internamente ao prédio está em andamento a execução do piso especial. Já foram executadas (instaladas) 380 estacas das aproximadamente 1.200 previstas. Esse recurso garante uma fundação milimetricamente plana, estável, isenta de vibrações e capaz de resistir aos diferentes testes que serão executados no acelerador de elétrons.

O complexo completo foi orçado em cerca de R$ 650 milhões. O projeto foi desenvolvido pelo Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), vinculado ao Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM).

O LNLS opera, desde 1997, a primeira fonte de luz síncrotron do Hemisfério Sul, uma máquina de 2ª geração, totalmente projetada e construída no Brasil. O projeto Sirius, da mesma forma, está sendo desenvolvido pelo LNLS de modo a assegurar uma grande participação de empresas nacionais na fabricação de seus componentes.

FONTE: Infodefensa

FOTOS:Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) via Carlos Fortner

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