Por Charlotte Molina
Após o anúncio do Presidente da República em 25 de março de 2020, o Ministério das Forças Armadas se comprometeu a apoiar a nação na luta contra o coronavírus por meio da Opération Résilience. Assim, por ordem do chefe do Estado-Maior da Defesa, a missão Jeanne d’Arc, composta pelo BPC (Bâtiments de Projection et de Commandement) Mistral e pela fragata “stealth” Guépratte, da classe La Fayette, atuou na região sul da Oceano Índico.
É no âmbito desta missão que, em 04 de abril de 2020, o subgrupo tático de bordo (SGTE) do Mistral desembarcou em Mayotte (ilha próxima a Madagascar), graças aos meios da frota anfíbia presentes a bordo do Mistral. É interessante notar o emprego da embarcação anfíbia LCAT do CNIM que possibilitou a ampliação da capacidade e rapidez desse desembarque.
Essa manobra ilustrou a capacidade do grupo Jeanne d’Arc de realizar operações anfíbias para desdobrar meios em terra. O SGTE, composto por soldados do 2º Regimento de Fuzileiros Navais (2ª RIMa), do Regimento de Infantaria de Carros de Combate Anfíbios (RICM) e do 6º Regimento de Engenheiros (6º RG), recebeu a tarefa de fortalecer o Destacamento de a Legião Estrangeira de Mayotte (DLEM) como parte do apoio das autoridades locais.
Nos próximos dias, essa força autônoma em termos de transporte, comunicações e armamentos poderá apoiar o DLEM como parte da Opération Résilience.
O coronel Hugues Latournerie, comandante do destacamento DLEM acompanhou o desembarque desse reforço para recebê-los e transmitir-lhes as primeiras ordens.
Por seu lado, o grupo Jeanne d’Arc, que partiu de Toulon em 26 de fevereiro, se dirigira as Ilhas Reunião nos próximos dias. É provável que ele retorne a Mayotte posteriormente para desempenhar funções logísticas, conforme anunciado pelo governo.
O Mistral, graças à sua capacidade de carga, poderia de fato complementar a ponte aérea montada entre as duas ilhas por via marítima.
Como parte da Opération Résilience, os três BPCs da Marinha, Mistral, Tonnerre e Dixmude, fornecem um reforço útil aos territórios ultramarinos, a fim de ajudar as autoridades a gerenciar as conseqüências da epidemia e fornecer apoio às populações.
A modularidade e capacidade de carga dos BPCs os tornam perfeitamente adequados para as missões da Marinha no contexto da Opération Résilience, mas também para operações humanitárias em larga escala.
Graças a essas embarcações polivalentes, a Marinha é capaz de realizar operações de gerenciamento de crises, de transporte ou evacuação médica e suporte médico por meios anfíbios e aéreos, integrando a bordo elementos de forças médicas militares e civis.
A embarcação EDA-R, modelo L-CAT CNIM possui as seguintes características:
Deslocamento: 285 toneladas;
Capacidade de carga: até 80 toneladas;
Comprimento: 30 metros;
Boca: 12,8 metros;
Calado de 1m;
Raio de ação : 400 milhas náuticas a 15 nós podendo operar até mar 5;
Velocidade : até 30 nós.
Além disso a embarcação está pronta para docar em qualquer Navio Anfíbio padrão OTAN ou nos Navios Doca classe Makassar.
Fonte: Zinfos 974
Traduzido e adaptado por: Marcio Geneve