O navio-aeródromo chinês chegou em Sanya, província de Hainan, nesta sexta-feira, reforçando a capacidade da PLA Navy de combate no Mar do Sul da China, dizem analistas.
Único porta-aviões da China, o Liaoning (CV 16), atracou pela primeira vez no porto mais meridional da China, localizado na província de Hainan .
O grande porto de Sanya foi projetado e construído pela marinha chinesa e tem a instalações para atracar uma variedade de navios de grande porte. Zhang Junshe, vice-diretor do Instituto Naval de Pesquisa de Estudos Militares, disse: “Com o porto construído em Sanya, a China ampliou as opções do porta-aviões no Mar do Sul da China”. Ele disse que a viagem para Sanya vai ajudar a tripulação do Liaoning a se acostumar com a sua segunda base, onde as condições como a temperatura da água e a profundidade, são muito diferentes às de Qingdao, na província de Shandong, seu porto base.
Escoltado por dois destróieres e duas fragatas, o Liaoning deixou Qingdao na terça-feira, e antes de chegar a Sanya, os navios operaram em alta velocidade, dia e noite, no Mar Amarelo e no Mar da China Oriental, atravessando o Estreito de Taiwan na quinta-feira.
O navio-aeródromo já fez várias viagens de treinamento desde início deste ano, mas nunca havia embarcado em uma viagem de treinamento de tão longa.
O seu comandante, Zhang Zheng, disse que os testes no sul do Mar da China vão pavimentar o caminho para futuras missões.
Embora o Liaoning não vá passar perto das Ilhas Diaoyu, onde as tensões estão elevadas entre a China, Japão e os Estados Unidos, mesmo assim o Japão enviou navios de guerra para acompanhar de perto o porta-aviões chinês.
O porta-voz do Ministério da Defesa, Yang Yujun, disse na quinta-feira que a missão do navio, não mira qualquer país.
Yin Zhuo, diretor do Comitê de Especialistas de Informação da Marinha chinesa, disse que o sul do Mar da China é uma área ideal para a missão de treinamento do porta-aviões e do seu grupo de escolta. Uma viagem de várias semanas, podendo chegar a até dois meses, em mares com águas mais agitadas, será crucial para um teste completo dos equipamentos do navio, disse ele.
Zhang Junshe disse que é compreensível que os EUA e o Japão prestem atenção porta-aviões da China, mas que eles precisam se acostumar com a sua existência.
Li Jie, pesquisador sênior do Instituto Naval de Pesquisa e Estudos, disse que os EUA e o Japão têm exagerado quanto as capacidades de combate do Liaoning, para justificar as expansões de suas forças navais. “Para dizer a verdade, o Liaoning está muito aquém dos 10 porta-aviões da classe Nimitz dos EUA. Esta diferença vai aumentar quando o USS Gerald R. Ford entrar em serviço em 2016 “, acrescentando que não faz sentido Washington ficar nervoso com a viagem do navio chinês, que reaiza um “treinamento normal” , já que os EUA têm porta-aviões altamente avançados operando na região.