Já Jean-Marc Merialdo, representante do Consórcio Rafale Internacional no Brasil, formado pelas companhias francesas Dassault Aviation, Thales e Snecma, disse que se houver o adiamento de dois anos da compra de novos caças de combate, a empresa aproveitará este tempo para firmar novas parcerias estratégicas com empresas Brasileiras e ampliar a oferta de transferência de tecnologia.
O consórcio francês participa do programa F-X2 da FAB com o caça Rafale. O executivo disse desconhecer a possibilidade de adiamento da concorrência e que no próximo dia 30 termina o prazo de validade das propostas enviadas pelas três empresas que participam do programa F-X2.
“O pedido de extensão da validade das propostas, feito a cada seis meses, normalmente acontece dias antes do vencimento do prazo”, disse. Até o momento, segundo o executivo, a FAB ainda não teria feito o pedido. “Não vemos problemas nisso”, disse.
Sobre as informações de que existem dificuldades nas negociações com os franceses quando o assunto envolve transferência de tecnologia, fator de maior peso na avaliação das propostas, Merialdo afirma que o consórcio francês oferece transferência de tecnologia abrangente e irrestrita e com garantias do governo da França. “Não precisamos de autorização de outros países para repassar nossas tecnologias”. O executivo ainda minimizou a proximidade entre a americana Boeing e a Brasileira Embraer. “Não vejo reflexos disso na compra dos caças”.
A diretora de comunicação da Boeing no Brasil, Ana Paula Ferreira, disse que a oferta da empresa americana para o programa mantém-se competitiva independentemente do cenário político. Trata-se, segundo a executiva, de uma questão a ser resolvida entre governos, sem nenhuma participação da Boeing.
FONTE: Valor Econômico – Virgínia Silveira